Uncover m.c+l.h

Kiss

As coisas estavam bem estranhas, eu estava em um estado semi-bêbado ( se é que isso existe), aconteceu o seguinte, depois que eu -meu eu bêbado, claro- disse para o Calum coisas que eu não devia, ele me trouxe pra casa, em fez tomar um banho, e agora estamos sentados no sofá que tem em seu quarto e ele está me encarando, e eu estou lutando pra manter meus olhos abertos.

"Você não vai dormir até me explicar o que quis dizer com aquilo de amar o Luke" merda

Eu não sabia  que dizer. me, se deveria dizer alguma coisa, Calum é meu amigo desde que me entendo por gente -o que se for pensar bem, não faz muito tempo- confio nele de olhos fechados, mas ainda não sei se estou pronto pra dizer que sou gay e estou apaixonado por nosso colega de banda. Fiquei em silencio por alguns minutos pesando os pros e os contras de contar a ele:

Pros: tiraria um peso enorme de minhas costas, teria com quem desabafar sobre todo esse drama, e só

Contras: correria o risco de Cal não querer mais falar comigo, contar para o Luke, seria o fim da banda e todos me odiariam.

Bom, acho que ficou bem claro minha decisão, vou contar, sou do contra mesmo.

"Vamos, Michael, eu estou esperando" me apressou, tirando-me dos meus devaneios.

"Okay, então....você 'ta tão lindo hoje, alguém já te disse?" disse, tentando mudar de assunto.

"Eu sou bonito todos os dias e você sabe... ei! Para de tentar mudar de assunto e me diz logo, porra" ui, todo nervosinho.

"Vamos começar pelo principal, eu sou gay." disse e fechei os olhos com medo de sua reação.

"Oh que surpresa, ninguém esperava por essa." abri os olhos e encontrei um Calum com uma cara de falsa surpresa.

"Você já sabia?" perguntei espantado.

"Sério, Michael, você não é muito bom em disfarçar e nem é a pessoa mais masculina que eu conheço." 

"Ouch, isso ofendeu minha masculinidade."

"E desde quando você tem isso?"

"Vamos parar porque já ta magoando, então é isso, vou dormir, boa noit..."

"Pensa que vai onde?" puxou meu braço fazendo com que eu me sentasse de novo "eu não me esqueci do lance do Luke, vai pode falar"

"Merda, okay, bom, talvez, mas tipo só talvez mesmo, eu goste um porquinho, bem pouquinho mesmo, menos que isso." fiz um gesto com os dedos demostrando o quanto. "do Luke, mas isso é só talvez, talvez sim, talvez não, com certeza não"

E dessa vez o que eu vi doeu mais do que eu imaginava, Calum não me olhava com nojo ou desgosto, mas sim com pena, compaixão transbordava de seus olhos e eu senti meu coração se quebrar, por que ele tonha pena de mim?

"Mike, eu...droga, isso é uma droga, você sabe, não é?" é eu sabia, só não queria aceitar.

"É, eu sei..." disse e me levantei, eu não precisava de pena, de um abraço, talvez, mas não de pena, já não basta a que eu sinto por mim mesmo?

"Mike.." Calum me puxou pelo braço, fazendo com que eu me virasse em sua direção e me abraçou, foi a melhor coisa que senti em muito tempo, transmitia segurança, carinho, amor.

E naquele abraço me deixei chorar, chorei pela dor de sentir demais, de amar demais, de não ser amado, a dor da rejeição, enquanto isso, Cal fazia carinho em meus cabelos, e me parecia o lugar mais confortável e seguro no mundo, os braços de meu melhor amigo.

"Michael, olha pra mim." tirei meu rosto de seu ombro e olhei em sua direção, as lagrimas que escorriam foram secas por seus dedos e um carinho foi feito em minha bochecha. "Você não merece isso, você é de longe uma das melhores pessoas que eu conheço, toda sua bondade e alegria, e me doí te ver assim, então quero que você coloque um sorriso no seu rosto e nós vamos dar a volta por cima disso tudo, e Luke Bundão Hemmings vai correr atrás de você.

Eu sorri com suas palavras tão doces, esse era um dos porquês de eu amar tanto Calum, toda sua preocupação com o próximo era algo lindo.

"Obrigado por isso, você é o melhor amigo que alguém poderia ter." disse e no próximo segundo senti seus lábios nos meus..QUE PORRA É ESSA?

Não foi um beijo ou algo assim, foi um simples selar de lábios rápido e nada mais.

"Que merda??" foi tudo que consegui dizer.

Ele simplesmente olhou pra mim e riu, riu não, gargalhou e eu fiquei parado com minha cara de sonso.

"Quando sair, apaga a luz."