4 de julho

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Dias atuais....

- Ela dormiu - falo olhando para Killian que estava sentado na cadeira da penteadeira.

Forcei nossa filha a dormir depois de contar a história sobre como decidi abortar seu irmão. Não contei tudo de uma vez, queria contar aos poucos, principalmente se ela tiver outro ataques como esse. Ela parecia confusa, talvez isso tenha a ajudado dormir, uma cabeça confusa trás mais cansaço que uma série de exercícios físicos.

- Não acredito que depois de grande, nós estamos aqui esperando ela dormir - comenta rindo fracamente.

- Lembra quando ela era pequena? - pergunto sorrindo - Dizia que não era mais uma criança, que podia dormir sozinha no quarto dela pois ela não tinha medo de monstros.

Rimos baixo ao lembrar disso.

- Na mesma noite ela foi para o nosso quarto - contínuo - com medo, só conseguiu dormir tranquilamente no novo quarto depois de uma semana.

- Mas ainda só dormia com o abajur -completou lembrando do abajurzinho Rosa ao lado da cama.

Saímos do quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível. A casa nunca havia ficado tão silenciosa como hoje, com Leiah nesse estado de confusão, é uma calmaria, tirando a parte dos ataques de ansiedade. Nunca mais ela colocou Katy Perry no volume máximo, e confesso, sinto falta das suas manias adolescentes. Liam sempre foi calmo, preferia os livros a video games,mas as vezes ainda chegava a jogar com o pai na sala de casa, mas sempre, desde criança ele foi uma pessoa tranquila e calma, porque puxou ao pai, Leiah, puxou a minha pessoa, histérica, impulsiva, resumindo...cabeça quente.

- Não tá caindo a ficha - falo me deitando na cama. Killian se senta no meu lado e me abraça.

- Que ficha? - pergunta.

- De que vamos ser avós - respondi sua pergunta - A um tempo atrás ela era uma adolescente,antes disso uma criança histérica, hoje é uma mulher carregando uma criança na barriga.

- Leo vai morar aqui? - Killian pergunta sobre o namorado dela, que já assumiu todas as responsabilidades como pai,aliás foi ele que a acalmou.

- Eu não sei, eles vão decidir como será a vida deles aqui para frente. Só podemos orientar.

Ambos soltamos um leve suspiro.

- A vida passa muito rápido - comentei enquanto encarava o quadro com nossa fotografia na parede.

- Lembra de quando perdemos ela no dia do desfile de 4 de julho? - Ele perguntou rindo.

Foi uma situação engraçada, mas naquele momento não.

12 anos atras...

4 de julho, dia da dependência. Storybrooke está em clima de festa para assistir o desfile. É o primeiro desfile em que estou me sentindo despreocupada. O fato de Gold estar delirando em um quartinho três por quatro, sem lembra de mim, de qualquer pessoa relacionada a mim, até dele mesmo, me tranquiliza. Não preciso desviar o olhar a cada cinco minutos para ter certeza de que Leiah e Liam estão sentando em seus banquinhos e Madeira, segurando uma pequena bandeira dos Estados Unidos.

- Tome, princesa - Killian entregou a garrafa de água para Leiah - Liam, tem certeza que não quer nada? Uma água, um sanduíche. Você precisa comer, filho! - perguntou preocupado.

Liam apenas balançou a cabeça em negativa, com os olhos arregalados e com o sorriso tímido, sua preocupação era apenas segurar a penquena bandeira de papel.

- Tudo bem - Meu marido se levantou e veio até mim.

Eu estava escorada na cerquinha branca de casa, observando maravilhada o desfile de 4 de julho, pela primeira vez estou vestida de vermelho e azul, e balançando a bandeira. Ano passado eu estava preocupada demais, nem ao menos me arrumar para assistir o desfile eu quis. Ano passado minha meta era colocar Gold na cadeia.

A herdeira - LEMBRANÇASOnde histórias criam vida. Descubra agora