PERDIDA EM PARIS

Sozinha

Antes de sair do táxi, no rádio passa uma notícia que chamou a atenção de Margary, como era em francês Stacy não entendia.

- a relatos sobre grande parte de um grupo, está invadindo bairros e casas e levando tudo, e quando acabam colocam fogo para não deixar rastro - o rádio falou em um tom bem claro - tranquem portas e janelas, coloquem os seus filhos para dentro.
O taxista embora calado falou para Margary:
- estranho não é? Aconteceu em meu bairro, minha casa toda pegou fogo, com sorte toda a minha família sobreviveu,  eles roubaram tudo.
- conseguiu novamente o que perdeu? - perguntou Margary ao taxista
- sim, mas demorou um pouco,  minha mulher dobrou a rotina do trabalho, eu também,  minha filha começou a trabalhar, agora está na faculdade de medicina - ele virou a esquina e depois de dirigir mais um pouco parou a frente da galeria - chegamos.
Quando Margary puxava Stacy para sair do táxi e entrar naquele grande lugar branco e com cheiro de rosas o taxista parou Margary
- siga seus sonhos, não somos nada sem eles - e saiu dali.
O rosto de Margary corava, o seu sangue fervia, ela estava Alegre e confiante, quando entrou na galeria deu de cara com umas 460 pessoas no total, não dava para contar, eram muitas.Todas com suas obras lindas e incríveis.
- aqui é muito grande mamãe - Stacy elevou seus olhos ao teto, com um grande desenho ali. pensou " como subiram e como pintaram ali? "
Passou umas cinco horas, Stacy estava com tanta fome que comeria quatro bolinhos de chocolates sem reclamar. Até que enfim chegou a vez de Margary, que assinou um grande papel. E entregou o seu quadro para uma mulher de óculos e cabelos negros que olhou para Stacy e sorriu, Stacy retribuiu com um grande  sorriso de uma criança feliz.

Voltando para casa, andando, pois não tinham dinheiro para um táxi,  Margary sentiu o vento que rolava em seus cabelos e Stacy mordia um sorvete com tanta vontade que quase caiu em sua roupa. Até que enfim chegaram em sua casa. A mãe de Stacy sabia que não eram só elas que precisavam do dinheiro, não era só elas que estavam passando por necessidades.
- ainda estou com fome mamãe - disse Stacy - o que tem para comer?
Margary abriu sorrindo a geladeira e ali apenas estava um macarrão.
- preciso fazer compras, que tal hoje comer macarrão? - sorriu para Stacy.
A sua filha não precisava de muito para ser feliz e  então ela sorri.

Enquanto elas comiam o macarrão,  as horas passaram de pressa e viram que já eram oito horas da noite. Margary colocou Stacy sobre o coxão cobriu com um lençol, e Fedido saiu de  trás de alguns travesseiros.

Enquanto Stacy dormia, aquela era a hora perfeita para ir ao mercado. Anotou o que precisava comprar para não esquecer, e guardou a chave no mesmo lugar que sempre guardava, atrás de três copos azuis em cima do armário. E ficou com o seu de reserva. Trancou a porta, e saiu.

Eram uma hora, Stacy acordou com um pequeno barulho que estava vindo lá de fora, mas quando olhou pela janela não havia ninguém. Procurou Margary mas ela ainda não havia voltado, tentou abrir a porta mas não conseguiu, lembro que muitas vezes viu sua mãe escondendo algo atrás dos copos azuis, então a pequena Stacy pegou uma cadeira e colocou sua mãozinha atrás dos copos. "achei" ela se sentia uma grande aventureira, desceu da cadeira e girou a chave. O que havia era Silêncio,  um silêncio que a deixou com medo, aonde estava sua mãe?  Ela estava sozinha.

Ela andou e desceu as escadas, com frio, triste e com medo. Não havia ninguém em lugar nem um,  as pessoas teriam todas desaparecido, quando Stacy vai girar a porta para sair dali e finalmente vê o que estava acontecendo, um grande homem com cabelos ruivos e barba ruiva, carregava uma grande arma nas suas mãos, o coração de Stacy quase pulou pela boca, ele apontou a aquilo para Stacy que logo começou a chorar. Até que o grande homem cai no chão,  e na porta estava Margary, atrás dela havia pessoas agora, mas correndo.
- temos que ir - quando Margary  vai puxar a mão de Stacy ela grita.
- FEDIDO - sobe as escadas rapidamente e Margary vai junto, Stacy pega Fedido e sua mãe a coloca em seus ombros, desce as escadas e sai correndo, quase no fim da rua alguém puxa Stacy das costas de Margary, era um homem agora Moreno de olhos azuis, também carregava uma arma, e quando apontou para Margary, um policial empurrou o homem Moreno. Que caiu no chão, quando Margary ia pegar Stacy para sair dali correndo,  muitas pessoas passaram a correr, pois estavam atirando fogo em casas, as pessoas levaram Margary e o policial, também levaram Stacy, mas algo acertou ela bem na sua cabeça.

Os sons de Margary foram ficando longe, e acabava as pessoas saindo daquela rua, daquele beco. Stacy estava sozinha, caída no chão naquele lugar escuro.

Ali começaria a sua verdadeira vida como Angelina.