Não me recordo de todas as lembranças do tempo de criança. Embora para minha mãe as lembranças de minha infância são nítidas. Ela contou-me diversas vezes que demorei para falar. Porém eu falava "inglês de bebê" fluentemente. Sempre rio de seu comentário, mesmo não me recordando daquela época. Mas há fatos que são inesquecíveis. Por exemplo, a primeira palavra que li. Ou o primeiro livro que li aos dez anos. Minha alfabetização foi difícil, e dolorosa.
Lembro-me da primeira escolinha, ou melhor, da minha primeira professora. Tia Lurdes. (nome fictício) Ela era carinhosa e segurava minha mão ao me ajudar a contornar as letras em traçado pontilhado. Na verdade ela me ajudava em todas as tarefas. Infelizmente em minha vida escolar na infância, ela foi à única que percebeu que eu precisava de um pouco mais de atenção.
Ao concluir o tempo nessa escolinha, fui transferida para outra. Ela era pertinho da minha casa. Dava para ir a pé. Minha mãe estava aminada em eu ir para está nova escolinha, ela era muito bem recomendada, assim como a professora Maria (nome fictício). A animação de minha mãe me contagiou, mas por pouco tempo. Professora Maria era rigorosa e eu tinha medo dela. Ela me chamava de preguiçosa por eu não conseguir fazer as tarefas. Ela apertava minha mão ao tentar me ajudar a responder. Colocava-me de castigo.
Eu odiava ir a escolinha.
Eu sentia falta da tia Lurdes.
Erika Alves
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Relatos De Uma Disléxica
No Ficción"Relatos de Uma Disléxica" é uma historia de fatos reais que tem como meta dividir experiências, superar preconceitos, e limites.