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Sophia

Assim que observo as piscinas ao fundo da rua, suspiro, está frio e o céu ameaça chover. A minha mala está bastante pesada e vendo que sou magra e sem muita força, não ajuda. Atravesso a passadeira e entro. Faço o caminho para a porta onde me permite passagem para os balneários, mas esta está fechada. Olho em volta, não encontro o meu professor, bato à porta e espreito o seu interior, ninguém se encontra presente.

"Buuh."- Gritam aos meus ouvidos, acompanhado de um abano nos meus ombros fazendo a minha pressão cardíaca aumentar, levo a minha mão ao local do coração e um riso já conhecido por mim voa até ao meu canal auditivo.

"Deus Harry! Tu queres-me matar!" - Exclamo virando-me para o mesmo.

"Não é minha intenção matar-te Sophia." - este ri novamente e suspiro, revirando os olhos.

"Mal de ti se fosse." - digo e este abre a porta com umas chaves, olho de leve para este. Harry está com uma camisa preta vestida e com umas calças pretas a combinar. O seu cabelo está virado para a direita e um sorriso dança no seu rosto, fazendo-me sorrir também.

Assim que a porta é destacada, o habitual cheiro preenche as minhas narinas. Só o cheiro me causa arrepios.

"Vai te despindo Soph, vou fazer o mesmo, encontramos-nos na piscina dentro de poucos minutos. " - Este liberta a sua voz rouca e assinto. Este volta a trancar a porta, colocando as respectivas chaves no balcão, assim que repara que eu tenho o olhar preso nele, abre novamente um sorriso brilhante, e caminha com ele até aos balneários dos professores.

Finalmente, parece que acordo e dou asas aos meus pés para seguirem até ao balneário cor de rosa. Abro-o e como previsto, vai ser todo para mim, pouso a minha mala num canto e começo a despir-me, dobro a roupa,e descalço-me.

Já em trajes de fato de banho, pego na touca e caminho até ao espelho. Encaro-me, a mim e às minhas profundas olheiras que ainda não abandonaram o meu rosto deste manhã. Faço um pequeno rabo de cavalo de forma em que seja mais fácil meter a touca.

Faço a primeira tentativa a tentar coloca-la, mas esta sai falhada. Faço a segunda, e consigo a meter, e quando vou para festejar, percebo que a meti ao contrário, oh raios. À terceira é de vez. Pego no pedaço de silicone e envolvo-a na minha cabeça, mas esta parece sempre ganhar vida e saltar.

"Merda!" - Exclamo em descontentamento, atirando-a para o lavatório.

"Algum problema Sophia? " - Oiço o meu professor a questionar-me, já de uma pequena porta que separa as piscinas e o balneário.

"Não consigo meter esta porcaria na cabeça!" - bufo.

"Queres ajuda? "- Oiço novamente e não respondo, será demasiado vergonhoso. " Posso entrar? "

" Sim..." - murmuro e são audíveis as passadas de Harry.

Tapo a cara envergonhada, e sinto o calor do corpo do dono dos caracóis atrás de mim, desvio um dedo da frente dos meus olhos, vendo pelo reflexo o mesmo, ainda de cabelo solto.

"Tu não estás a usar touca. Porque é que eu tenho que usar? Não é justo." - Defendo-me e este não me retorna resposta, em vez disso deixa suar uma pequena gargalhada e tiro as minhas mãos da minha cara.

As suas grandes mãos alcançam a minha touca azul escura e estica-a, e levanta os seus braços e eleva-os a cima da minha cabeça, e a pouco e pouco pousa-a em cima do meu cabelo,os seus movimentos são suaves e leves. Sinto o silicone a guardar o meu cabelo e a minha cabeça a apertar.

" Talvez eu goste de te ver com touca, é por isso que usas e eu não. "

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"Bem, podes entrar vamos então começar-" O meu professor começa o seu discurso mas páro-o

Under Water | H.S - HIATUS Onde histórias criam vida. Descubra agora