The Phoenix, por Nina Cavalleiro

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Sinopse: O tempo passa e sempre ocorrem mudanças, sejam elas grandes ou não. Talvez, o que você acha que iria acontecer, não acontece. "Você sabe que o tempo se arrasta, quando você está esperando a canção começar. Então dance sozinha ao som da batida do seu coração."
Gênero: Suspense.
Classificação: Livre.
Status: Shortfic – Finalizada.


Annie's POV

Ele estava me encarando desde que cheguei à festa. Seu cabelo era preto e liso, seus olhos, eram azuis como o mar. Ele tinha muito charme, eu não podia negar. Estava dançando ao ritmo envolvente da música que tocava e ele resolveu se aproximar. Estávamos dançando na mesma sintonia, no mesmo ritmo. Era como se um completasse a dança do outro. Começamos a nos envolver e cada vez mais eu o queria ali, comigo, e me deliciava da situação. A festa acabou e ele me levou até um galpão, onde ele morava.
Passei a andar com ele todo dia, descobrir um pouco mais sobre ele. Decidi sair de casa, estava completamente apaixonada por aquele homem que me levava cada vez mais para um poço sem fundo. Mas, quem disse que eu estava ligando? Ele me ensinou a viver de um jeito diferente, empolgante, e uma vida ao lado dele era ótima. Sabia que estava indo para um caminho sem volta, mas eu confiava em Jake. Se a vida dele é assim, por que a minha também não pode ser? As emoções que vivi desde que o conheci me fizeram querer cada vez mais saber sobre o mundo do crime. Onde fui parar? Exatamente.
Porém, ao contrário de alguns amigos meus que acham que eu me arrependo de ter conhecido Jake, eu amo isso tudo. Amo o crime, amo o Jake, amo minha vida e amo minhas aventuras. Não poderia pedir algo melhor. Eu tinha tudo em minhas mãos. Nada poderia me impedir de fazer o que eu quiser. Essa era a vida do crime. Você vive cada dia como se fosse o último e isso faz sua vida ser muito mais animada. Tudo era perfeito, até ele me abandonar e não dar mais sinal de vida. Isso fez meu mundo cair. Tudo se tornou estranho, tudo ficou diferente. Foi a partir desse momento, que comecei a fazer coisas de que me arrependo amargamente.


Jake's POV


"Vejo ela tirar uma caixa de dentro do bolso, e da caixa, um fósforo. Nunca havia visto ela com aquele olhar, de ódio. Ouço o barulho dela rasgando o fósforo na lateral da caixa e ele se acender.
- Você tem certeza que vai fazer isso? Você não sabe brincar com o fogo. – Digo enquanto ela caminha, ficando cada vez mais próxima a casa. Ela se vira pra mim e dá um sorriso de lado, um sorriso cínico, de ódio.
- E, quem disse que isso é uma brincadeira? – E assim, ela jogou o fósforo, em cima de uma poça de gasolina.
O fogo foi surgindo no rastro de gasolina que jogamos na casa, Annie não se afastou, nem por um instante, ela estava admirando a casa, de perto, não tirava o sorriso do rosto, ela estava se deliciando com a situação.
Andando em direção ao carro, escuto um estouro ensurdecedor. Viro-me novamente para a casa e, ela agora estava caída. Tinha fogo por todos os lados, na grama, na árvore e, na Annie. Ela estava queimando ali, junto com sua obra. Debaixo de um pedaço de madeira, pude escutar seus gritos, pude ver Annie apavorada. Mas não tinha o que fazer, ela já estava morta."
- Annie!
Acordo suando frio, sentindo minha respiração ofegante. Era só um sonho, só um sonho. Vejo Annie dormindo ao meu lado, como um anjo, e levanto da cama, passando a mão pelo rosto. Eu precisava ir embora, por ela.
Coloco todas as roupas que tinha ali dentro da minha mochila, de qualquer jeito. Bebo um copo de água e olho para Annie, que ainda estava dormindo. Abro o cofre que tinha escondido na minha gaveta e de lá tiro o que eu deveria ter dado para Annie há muito tempo. O colar era precioso, até demais. Coloquei sobre a mesa, a caixa com o colar. Fui até a cama e tirei uma mecha de cabelo que estava em seu rosto e dei o, provável, último beijo nela. Eu não podia mais estragar a vida dela, a encher de ódio, e levar a vida dela direto para o inferno. Ela tem que mudar de vida, casar, ter filhos.
Levanto-me pegando minha mochila e a arma. Abro a porta e olho pela última vez para aquele lugar que eu estava deixando. Balanço a cabeça negativamente e entro no carro, girando a chave e começo a andar devagar pelas ruas vazias. Eu estava, definitivamente, deixando a cidade.

Especial Young Blood ChroniclesOnde histórias criam vida. Descubra agora