Alone Together, por Frann Strack

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Sinopse: Quando duas almas problemáticas se encontram, tudo pode acontecer – principalmente se uma estiver atrapalhando os planos da outra.
Ele, um assassino a sangue frio que mataria qualquer um que precisasse. Ela, uma ladra boa de luta que ainda tem muito o que aprender. Isso não pode acabar em coisa boa, pode? 
Gênero: Drama, romance.
Classificação: +14.
Status: Shortfic – Finalizada. 


I don't know where you're going but do you got room for one more troubled soul?

(Eu não sei para onde você está indo, mas você tem lugar para mais uma alma problemática?)
I don't know where I'm going but I don't think I'm coming home
(Eu não sei para onde eu estou indo, mas eu não acho que esteja voltando para casa)
And I said: "I'll check in tomorrow if I don't wake up dead"
(E eu disse: "Eu aparecerei amanhã se eu não acordar morto")
This is the road to ruin and we're starting at the end!
(Essa é a estrada para a ruína e nós estamos começando pelo fim!)

Eu andava pelas ruas da capital observando tudo ao meu redor. A neve havia finalmente parado, mas a rua ainda estava coberta de branco, provando a existência da nevasca de ontem. A noite estava limpa e o céu estrelado; Era uma pena que não conseguíssemos vê-las muito bem por causa da poluição luminosa da cidade grande. Washington DC, eu odeio você! As árvores brilhavam com as luzes natalinas e havia enfeites por todos os lados. Era um cenário lindo, devo dizer. Parecia que tudo estava no lugar certo para criar aquele clima da época. Mas eu não concordava com isso, não fazia sentido algum para mim. Era Natal... E eu não poderia me importar menos.
Em plena noite de 24 de dezembro – véspera de Natal – havia apenas uma única coisa que me faria sair do calor da cama do meu quarto de hotel; Uma coisa não, uma motivação... E ela estava nesse prédio agora, na festa do Plaza Hotel. O lugar era cheio de seguranças e, obviamente, tinha uma lista de convidados restrita. Eu nem mesmo conhecia quem estava dando aquela festa, mas isso não importava – já tinha até dado um jeito de ser incluído na lista. E aqui estava eu, de terno e gravata – o que eu odiava – nessa festa de rico, daquelas bem sem graça. Não viria em um evento desses nem que me pagassem. Mas como eu já disse, só estava aqui por uma razão: Matar JJ, aquele filho da puta.
Julian James estaria aqui e eu também sabia que ele nunca pagaria todo o dinheiro que me devia. A conclusão era simples: Eu tinha que eliminá-lo. E ele estava bem ali na minha frente. Só bastava esperar até que ele saísse de perto das pessoas, do bar e daquela piscina enorme do Plaza. Assim que JJ fosse para um lugar mais reservado, ou simplesmente mais para o lado de dentro do hotel, eu poderia executar meu plano. E isso logo aconteceu.
Larguei meu drink, intocável até o momento, e o segui. Ele parecia preocupado com algo, parecia estar esperando alguém – mas eu seria rápido, então não haveria problemas. Tirei minha faca do bolso e apertei o botão, fazendo a lâmina prateada aparecer. Era bem parecido com um canivete, porém, era grande e estava bem afiada. Meu sorriso de satisfação estava já refletido ali. No meu próximo passo, fui empurrado por trás e desarmado rápida e agilmente antes mesmo que conseguisse ver o que havia me atingido. Como pude ser tão desatento? A vontade de vê-lo estirado no chão, com seu sangue em minhas mãos era maior do que a cautela, então simplesmente tinha esquecido dessa palavra.
– O que diabos você pensa que está fazendo? – a mulher que me desarmou perguntou, demonstrando raiva.
– Vai me dizer que você está protegendo esse cara? – fiz careta, observando seu vestido longo azul brilhante – E com essa roupa.
– Você está acabando com os meus planos – ela cravou a minha faca entre meio suas coxas e rasgou o vestido até os pés, conseguindo se mexer melhor agora.
– E você com os meus – a olhei, sem acreditar naquilo – Eu cheguei aqui primeiro.
– Ah, não, querido, você não chegou – ela riu, sarcástica – Eu vi você chegar e acredite, eu já estava aqui esperando.
Antes que eu pudesse falar mais qualquer palavra, ela jogou a faca no chão e partiu para cima de mim, acertando o primeiro golpe em meu ombro. Ela tinha agilidade, mas eu ainda era mais forte. A golpeei, mas ela desviou. Após poucos segundos de luta, ela parou, afastando-se alguns passos; Ela olhava fixamente para o mesmo lado. Segui seu olhar.
– Cadê ele? – perguntei, dando-me conta de que o cara havia aproveitado a nossa distração para ir embora.
– Fugiu – ela disse e eu a fitei enquanto a raiva crescia dentro de mim – Parece que foi mais inteligente que você.
– O que você está fazendo aqui, garota? Esse mundo não é para você – peguei a faca e a guardei – Por que você tinha que aparecer justo naquele momento para me atrapalhar?
– Eu? – ela riu seco – Você foi quem apareceu de fininho, estragando o meu roubo.
– Você ia roubar o que dele? – debochei – JJ nem me pagou o que estava devendo.
– Isso porque esse cara é um canalha – revirou os olhos – Ele tinha um diamante que roubou hoje, ele ia negociar com alguém. Eu ia roubar dele, e você estragou o meu assalto.
– Você estragou o meu...
Ela voltou a partir para cima de mim, mas dessa vez eu usei o braço para me defender. Um momento naquele bate, desvia e defende e ela fez algo inesperado. A mulher pulou em mim. Aquele tipo de golpe que você vê nos filmes. Ela pulou, enganchando suas pernas ao meu redor e usando a força do seu corpo para nos girar, nos fazendo ir ao chão. Ouvimos barulhos e quatro seguranças enormes apareceram, nos arrastando para fora dali. Estávamos na festa de véspera de Natal em um dos hotéis mais caros da cidade... Chegava a ser engraçado. Nada como ser jogado na calçada. Aqueles ricos idiotas iam lembrar de nós para sempre – fizemos uma grande saída.
Os seguranças não nos deixaram nem mesmo ficar ali na frente. Fizeram a gente atravessar a rua para a grama – ou seria melhor dizer neve? – do Thomas Circle Park, onde tinha a estátua do cavaleiro – que eu não fazia questão de saber quem era. A mulher que havia me desarmado mais cedo, agora andava de um lado para o outro, estressada. Ela chutou a neve em minha direção, fazendo cara feia. Bufei e revirei os olhos. Não estava a fim de ter outra luta, que acabaria com a nossa cara na neve.
– Feliz Natal, seu otário filho da puta – ela grunhiu, cerrando os olhos.
– Feliz Natal, vadia babaca!
E essas foram minhas últimas palavras antes de virar as costas e sair, atravessando o Círculo e andando pelas ruas de DC. Segui a avenida que ia em direção à Casa Branca. Eu só queria achar um bar aberto para tomar um porre antes de voltar para o fundo do meu quarto de hotel. Aquela desgraçada tinha estragado com a minha noite. Agora seria quase impossível encontrar Julian James outra vez.

Especial Young Blood ChroniclesOnde histórias criam vida. Descubra agora