O ladrão de sonhos

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Certa vez estava distraída no ponto de ônibus com meus sonhos na mão, quando um homem sombrio passou por mim e anunciou um assalto. Ele levou meus sonhos em suas mãos e saiu correndo. Por um segundo hesitei em correr atrás dele, pois não sabia se ele teria uma arma para acabar com tudo. Mas eu corri. O persegui, gritei, pedi ajuda e ninguém se importou. Ele corria rápido demais.Chorei, senti raiva do mundo. Eu não poderia comprar meus sonhos em outra loja, eu não conseguiria os substituir por outro objeto, ou sentimento, qualquer. Quando acordei na manhã seguinte, eu não desisti. Virei detetive e, depois de muito tempo, finalmente achei o ladrão de sonhos. Incrivelmente ele carregava meus sonhos no bolso. O encarei e disse: nunca mais irão roubar o que é meu. Foi quando me surpreendi: ele chorou dizendo que havia roubado meus sonhos pois havia se perdido dos seus. Então foi quando entendi que esse homem se chamava Medo e, enquanto eu não o encarasse, ele nunca iria se render. Virei detetive da minha felicidade e prendi a realidade que eu queria em minha vida. E, desta vez, ela está em detenção perpétua.

Ah, e o Seu Medo? Ele ainda está por aí. Se o encontrar em alguma esquina o enfrente e não diga por onde eu ando. Ele não pode mais me encontrar.

Maresia SentimentalOnde histórias criam vida. Descubra agora