Capítulo 3 - Kátia tem uma... dublê?

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Todos nós ficamos estáticos, surpresos demais para falarmos qualquer coisa.

- Iss..

Ding dong...

A campainha foi ouvida do lado de fora, interrompendo qualquer coisa que eu ia dizer.

- Ah, alguém chegou! - Exclamou Vitor, indo correndo até a porta e a abrindo imediatamente. - Lucas! Finalmente!

- Oi, Vitor. Aqui está seu presente.

- Uau! Obrigado! - Agradeceu o garoto enquanto dava espaço para um menino moreno passar. Ele pegou o pequeno embrulho do amigo, e o abriu imediatamente. - Uma boneca! Nossa, é exatamente o que eu queria! Ela e o Hemet serão grandes amigos.

- Sabia que você ia gostar. - Disse Lucas com um sorriso, e em seguida olhou para nós. Mais precisamente para Kátia. - Quem são eles?

- Ah, eles estão instalados na casa de vovô durante este final de semana. - Respondeu Vitor sem prestar muita atenção. - Ele pediu para que eles cuidassem da gente enquanto ele não chega.. - Ele olhou para gente, e em seguida para a boneca. - Ei! Espere um pouco... Ela roubou o estilo da minha boneca!

- Quem? - Perguntei confuso.

- Ela! - Ele apontou para Kátia, mostrando sua boneca logo em seguida.

- Mas que diabos..? - Dio exclamou surpresa, tomando a pequena boneca da mão do garoto, alternando seu olhar entre a borla e Kátia.

Me aproximei da mesma, a observando com certa curiosidade. Ela era incrivelmente idêntica à Kátia. Desde os cabelos castanho-avermelhados até as calças e botas pretas. Olhei para a Kátia verdadeira, percebendo que ela estava tão surpresa quanto nós com o brinquedo. Seus olhos castanhos estavam arregalados, assim como os da boneca.

- Viram? Ela copiou o estilo da boneca. Briguem com ela! - Exclamou Vítor, tomando a boneca das mãos de Dio, que assim como todos os outros, estava atônita.

- Mas eu não copiei o estilo de ninguém! Como essa boneca pode ser tão parecida comigo? Até nas roupas!

- Esquece isso, Vitor. - Disse Lucas. Ele parecia estar se divertindo com a situação. - Vamos brincar.

- Tá bom... - Ele deu uma última olhada para Kátia antes de se virar e entrar em um dos cômodos da casa.

🔻🔻🔻

Passamos a meia hora seguinte recebendo os convidados, todos crianças. Nós achamos um pouco estranho não termos visto sinal de nenhum pai, mãe ou qualquer outro adulto sequer, mas tentamos não nos importar muito com isso.

"Eles devem ter compromisso urgente, é isso." É o que repetíamos para nós mesmos sempre que uma criança surgia no meio da noite e entrava na casa. "Todos os vinte e três pais..."

O quarto de Vitor estava cheio. Dava para escutar perfeitamente as risadas altas mesmo da sala em que nos encontrávamos.

Ding dong...

- Sua vez, Ethan. - Disse Jules para mim, os pés em cima da mesa enquanto tomava um copo d'água em uma caneca de madeira.

- Tá bom... - Me levantei com um grunhido e fui na direção da porta, abrindo-a com um pouco mais de força do que o necessário.

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