Meu Espelho Não Tem Coração (Degustação)

Parte 2

Prisão

Esse é meu inferno particular...

Não vejo nada, consigo escutar um barulho em minha cabeça, como uma zoada de besouro, mas não escuto nada lá fora, está frio e escuro, sinto um fedor muito ruim, começo a pensar por um instante que aquele era o inferno que todos diziam que iriamos passar, quando uma luz fere meus olhos. Me pegam pelo braço e me levam para uma causada, encostando-me em uma parede de concreto, jogando água em mim, fazendo com que aquela água batendo em minhas costas, me lembrasse de como é sentir a pele sendo arrancada do corpo; para eles aquilo era um banho, pra mim, era um castigo por ter terminado a prova por último.

Eles tinham regras rígidas nas provas de campo, quem saia antes deles mandar era punido, quem chegava por ultimo era punido, quem não conseguisse concluir a prova era punido.... eles levavam todos que fracassava para um quarto, que eles mesmo chamavam de o quarto sombrio, lá eles batiam nas crianças mais fracas, as que eles achavam que mereciam, e depois eles as jogavam em outro quarto, fedido e escuro, por três dias ou mais, deixava a criança com fome e só com os piores pensamentos; eles faziam isso para despertar o ódio dentro do coração dos jovens; e eles conseguiam, porque depois que as crianças passavam por aquilo, elas não queriam voltar mais lá, e ficavam brutas e com muito ódio.

Eu nunca conseguia concluir as tarefas, sempre fracassava, isso fazia com que meus sentimentos ficavam mais doloridos, mas eu tinha que controlar, se não eles me batiam; de todas as crianças que tinha em Gouland, eu era a que mais apanhava lá, porque eu me recusava a me desfazer de meus sentimentos; Kara pelo contrario, com uma ano em Gouland, Kara já estava quase sem seus melhores sentimentos, isso fazia com que ela se empenhasse nas tarefas, e as vezes ela conseguia concluir, mais ainda estava na turma dos fracasados; tinha alguns amigos em Gouland, que nesse caso não poderiamos ter, mais eles não proibiram por enquanto, dependendo das fazes que estavamos, as regras não valiam, mais ao longo do tempo, quando vamos subindo de faze, sempre aparece uma regra pra seguir. Tenho um amigo leal dentro de Gouland, alem de Kara ele também me ajuda a passar por certos momentos ruins, e ele também se recusa a se desfazer de seus sentimentos, quando estou com ele, me sinto segura, o nome dele é Harry Miller, mandado para Gouland por seu proprio pai; um milionário que não ligava para os filhos, e só queria dinheiro; Harry era um grande amigo, na parte da noite nós contavamos algumas lembranças boas que tivemos um para o outro, isso fazia com que nos sentisemos melhor onde estavamos, eu gostava tanto do Harry que eu nem pensava que um dia poderia me separar dele e de Kara.

Agora tenho meus quinze anos, e estão fazendo colheita para levar os mais empenhados para Thork, outra organização onde ensinam a matar. Infelismente eu não consegui entrar na colheita, e todos que não consegue, passa pelo mesmo prosseso de treinamento infernal em Gouland, para piorar a cituação, eles tiraram Kara e Harry de mim. Kara esta muito forte, e chamou a atenção dos chefes de Thork por resistir a uma tortura em um trinamento da quarta faze de Gouland, onde nenhum outro joven resistiu, e por isso ela foi a primeira escolhida na colheita, eu e ela eramos muito apegadas, e isso fez com que sentisemos medo da nossa separação. Harry também teve um bom empenho em algumas provas de treinamento, por isso ele também foi escolhido na colheita. A parte em que mais tive medo, foi ao velos partir, meu coração gemeu, e por um breve momento eu deixei uma lagrima cair, quando viram aquela lagrima, eles me pegaram, me bateram e me deixaram desacordada no quarto escuro, mais eu já estava tão acostumada com aquele quarto, que não era mais assustador, eles diziam que eu não havia aprendido nada, que eu ainda tinha sentimentos, e por isso, eu não era digna a ir para Thork, aquela noite foi a noite mais obscura da minha vida, porque me fez sentir o que eu mais temia, o ódio, e naquela noite eu decidi que eu não iria passar por aquele inferno de novo, e comecei a bolar um plano para fugir de Gouland. Ninguém nunca fugiu de Gouland, Thork ou Horegon antes, e qualquer uma que tentasse fugir era morto, mais eu pesquisei todas as possibilidades de fuga, pesquisei a forma de outros jovens que tentaram fugir e morreram, pesquisei tudo; mais todo lugar bem seguro, sempre tem uma falha na segurança, isso foi eles quem me ensinaram, eu só precisava achar a falha, e usar ela a meu favor. Tinha um boeiro em baixo de toda a Gouland, esse boeiro servia para passar a água da chuva, e uns cem quilometros tinha um rio onde toda água decia por ele; essa é a minha saida, mais já tentaram fugir por esse boeiro antes, e eles tomaram precauções, e colocaram uma cerca elétrica permitindo a passagem só da água; pra eu conseguir passar por essa cerca, eu teria que causar um curto circuito, e foi assim que fiz; mais ainda tinha um outro problema, quando algo, ou o que tocasse na serca, acionava um alarme de segurança para saberem que tem alguém ou alguma coisa mexendo na cerca, claro que era para pegar e retirar o corpo eletrocutado do boeiro; para eu conseguir sair, eu teria que desativar o alarme e causar um curto, mais para fazer isso eu tinha que ter recursos, então toda noite quando tinha toque de recolher, eu roubava uma coisa dos guardas, foi assim que consegui tudo que precisava para sair daquele inferno. Com uma bateria de carro e alguns fios, peguei uma lanterna e meia noite de uma querta-feira, estava eu decendo pelo boeiro em direção a cerca elétrica, consegui umas luvas de borracha, e rapidamente montei os fios na bateria, se eu tocasse os fios na cerca, eu causaria o curto, mais não sabia como desligar o alarme, então pensei, depois do curto, vai acionar rapidamente o alarme, e vai desligar porque eu iria deixar toda a Gouland no escuro, então fiz.....

Agora só vejo um luz muito forte refletindo em meu olho, mais eu já havia previsto isso. Ouvese um silêncio rapido em Gouland, e todos os lugares onde andei, onde chorei, onde sofri estava no escuro por causa minha, senti um pouco de orgulho e disse para a minha propria conciência: Por essa eles não esperavam. Agora estou correndo e contando as horas e quilometros dentro daquele boeiro fedido, muitos guardas armados atras de mim, e eu só com um pensamento, em sumir daquele lugar. Minha força de vontade falava mais alto, e durante o tempo em que corria, para alcansar uma saida, eu pensava em Kara, onde ela estava, o que estava acontecendo com ela, sendo que ela ja tinha cido levada na colheita a dois meses, e eu não tinha nenhuma noticia dela ou de Harry, mais uma luz atrapalhou meu pensamento, quando rapidamente ela se aprocimava, e enfim, cheguei até o rio, mais uma bala de repente do nada me acerta pelo as costas, e caio na água com uma dor incomparával, deveria já ter me acostumado com a dor, mais aquela não me poupou, a bala acertou meu figado, corroendo toda parte esquerda do figado; mais pra eles eu estava morta, pelo a quantidade de sangue que corria na água, eles nem checaram, nem fizeram ronda, nem andaram pelo local para garantir que eu estava morta mesmo, só queriam voltar para as suas camas confortáveis e esperar que o dia amanheça e recomecem um novo dia...

Assim foi a noite em que eu fugi...