Parte 3

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Liberdade

Sinto a neve tocar o meu rosto, o cheiro de água como de chuva me faz me sentir bem pelo a primeira vez depois de muito tempo, a miha frente tem uma arvore linda, coberta de neve, e começo a caminhar em sua direção, e quanto mais eu me aproximava daquela arvore, mais eu me sentia feliz em estar ali, a brisa leve, a pureza de uma simples arvore me faz descobrir que finalmente estava livre, ao me aproximar daquela arvore, estico minha mão para toca-la....


- Quem é você? Onde é que estou? Como vim parar aqui?

- Se acalma porfavor!

Estava desesperada, quando acordei de um sonho longo.

- Quem é você? -Falo em um tom alto de voz.

- Meu nome é Sara! Estou aqui para ajudar, porfavor, se acalma.

Estava desesperada de mais para me acalmar, quando entra um homen no quarto e diz:

- Tudo bem Sara, pode deixar, eu cuido dela!

Ele era bem velho, tinha os cabelos todos grisalhos, e uma barba bem razuável, e o tom da sua voz era suáve, ele era gentil.

- Meu nome é Bruce Owen, e estou aqui para ajudar.

- Ajudar?

Dei uma leve gargalhada de irônia

- Não confio em ninguém....

Antes que eu terminase de falar, ele me cortou e disse.

- Por isso estava quase morta?

Quando tentava me levantar, eu sentia uma dor muito forte na parte esquerda das minhas costas.

- É melhor você ficar deitada!

- Como vim parar aqui? A última coisa que me lembro é de....

Parei de falar na hora, e dei uma olhada em volta. Sem câmeras, sem paredes escuras e fedidas, sem nunhum guarda dentro daquele quarto, pensei por um instante que não poderia estar em Gouland, apesar de tudo, aquele velho era gentil de mais para ser um assassino.

- Já acabou sua analise? -Disse ele.

- O que?

- Analise, esta analisando o quarto, contou as janelas, bateu o dedo indicador três vezes na cama, isso indica que acha que tem alguma coisa errada!

Dei um enorme salto da cama, fazendo com que sentisse muita dor. Ele sabia que eu estava análizando o quarto, isso me fez ter medo de estar de volta em Gouland, claro que em um outro lugar onde nunca estive.

- Quem é você? Como vim parar aqui? O que você quer de mim?

- Opa, calma, uma pergunta de cada vez! Cada resposta pode ser a chave para uma grande descobeta!

- Não brinca comigo velho, você não sabe com quem está falando!

- Então porque você não me conta?

Olhei bem dentro dos olhos dele, e vi uma coisa diferente, uma coisa fora do normal, parei e análisei bem ele, as suas roupas eram folgadas, ele usava uma muleta de pau e sandalias de pau. Encarei ele por alguns minutos...

- Você.... Você é cego!

Falei sussurando. Ele fez uma cara de surpreso, porque
Não dava pra perceber que ele era cego, não de cara, e ele abriu um sorriso pra mim e disse.

- E você é análistica! Olha, acho que começamos errado com você, claro que não faço ideia de onde você veio, e pra falar a verdade, prefiro nem saber, mais você não está aqui porque foi forçada a vir pra cá, dois de meus guerreiros acharam você quase morta na beira do rio Gal, e eles acharam por bem te socorrer, trouxeram você, e cuidamos de suas feridas. Como eu disse, meu nome é Bruce Owen, mais pode me chamar de Owen, se quiser saber mais, vem comigo, já que está em pé, acho que dá conta de dar uma voltinha.

- Esse é um centro de treinamento para jovens aprendiz, os pais deles trazem eles para treinar Cong Fu, Caratê e Judô. É como aquelas escolhinhas que ensinam crianças a não usar os golpes que aprendem, mais ensinam para ganhar dinheiro. Aqui é um pouco diferente, eles aprendem a se defender de verdade.

- E, é você que treina eles? -Perguntei

- A maior parte sim!

Sorri levemente no canto do rosto.

- Tá, sei! -Disse eu.

- O que? Um velho não pode treinar crianças e jovens?

- Pode! Só não sabia que velhos cegos, treinavam crianças e jovens!

Felei com irônia.

- Nem sempre o que podemos ver, é o que realmente vemos! -Falou ele.

- Nossa, alem de velho, cego, ainda é poeta!

- Posso ser cego criança, mais consigo ver mais que qualquer um aqui.

- Se me chamar de criança denovo, alem de cego, vai ficar mudo!

Ele deu um sorriso de leve e disse:

- As pessoas acham que conseguem ver, porque podem enchergar, mais não precisamos enchergar para ver.

Dei uma guargalhada.

- Tá velho, já chega de seus poeminhas toscos...

- Não são poemas criança. Você acha que pode ver as coisas porque tem um olho que encherga. Não vejo com o olho, vejo com o coração, sinto as coisas, ouço as coisas, tipo o vento que acabou de mudar, o beija Flor que acabou de cheirar uma flor, o barulho do rio que está a mais de cem quilometros daqui. Isso criança, que é ver; Não olhar para mim e dizer que esta vendo.

- Uhm! Tá! Já que você está me vendo, então me diz, como eu sou? -Falei sorrindo, e curtindo com a cara dele.

Ele nem olhou para mim, acho que ele sabia que eu estava usando a irônia o tempo todo com ele, mais não sabia que ele me descreveria com tantos detalhes, ele falou até como gosto de deixar meu cabelo, eu por alguns segundos fiquei sem palavras, mais ainda não conseguia confiar nele.

- Pode parar de me testar agora criança, já tem tudo o que precisa para confiar em mim.

Ele me fez ver que existia pessoas boas nessa terra, pessoas daqual eu não conhecia, vi o geito que ele tratava as crianças que faziam aula lá, vi como as crianças gostavam dele, e me senti pelo a primeira vez em casa.

Owen me deixou ficar ali com ele, me deu um lugar confortável para dormir, comida boa para comer, e amigos. O tempo foi passando, e Owen ia cada vez mais dispertando o meu lado bom de novo, ele me treinou, me ensinou a controlar a raiva que Gouland tinha despertado em mim, ele virou um pai para mim. Eu tinha apenas quinze anos de idade quando conheci Owen, conforme o tempo ia passando, eu ia aprendendo mais sobre ser boa, e contei tudo sobre mim para Owen, contei de onde eu vim, e o que passei para chegar no rio Gal, onde me encontraram, Owen nem piscava, mais dava pra ver o quanto ele achava abominável o que faziam em Gouland, Owen cuidou de mim por seis anos, e por seis anos aprendi a reconstruir meus sentimentos novamente, eu gostava de lá, e não queria mais ir embora.

Meu Espelho Não Tem Coração (Degustação) Onde histórias criam vida. Descubra agora