Crônicas VII

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Afinal, por quê não somos um país bilíngue?

Vivemos em um mundo cada dia mais globalizado não pela natureza que o cria, mas pela humanidade que o transforma. Entretanto, continuamos a nos desestruturar em diversos setores da comunicação mundial, fazendo com que o planeta chegue a alguns problemas que vem possibilitando guerras e conflitos que podem ser evitados. Trata-se da capacidade de comunicação. Esta ferramenta, este comando que da qual me refiro é inerente ao homem, portanto para quê tantas guerras? É evidente que em primeiro momento vem à minha mente essa questão. As guerras. Homens contra homens, logo, humanidade contra humanidade. Estamos em um ambiente vasto e tão grande, que ainda assim, somos capazes de propiciar desavenças. Não é uma questão de romper com o nacionalismo ou com o patriotismo, por exemplo. É uma questão de "disposição humana", diria que este seja um termo ainda desconhecido, mas de fato é uma frase simples e singela poderosa de conceitos. Sim, estamos sendo alvo de nós mesmos. O mundo não é um objeto a posse de todos. Tampouco não é um papel e muito menos um material descartável. O mundo é um patrimônio de todos. Portanto, somos responsáveis por toda a sua totalidade.

A cidadania global surge como uma ponte entre esses conceitos. Uma palavra de total relevância para as concepções de autoconscientização e de principalmente "maturidade cultural". Essa mesma capacidade global que agrega pensamentos de soluções, torna-se na verdade uma corrente universal, onde todos os seus ocupantes se juntam e formam apenas um, o próprio mundo. É uma atividade cultural, onde cada nação fará com que seus habitantes se tornem de fato cidadãos ligados ao mundo, com uma capacidade de relacionamento mais abrangente e natural possível. Não é uma tarefa fácil. É uma tarefa diária, é uma atitude. Há de se acreditar que cada país possua sua própria cultura, seu anseio de vida e sua essência. Mas particularmente em meu país ainda há uma pequena "maturidade sustentável-cultural" que sim, de alguma forma, está somando com o resto do mundo. É explicito que posso dizer aqui diversas coisas reais e desagradáveis a respeito de meu país quanto a sua atitude perante o mundo. Mas diante dessa realidade é preciso notar e evidenciar as suas mínimas atitudes que o mais pouco que seja vem fazendo a sua parte. Estamos diminuindo gradativamente a produção de produtos que vão de contra ao meio ambiente, estamos aumentando nossa produção de reciclagem e com isso fazendo a nossa parte. Somos uma das nações mais pacíficas com outras nações e obtemos uma boa relação internacional. Estamos nos unindo a chamada língua do mundo, onde estamos sendo incentivados a estudar a língua inglesa como segunda língua. Isso é fazer a nossa parte. Não importa o seu nível de importância ou de força. Apenas estamos trabalhando e cooperando no que podemos.

A chamada capacidade multilíngue está intimamente relacionada a isso, ao que o quê uma nação pode fazer para se aproximar do outro? Estamos estreitando isso a cada dia. Com o papel de disseminar a relação internacional. É de suma importância que todos os cidadãos obtenham conhecimento e habilidade em uma outra língua. Isso não é de forma alguma tentar unificar uma concepção política ou muito menos de acabar com essas orientações políticas. E sim uma forma de aproximar as nações, de diminuir os índices de conflitos e guerras civis no mundo. É um "poder". Não é um "dever". Precisamos nos abrir e nos externar a ideia de que o mundo é um universo. Não uma ilha isolada em um imenso mar. Onde existem nesse mundo bilhões de pessoas, que pensam diferente, que vivem diferente, mas que possuem tantas coisas em comum. A começar nas formas físicas, onde todos nós possuímos cabeças, braços e pernas, onde todos nós possuímos sentimentos e emoções, onde todos nós possuímos famílias e parentes, onde todos nós possuímos um país e uma nação. É preciso que haja uma quebra nesse preconceito de que um mundo melhor não existe. Onde as pessoas nunca serão capazes de se civilizar umas com as outras. Nunca acontecerá de fato se não tentarmos, pois, as soluções existem. É comunicação, é internacionalização. Essas são as palavras que representam essas soluções. A compreensão cultural nascerá disso, dessa relação e desse contato entre o mundo. Um país se compreende porque todos seus habitantes falam a mesma língua? Não. É porque todos os seus habitantes vivem no mesmo ambiente, ou seja, na mesma cultura e na mesma ideia política. A compreensão nasce de uma relação, de uma vivência. É essa a ideia de se compreender como um todo. A inserção de uma segunda língua em um país monolíngue é a uma forma de se chegar ao mundo, não de acabar com a identidade de um país.

A nível mundial ainda há muito o que se fazer, como por exemplo, criar políticas que potencializam o relacionamento internacional entre habitantes de um pais. O intercâmbio é um exemplo disso. É uma experiência que possibilita um mergulho sem igual em uma outra cultura. Pode ser considerado como uma das melhores alternativas de se chegar ao multilinguismo. No entanto, ainda é muito ignorado como política pública uma vez que se torna uma alternativa de custo muito elevado. No entanto, é válido que se possa construir um estudo para se chegar a uma maneira de tornar essa alternativa mais acessível. Pois visto que é visível que há uma imensa possibilidade de retorno positivo para o próprio país que irá emitir seus habitantes. Outro exemplo é em relação aos países monolíngues. Estas nações podem desenvolver uma política governamental seguindo conforme ao seu regime de governo, é claro, a inclusão de uma segunda língua para se falar em todo o seu território. Isso é uma forma de fazer com que seus habitantes se tornem não somente bilíngues, mas em seres humanos muito mais globais detentores de sua cidadania e mais inerente as suas vertentes culturais. Desta forma há de se presumir que haverá pessoas muito mais bem preparadas para se relacionar com o mundo, contribuindo em atividades voluntarias e propiciando assim a internacionalização do intercâmbio cultural tornando-o ao alcance de todos. Não somente de minorias. Em meu país que é uma nação monolíngue, por exemplo, sinto de perto essa realidade. A dificuldade de pessoas fazer uma viagem ao exterior e a dificuldade de se relacionar com falantes de outras línguas. Na verdade, torna-o longe essa possibilidade de que o país possa ser uma nação bilíngue. Isso é uma triste realidade. Pois há de se perder muitas oportunidades de crescimento não somente cultural, mas econômico também.

É imprescindível que haja comunicação. Em situações que nos encontramos atualmente, precisamos de mais experiências interculturais. Melhorar o nível de cultura do cidadão. Em minha nação, precisamos de mais políticas públicas ligadas ao contato exterior. Infelizmente o nível de proficiência em outra língua em meu país ainda é muito baixo comparado a outros países. Isso é um reflexo da falta de incentivos e de políticas que crie a disseminação dessa capacidade multilíngue. A cultura de um país é um resultado da sua história. Com isso é necessário que se some com mais informação e incentivo sociocultural. Para que exista políticas é necessário que haja iniciativa. Precisamos de atitudes. De governantes com uma visão global e não minúscula. Para irmos em frente, é preciso que haver foco e objetivo.

Portanto o que se pode ter como proposta aqui é que o mundo deve se juntar em todos os sentidos, seja cultural, político e social. Claro que não é unificar o planeta. Ou tentar acabar com os países. Não é isso. É querer aproximar as pessoas ao redor desse mundo. Exterminar com as guerras civis, com os conflitos. É se ajudar uns aos outros. Crescer juntos, na mesma proporção.

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⏰ Última atualização: Apr 26, 2016 ⏰

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