Mal era possível relocar meus pensamentos para o lugar após a bruta queda, parecia que havia caído por horas até encontrar o chão, apesar do baque, não sentia dores, uma cama de folhas amorteceu a queda, foi confuso mas ao mesmo tempo em que agradeci por ela está ali, me perguntei o que ela estava fazendo ali e onde eu estava. Segundos atrás estava correndo de um assaltante no Brooklyn e agora estou sei lá onde. Cercada de violetas e vaga-lumes, tinha a visão perfeita de uma clareira encantada e apesar de toda confusão eu estava deslumbrada com tanta beleza que por pouco não deixei passar despercebido o pequeno macaquinho que me observava atentamente e quando percebeu que eu o havia notado, tive a impressão de ter visto um sorriso no rosto dele, mas, logo em seguida o pequeno macaquinho sumiu dentre as arvores a nossa volta. Mais uma vez estava sozinha como sempre estive, porém, dessa vez estava feliz, apesar de não saber onde estava, naquele momento eu sentia a mesma felicidade que de quando meus pais me abraçavam, podia até mesmo sentir paz com o canto dos pássaros que de repente viraram uma campainha incessante e como um castelo de areia toda a clareira foi se desfazendo e eu percebi que o canto perturbador não passava do meu despertador me chamando para a realidade que não se parecia em nada com meu sonho.
_ Bom dia dorminhoca! – Recebi de minha tia ao chegar na cozinha de nosso apartamento e a respondi educadamente como de costume.
_Bom dia tia Lis. – apesar de todos os problemas e o temperamento difícil de minha tia – megera as vezes – eu a amava, éramos apenas nós duas, seu marido Richard morreu no primeiro ano de seu casamento e ela nunca superou a perda e muitas vezes se culpa por não ter engravidado enquanto havia tempo. Ela era uma mulher muito bonita apesar da idade, parecia muito com minha mãe, ambas de cabelos negros e olhos cinza, traziam um rosto angelical, mas ao mesmo tempo uma beleza sobrenatural que chegava até mesmo a ser sombrio.
_ Você está esquisita hoje, aconteceu algo Catharina? – Sua voz cortou meus pensamentos e me fez lembrar o sonho da noite passada que ainda me atormentava.
_Sonhei mais uma vez com a floresta, e dessa vez eu estava em uma clareira linda, tinha flores e até mesmo um macaco, diferente de todos os outros eu me senti segura nesse lugar, parecia que minha mãe estava comigo. – notei que minha tia ficou um pouco assustada e atenta nas palavras que eu dizia, parecia está preocupada, então fiquei ereta na cadeira a sua frente.
_O que houve tia, por que você está com essa cara? – perguntei por fim após um longo momento de silencio.
_ Não houve nada Cathie, apenas fico contente que esteja tendo sonhos melhores. Você não está atrasada para sua prova de hoje?! – A mudada brusca de assunto me fez por algum motivo ficar atenta em relação a minha tia e meus sonhos, oque será que a fez reagir desta maneira? Sera que esconde algo que não sei sobre meu passado?! Sim pois poderia fazer isso com facilidade já que não lembro de quase nada antes de morar com ela, sei apenas o que ela me contou. Resolvi fingir que não notei nada e a respondi com um sorriso no rosto.
_Sim, e já estou de saída, até mais.
A conversa com a tia Lis demorou mais do que tinha imaginado e eu realmente estava atrasada e precisava correr se quisesse chegar a tempo de fazer a prova. Então resolvi correr no sentido literal da palavra até chegar ao metrô e recuperar o tempo perdido, era um plano perfeito e estava na hora de executa-lo, comecei a correr e por sorte tinha optado por tênis naquela manhã, conseguir a chegar a st 59 – Columbus circle station aliviada que graças a corrida ainda tenho 30 minutos para chegar a universidade da Columbia e podia por fim caminhar devagar e admirar a Broadway, como eu achava tudo aquilo lindo, tantas luzes, painéis, buzinas e pessoas caminhando com bastante pressa na tão intensa Nova York, eu adoro tudo isso, eu amo Manhattan e todos os seus prédios.
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Uma viagem extraordinária
AdventureCatharina Moore, 19 anos, possui uma vida conturbada com sua tia Elisabeth que passou a ser responsável por ela desde a morte de seus pais, sempre contando os centavos, as duas vivem em pé de guerra, Moore está no último ano de faculdade em Nova Yor...