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  Em uma bela tarde de verão, numa rua quase deserta, um garotinho estava sentado na varanda de sua casa, ele parecia um pouco solitário, pois não tinha ninguém para brincar, muito menos para conversar.

  Outro garoto que morava na casa ao lado também queria encontrar alguém para brincar, foi quando ele viu o menino sentado na varanda, como não era nada tímido, não perdeu tempo e foi até o pequeno portão de madeira falar com ele.

- Ei! Qual é o seu nome garoto?!

- ... Arthur, por que? -perguntou este que era mais tímido.

- Meu nome é Felipe, quer vir brincar comigo?

- Não sei, tenho que pedir a minha mãe. -Arthur levantou e foi correndo pedir a permissão de sua mãe para sair, ela viu que era o filho dos vizinhos então acabou deixando ele ir. - Onde vamos brincar? -perguntou saindo do portão com o olhar meio perdido.

- Vem vamos para o quintal de trás!

  Atrás das duas casas havia um pequeno terreno, ele não tinha muitos meios de acesso fora as duas casas dos garotos, eles começaram a brincar de várias coisas no local, não apenas naquele dia, mas também nós que se seguiram e conforme o tempo foi passando eles começaram a criar laços de amizade.

  O tempo passou e os dois garotinho começaram a crescer, se tornaram melhores amigos completamente inseparáveis, mas com o passar do tempo eles foram se tornando muito diferentes um do outro.

  Aos 16 anos Felipe se tornou muito irresponsável, ele era um rapaz lindo, alto, olhos verde claro, cabelos negros e de boa presença, porém o maior mal dele era sempre se envolver com várias garotas e depois deixava elas sem motivo aparente, não passava de diversão.

  Já Arthur era bem diferente, aos 17 anos só pensava em trabalhar e estudar, ele era um pouco baixo, cabelo castanho, olhos cor de mel e uma pessoa adorável, mas em meio a seus sentimentos, ele escondia um segredo, com o tempo ele se apaixonou por Felipe e isso estava o deixando louco, pois não aguentava mais ver o amor da vida dele agindo como um babaca.

  Era segunda-feira a tarde, Arthur estava saindo da lanchonete onde trabalhava e indo para a escola, após alguns minutos ele chegou no local e lá estava Felipe junto de uma garota loira, Arthur pensou:"então temos a iludida da semana, coitada, tomara que perceba."

Era sempre assim, toda semana Felipe estava com alguma garota diferente e logo depois ele simplesmente ignorava ela, Arthur ficava completamente irritado com isso e algumas vezes tinha vontade de esfregar a cara de Felipe no asfalto.

  Para não se irritar mais ainda ele simplesmente ignorou e foi para a aula normalmente, chegando lá, David que era um amigo próximo dele já veio puxar assunto.

- Oi Arthur! Seu amante já está com outra.

- Ei! Não fale assim em público, eu já vi e ele não é meu amante! -disse Arthur irritado.

- Desculpa, só acho que deveria contar logo para ele o que sente, em vez de ficar vendo ele se enroscar com qualquer uma. -David estava sempre tentando apoiar Arthur, já que ele o havia ajudado a ficar com o atual namorado dele. - Vou dizer o mesmo que você me disse quando eu não conseguia me aproximar do Mateus: "ele não vai saber do seus sentimentos se você não disser."

- Eu entendo que quer me ajudar, mas o meu caso é diferente, eu sou o melhor amigo dele e o Felipe é totalmente hetero, acho melhor eu me conformar apenas com amizade, ele não vai largar as ficantes dele...

Arthur estava visivelmente decepcionado, ele escondia seus sentimentos a tanto tempo que isso o estava esgotando.

  Naquela mesma noite Arthur foi se deitar em seu quarto, que ficava no segundo andar da casa, pensando em como continuar escondendo seus sentimentos, foi quando ele ouviu um barulho do lado de fora e quando abriu a janela para ver o que estava acontecendo Felipe surgiu do nada e se jogou em cima de Arthur que não aguentou o peso e caiu no chão.

- Ah! Felipe seu idiota!!! O que estava fazendo?! -gritou Arthur tentando o afastar.

- Faz silêncio, você vai acordar sua mãe. -Felipe parecia estar completamente bêbado.

- Eu não acredito que você está bêbado!

- Eu estava com alguns amigos e não posso entrar em casa assim, deixa eu dormir com você?... -Arthur ficou zangado, porém não podia recusar um pedido dele.

- Ok... mas vai tomar um banho antes, você está fedendo.

- Então me da banho?! -Felipe encarou ele com uma olhar pervertido.

- Você com certeza está fora de si!

- Vamos logo. -Felipe arrastou Arthur até o banheiro do quarto, o local era pequeno e tinha uma banheira, Arthur encheu ela e foi sair do banheiro, mas Felipe segurou ele. - Me ajuda.

- Não! -quando Arthur disse isso, Felipe puxou ele com força enquanto tirava a roupa. - Para, você está bêbado e não está raciocinando direito. -Felipe não deu ouvido e arrastou ele para dentro da banheira, Arthur tentou sair, mas paralisou quando levou um beijo ardente do rapaz e sentiu pênis dele encostar em sua barriga.

- Eu quero você, sempre quis... -dizia Felipe meio zonzo, Arthur sabia que aquilo era apenas efeito da bebida, mas não resistiu o fato de ter Felipe só para ele pelo menos uma vez, não era a primeira vez que ele ficava bêbado e dizendo coisas do tipo, mas nunca tinha ido tão longe a ponto de agarrar Arthur.

- Você é um idiota, saudades de quando era criança. -disse enquanto Felipe abaixou para chupar ele. - Eu não deveria deixar, mas eu quero, mesmo sabendo que amanhã você vai ter se arrependido...

Porque era bom assim... Onde histórias criam vida. Descubra agora