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  A festa acabou, Clotilde e Felipe ficaram ajudando Arthur a arrumar a bagunça, já era quase madrugada quando eles terminaram, Clotilde foi embora um pouco antes.

- Terminamos, obrigado pela ajuda, têm sido muito gentil comigo, muito obrigado. -disse Arthur na varanda com Felipe.

- Não é nada, eu vou embora... -ele parou e ficou olhando Arthur.

- Ok... -Felipe colocou uma de suas mãos no rosto dele. - O que foi?

- Você ficou mais bonito, que pena eu não ter aproveitado a chance que tive no passado.

- Tudo aconteceu como deveria ter acontecido, é melhor assim.

- Eu não acho. -Felipe aproximo seus rostos, e encostou seus lábios.

- Não. -disse o empurrando para trás e abaixando a cabeça.

-Desculpa, parece que você não me ama mais, até aprendeu a resistir meus beijos...

- Felipe, é melhor você se afastar por um tempo, já disse que só aceito sua amizade, sabe que me decepcionou no passado, sai daqui. -Arthur não conseguia olhar nos olhos dele.

- Sinto muito, tudo bem, só vou voltar quando você autorizar...

  Felipe saiu da casa cabisbaixo, era tão bom para ele passar pelo menos algum tempo perto de Arthur, mas agora até isso ele conseguiu estragar. Uma semana se passou, Keith e Kevin não eram os únicos a começar a sentir saudades de Felipe, mas Arthur tinha muitos receios, até que um dia ele estava saindo do restaurante, e acidentalmente esbarrou em uma senhora, derrubando a bolsa dela.

- Me desculpe... -disse ele a ajudando.

- Tudo bem... Você é Arthur? o dono deste restaurante?

- Sim, sou eu.

- Que coincidência maravilhosa, posso falar com você? -perguntou a senhora, que se tratava de Amanda.

- Claro, algum problema em relação ao restaurante?

- Não, ele é ótimo, na verdade quero falar sobre um assunto pessoal.

- Ok... vamos sentar. -ele e ela se sentaram em uma mesa no canto do restaurante.

- Sou a doutora Amanda, conhece o Felipe?

- Sim... não estou entendendo essa conversa. -afirmou confuso.

- Felipe se tornou meu paciente a seis anos, com o tempo viramos amigos e agora ele é como um filho para mim. -disse sorrindo. - Ele estava em depressão quando chegou em meu consultório, por causa da separação de um amor, eu tentei o fazer controlar seus sentimentos, mas aquele rapaz tem o coração insistente, os anos passaram e até hoje eu vejo ele sofre por um só alguém, chamado Arthur.

- Senhora, Felipe não pode ter sofrido por minha causa, sempre que ligava para minha mãe perguntando, ela dizia que ele estava ótimo.

- Quer ver as receitas dos medicamentos que ele tomou, quer meus relatórios dos dias que ele chorou no meu consultório?... foi difícil, mas a algum tempo ele estava melhorando, só que agora piorou de novo.

- Minha mãe não pode ter mentindo para mim esse tempo todo!

- É triste saber o que as pessoas fazem as outras passarem por preconceito... eu tinha um filho de sangue, se chamava Bernardo, ele tinha um amigo, tinha apenas oito anos, quando um dia ele contou para meu marido que queria se casar com esse amigo, meu esposo surto, bateu no meu filho e o proibiu de repetir aquilo... -ela abaixou a cabeça. - O tempo passou e ele continuou muito amigo desse garoto, mas teve um dia que Bernardo chegou feliz da escola... ele era só uma criança... -Amanda soltou uma lágrima. - Bernardo disse que estava namorando esse amigo, meu marido se revoltou, fez nós nos mudarmos de casa, ele o mudou de escola, meu filho queria muito ver seu amigo, mas não podia, com o tempo ele adoeceu, eu sabia o motivo, Bernardo só queria ficar perto dele, meu marido insistiu que ele não voltaria a o ver, conforme os dias passavam meu filho foi adoecendo de tristeza e morreu... mas o pior de tudo foi dar essa notícia para o outro garotinho, que não parava de chorar...

- Ei sinto muito, por isso se apegou tanto ao Felipe, certo?

- Sim, eu me separei do meu marido e até hoje me culpo por não ter feito nada na época... não vou lhe fazer mudar de idéia ou sentimento, vou lhe informar da verdade e sim, Felipe sofreu muito por lhe perder... Tchau Arthur.

  Ela saiu do restaurante, Arthur ficou parado, pensando, sua mente não conseguia chegar a uma conclusão lógica, não acreditava que sua mãe teria feito isso, porém seus sentimentos o diziam para ir atrás de Felipe. Ao invés disso ele pensou em fazer algo diferente, foi até a casa de sua velha mãe, ela quase nunca saia daquela casa.

- Olá mamãe! -disse entrando na casa com o olhar sério e se sentando na frente dela.

- Que milagre, o que quer aqui? -perguntou curiosa com a visita repentina.

- A verdade!

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⏰ Última atualização: Apr 27, 2021 ⏰

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