Capítulo II (Continuação)

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E assim foi... às 21:00 do dia 12, o Harry apareceu com o Victor e o Jason. A Camila já estava comigo, ficámos a tarde toda a ouvir música e a falar no jardim da minha casa. Tínhamos de aproveitar já que era um dia de inverno em que não se sentia praticamente frio nenhum.

O que tínhamos planeado era ficarmos na sala durante a noite e aproveitarmos também para descansar já que no dia a seguir seria um dia intenso. Mas descansar é sempre quase impossível porque sempre que nos juntamos temos assunto para falar até à manhã do dia seguinte.

Todos nós estávamos bastante animados, animados ao ponto de o Jason querer fazer o jantar. Claro que não deixámos porque sabíamos exatamente o que ia acontecer, ou ele queimava o jantar e ficávamos mais uma hora há espera de mais alguma coisa para comer ou então explodia com a casa. Por isso decidimos encomendar duas pizzas.

Nessa noite ficámos a ver um filme de terror, o que não era grande novidade porque víamos sempre ou terror ou comédia.
Devo admitir que os planos para sexta-feira não me estavam a deixar descansada, o que não era bom sinal porque os meus pressentimentos costumavam estar sempre corretos. Infelizmente não me lembrei disso enquanto tinha tempo.


Enquanto estávamos a ver o filme, reparei na forma como Victor olhava para Camila. Não me surpreendeu. A Camila era uma rapariga não muito alta, tinha 1 metro e 50 e poucos, mas o que não tinha de altura tinha de beleza. A sua pele era pálida, fazia lembrar um dia frio de inverno e ao mesmo tempo era aconchegante olhar para ela, os seus olhos verdes deslumbravam qualquer um. Não eram olhos verdes vazios... eram olhos meigos e profundos, transbordavam histórias e emoções, tal como as canções de embalar que a minha mãe me cantava.
Não me quis meter no assunto até porque sabia que nem um nem outro eram dados a sentimentos, simplesmente admirei a forma como ele olhava para ela.

O dia ameno e bonito transformou-se numa noite fria e deprimente. Felizmente os risos abafavam tudo isso e depressa nos esquecemos do tempo que estava lá fora.

Após o filme ter acabado, Harry foi buscar a guitarra ao meu quarto. Ele tocava muito bem, então quando voltou, colocou uma almofada no chão, sentou-se nela e começou a tocar rock. Todos nós gostávamos de rock e por isso era muito fácil escolher músicas com a aprovação de toda a gente.

Na verdade já nos tínhamos esquecido da razão de estarmos ali, parecia uma noite de verão. Obviamente que não era por causa da temperatura nem nada desse género mas sim por causa do ambiente, do bom humor, dos risos, da maneira que o tempo passava, ainda há pouco tempo eram 21h e quando olhei para o meu relógio já passavam da meia-noite.

Quando lhes disse as horas decidimos ir dormir para aproveitarmos bem o dia seguinte, sabíamos que tínhamos muito para andar na manhã de dia 13, e não sabíamos ao certo a que horas chegaríamos ao destino. É verdade que devíamos ter ficado por minha casa, mas isso é algo que terei a oportunidade de contar mais tarde...

Sexta-Feira 13Onde histórias criam vida. Descubra agora