Capítulo III

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Finalmente, hoje vou contar o que aconteceu sexta-feira 13...

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Dito isto, senti alguém atrás de mim. Não ouvi ninguém, não havia barulho, só silêncio. Não se ouviam passos, não se ouviam vozes, mas eu podia sentir uma presença. Era como se uma pessoa estivesse a acompanhar cada passo, sem se mexer, simplesmente parada atrás de mim num silêncio sem fim... Foi aí que senti algo a tocar-me no pescoço, não era bem um toque, eu não senti fisicamente, mas de alguma forma consegui senti-lo. Nesse momento senti um calafrio. Comecei a tremer. Senti um cheiro familiar, já não tinha a certeza do que era ou de quem era. Senti-me perdida, assustada, sozinha. Sem rumo para onde ir. Simplesmente encurralada com todas aquelas memórias e todos aqueles medos que não me deixavam seguir em frente. Foi então que me sentei no banco do jardim e decidi continuar a contar o que tinha acontecido, na esperança que tal presença entendesse que eu não queria que aquilo tivesse acontecido.

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Acordei às 7:30, muito cedo para uma sexta-feira em tempo de férias.
Quando olhei à minha volta, apenas o Jason estava acordado a jogar vídeo game, sempre que vinha cá a casa era sempre a mesma coisa. Mas na verdade eu já estava habituada e isso não era algo que me incomodasse.
Levantei-me do meu saco-cama e fui fazer o pequeno-almoço. O Jason levantou-se do sofá e veio atrás de mim sem que me apercebesse. Como ainda estava sonolenta e sem grande vontade para cozinhar, em vez de fazer panquecas decidi simplesmente beber um café e comer umas torradas com manteiga. Ao sentar-me para tomar o pequeno-almoço, deparei-me com ele sentado à minha frente.
Posso admitir que sempre olhei para ele de uma maneira diferente, apesar de me irritar tanto.
Não estava à espera, mas depois de me sentar, ele levantou-se do seu lugar e veio sentar-se ao meu lado sem dizer uma única palavra, simplesmente ficou a olhar para mim.
Decidi ser eu a encará-lo...

- Não vais dizer nada? - Perguntei em voz baixa para não acordar o resto do grupo.

- Preciso de dizer? - Enquanto me perguntou isto, a sua mão tocou levemente no meu rosto, enquanto os nossos olhares se cruzavam.

Não sabia bem o que fazer, mas o Jason era um rapaz encantador. Ele era alto, tinha um ar misterioso e cativante, tinha o poder de me fazer perder nos seus olhos, ele era tão especial e ao mesmo tempo era uma enorme dor de cabeça.
Ele aproximou os seus lábios aos meus,muito perto, mas mesmo assim não se tocaram. Eu não queria fazer aquilo, mas por outro lado era o que mais queria naquele momento, senti-me dividida, mas deixei-me levar.
Os nossos lábios tocaram-se suavemente e reparei na sua respiração pesada. O beijo suave tinha-se tornado num beijo com desejo, um beijo intenso que me dava vontade que o tempo simplesmente parasse.
Ele pegou-me ao colo enquanto me beijava, deixando-me na sala. Parou o beijo, olhou para mim, e eu, sem hesitar, segurei a sua mão e deixei que ele me seguisse. Subimos a escada para o meu quarto, não queríamos acordar ninguém, sabíamos que as nossas respirações se ouviam bem mais que o normal e eles iriam acordar e aperceber-se da situação, o que não era boa ideia pois não sabíamos como explicar o sucedido.
Ao chegarmos ao quarto, tranquei a porta. Sem estar à espera ele mandou-me para cima da cama e começou a beijar-me cada vez mais intensamente. Ele aproximou-se do meu ouvido e sussurrou "Eu sei que te irrito, sei que não me aguentas, mas se tenho esse efeito em ti, é porque me amas. Eu sinto o mesmo, deixa-me provar-to".
Não estava à espera daquilo, mas nesse momento tive uma boa sensação que me percorreu o corpo, arrepiando-me.
   O Jason aproximou-se do meu pescoço e deu uma mordida de leve, o que ainda me arrepiou ainda mais. Começou a beijar-me intensamente, e foi aí que me descontrolei completamente. Nunca o tinha visto daquela maneira, mas gostei. Foi então que, por impulso, lhe tirei a sweat, comecei a beijá-lo e olhei-o nos olhos. Ele lançou um sorriso torto, querido e ao mesmo tempo perverso que me deixou completamente derretida.
    Empurrei-o para o meu lado esquerdo e sentei-me no seu colo, enquanto o beijava. Ele tirou-me a blusa e este clima foi desenrolando até que, quando dei por nós, estávamos sem roupa, debaixo dos cobertores a olhar nos olhos um do outro, entre beijos ardentes e apaixonados a fazer amor.
   O alarme que pusera na noite anterior começou a tocar, então apercebemo-nos que já eram 10h. Sem fazer muito barulho, levantei-me e vesti-me rápido, disse-lhe para ir somente algum tempo depois de mim para não despertar a atenção deles. Mal desci vi todos já acordados às gargalhadas na cozinha, estavam todos a fazer pequenos-almoços diferentes ao mesmo tempo, estava tudo uma confusão, mas o ambiente estava bastante agradável. O Jason desceu uns segundos depois. Mal podia acreditar... Tinha-lhe dito para esperar mais tempo, para piorar a situação, só repararam na minha presença quando ele estava a descer as escadas, não muito atrás de mim. Enfim, eles mandaram aqueles olhares que eu já estava há espera e mandaram piadas típicas do género; "Então? O pequeno-almoço foi bom?", "Logo de manhã que é para começar bem o dia!", "Não temos aqui cama mas o sofá serve perfeitamente"... Decidimos nem comentar e ficámos a falar com eles sobre inúmeros assuntos.
   Às 11.30 saímos de casa, iamos a caminho de um hospital psiquiátrico fechado em 1846. Diziam que um velho lunático torturava os pacientes de diversas formas, todas elas horríveis, e que abusava sexualmente da maioria depois de mortos. Eram ideias de génio usadas para as maiores maldades, milhares de pessoas morreram naquele sítio. A entrada era proibida, e pelo que diziam, quem lá entrava desaparecia misteriosamente, e muitas vezes os familiares dos mesmos, aqueles que lhes eram mais próximos, cometiam suicídios ou eram encontrados mortos de formas bizarras.
   Estávamos a caminho de lá e ainda tínhamos 2 horas de viagem. Devo admitir que comecei a ficar nervosa com o assunto, apesar de céptica, aquele sítio não me deixava confortável...

Continua..

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2017 ⏰

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