Eu que antes sentia tanta tristeza
Ainda não sei dizer se algo mudou
Os caminhos de antes sem certeza
Agora, ainda não sei o que restouO mundo impõe o fim daqueles sonhos
E seus ventos sopram vozes perdidas
Vozes ecoadas como gritos risonhos
E risos e sonhos vindos de outras vidasAinda busco um sorriso no escuro
Aquela esperança após o furacão
E se me perco em meio ao que procuro
Eu perco, esqueço a minha razãoA solidão em frente ao meu espelho
Contemplando a face que não habito
O rosto pálido e o olho vermelho
Nos lábios a mesma palavra que repitoO silêncio sussurra o seu nome
As estrelas imitam o seu olhar
E como as estrelas você se esconde
Se esconde sem saber se vai voltarMais de tanto amor que eu sentia
Tanta dor que esse peito veio machucar
Por vezes imaginei que amor ainda existia
Existiu, um dia, que não vai mais voltarO sonho de voar sempre acaba no chão
No chão estou, mais já nem sinto dor
Eu voei alto pra te dar meu coração
Coração que nunca mais conheceu o amorMais o chão é o caminho certo seguro
Como o rio que sempre busca o mar
Tal qual o lobo namora a lua no escuro
Sigo triste até o próximo luarMais será bo lobo sempre solitário
Conformado e certo de sua natureza
Serei eu refém do meu calvário
Até me acostumar com minha tristezaOntem tristeza eu fui e serei amanhã
Sou a rocha imóvel que não mudará
Pagando pelas culpas de uma vida vã
Esperando do furacão o que restaráFuracão eu sou, de pensamentos abstratos
Lobo me tornei, sem o meu luar
Saudades hoje são, apenas aqueles retratos
Sombras de um coração que não sabe mais amar
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Lembranças
PoetryQuanto vale um sorriso? Como se mede a beleza de um olhar? Os poetas sabem amar? Ou serão só vislumbres de um sentimento que desejamos descobrir? Quantos erros cometemos ate poder acertar? Quantos amores encontraremos ate esquecer aquele que nos ma...