Alcoólatra

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Passos aleatórios pela casa vazia
Um caminhar solitário sem direção
Me deparo com a cama desarrumada e fria
Largada e pequena tal qual meu coração

Tenho ainda aquele uísque barato
E um maço de cigarros cheio talvez
Me embriago enquanto olho seu retrato
E a cada cigarro perco minha lucidez

Quando o uísque acabar pinga com limão
Destilado num copo junto com ódio e rancor
Resultando em 200ml de solidão
3 copos e nem sei cheiro e nem cor

Um cigarro aceso na brasa do anterior
É um reflexo dos pecados que carrego
Uma ressonância de um passado de dor
Os espinhos da flor da saudade que rego

Se escolha entre o amor e a razão
Não tenho escolha e nem tenho quem amar
Restou apenas dor e saudade em meu coração
E a vontade diária de me embriagar.

LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora