Academia Broken Hill: Iniciação

A escolha das Classes

Estava tentando conter o tremor de minhas mãos, mas eu estava falhando, estava tão nervoso diante de tantas pessoas, ainda mais da diretora, não sabia o que esperar de mim, seria um mago, um arqueiro, um sacerdote? Fiquei diante da mulher imponente que comandava a todos dali a diretora Sylvanna de perto não me parecia tão velha assim, tinha umas rugas aqui e ali, mas nada que minha mãe não tivesse também.

- O que eu devo fazer diretora? – permaneci com os olhos baixos, não sei por que, talvez minha vergonha estivesse me consumindo mais do que eu imaginei que estivesse.

Ela não pareceu se importar, muito pelo contrário se abaixou para ficar de minha altura e quando assim o fez, pude sentir o sol de novo em meus olhos, ela era realmente grande, talvez uns dois metros e meio. Devo dizer que isso metia medo em qualquer homem, ainda mais um nanico como eu.

- Estenda suas mãos diante das redomas se você não pertencer aquela classe, ela ficara negra e quando finalmente for a classe certa, ela ficará dourada.

Acenei com a cabeça, não sabendo se aquilo significava um sim, ou um: eu entendi. Por via das dúvidas acreditei que era o segundo. Caminhei até as redomas, vi um arco, adagas, uma espada, um grimório, um machado, um cajado, uma pedra azul e um bandolim.

Me aproximei do primeiro objeto que estava a minha frente, que era um grimório, de primeiro nada aconteceu, mas em seguida a redoma caiu e ficou a poucos centímetros do chão, logo em seguida escureceu. Definitivamente, eu não seria um mago. Fui em seguida para o arco e flecha, passando pelas adagas dos ladinos, que já caíram quando passei perto – esse era fácil adivinhar que estava longe dos meus planos, até por que, não tinha habilidade motora nenhuma – eu realmente queria ser um ranger, estar do lado de fora das lutas e focar nas estratégias de batalha, mas isso não aconteceu e sinceramente aquilo me desmotivou. Sabia que não poderia ser um invocador, o que me sobrou apenas classes de combate corpo a corpo. Aquilo era ruim, não tinha massa corporal para aquilo, era fraco e a única coisa que fazia era correr de valentões, nunca nem sequer ergui os punhos para me defender quando apanhava.

De repente senti a espada se mexer, olhei em volta para ver se mais alguém tinha reparado, mas parecia que somente eu tinha visto aquilo. "A espada está em seu destino filho". Dessa vez quase gritei, olhei ao redor, procurando a voz, mas não tinha nada de estranho ao redor, será mesmo que meu pai era um guerreiro da Academia? Ele estaria me guiando?

Estendi as mãos em frente ao corpo e caminhei na direção da espada, ela começou a se mexer de uma forma estranha, saiu da redoma e veio em minha direção. A diretora ergueu as mãos rapidamente e virou a ponta da espada de costas a mim, deixando o cabo a meu alcance. Eu o peguei e assim que o fiz, uma luz dourada brilhou muito forte, ofuscando meus olhos.

- Fazia muito tempo que não via essa espada reagir a um aluno assim. E da última vez que ela o fez, o melhor guerreiro que já tivemos surgiu!

Ela se virou, não disse mais nada e fechou o semblante, sabia que aquilo significava mais do que um simples elogio, ou fato. Olhei para as minhas mãos e lembrei daquela voz, era meu pai, ele estava falando comigo e eu já sabia por onde começar a procurar. O maior guerreiro de todos.

Me juntei a Lazuli que parecia ansiosa, ela me abraçou quase me derrubando feliz por eu ter virado um Guerreiro. A diretora em seguida abriu um longo pergaminho e começou a chamar pelos nomes. Uma garota como eu surgiu em meio à multidão, eu sabia que era humana pelo fato dela estar tão assustada quanto eu. Era oriental, pelos olhos bem puxados, ela tinha cabelos vermelhos naturais, que estava preso com dois rabos de cavalo baixo, no qual se formava uma trança que ia até a altura da cintura. Nunca imaginei que podia existir asiáticos ruivos, mas ela estava bem ali.