Ruínas

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E então? Nada aconteceu...

Escutei um grito vindo da flor e ela desapareceu, abri meus olhos e vi um monstro, uma cabra gigante, me olhando com olhos bondosos, eu tinha acabado de ser atacada, estava morrendo de medo, que comecei a chorar. Eu merecia aquele sofrimento todo?

Ela me tocou e disse:

— Que criatura horrível, torturando uma pobre e inocente criança. Não tenha medo, minha criança. Me chamo Toriel, sou a guardiã das Ruínas, sempre venho por aqui, para ver se alguém caiu, você é o primeiro humano a vir aqui em um longo tempo. Venha, vou te guiar através das ruínas.

Ela pegou minha mão gentilmente, e me ajudou a me levantar. Eu senti uma paz e uma segurança com ela, eu me senti confortada de todas as minhas dores e tristezas, talvez ela fosse um anjo para me ajudar a passar por tudo o que passei.

Ela me apresentou a entrada das ruínas e as próprias ruinas, como minha nova casa, eu poderia me acostumar a viver ali, com alguém que me acalmasse e me confortasse.

Essa pessoa gentil, me mostrou que as ruínas são cheias de mecanismos e quebra cabeças, não me contou o motivo para tal, mas eu achei algo interessante, me senti motivada a explorar o local, ela me conduziu pela mão, para conhecer os quebra cabeças, enquanto me contava como os monstros tinham ficado presos no subterrâneo, e como eles poderiam me atacar, por não me conhecer, ou se sentirem ameaçados.

Ela me levou a uma sala onde tinha um boneco, para treinar quando eu fosse atacada, eu teria que bater em um boneco? Toriel percebei minha dúvida e disse:

— Não se preocupe, comece uma conversa amigável, ou mostre que você não quer machucá-los, que eles não lhe farão mal. Se eles permanecerem te ameaçando, ganhe tempo que chegarei o mais rápido, para resolver a situação.

Sorri e olhei para o boneco, sorrindo, pude ver de canto de olho que Toriel sorriu orgulhosa. Eu havia ganhado. Ela me conduziu mostrando que muitos dos quebra-cabeças do local funcionavam como chaves, para poder andar pelas ruínas, eu me sentia acolhida, eu quase não sentia o pesar e a tristeza que estava em meu coração. Como pode uma garota de 12 anos passar por tanta tragédia, talvez eu tivesse morrido mesmo, e isso fosse uma espécie de purgatório, onde eu tivesse que pagar pelo fato de ter tentado me matar, mas fosse confortada por ter sofrido tanto, mesmo tão jovem. Em algum momento, ela teve que me deixar sozinha para fazer preparações para a minha chegada, ela me deixou com um celular, mas eu não conseguia falar, queria saber como eu responderia, se acontecesse eu pensaria em algo. Então sai procurando o caminho de "casa", apesar dela ter me pedido para esperar ela, mas eu queria explorar, queria conhecer.

No caminho, encontrei uma espécie de sapo, chamado Froggit, ele me abordou timidamente e disse:

— Ei, licença Humano... — Olhei para ele sorrindo, ele corou e continuou sorrindo. — Eu tenho alguns conselhos sobre como enfrentar os monstros. Quando você lutar até derrota-los, ou agir para dissuadi-los da luta, eles podem desistir de te enfrentar, se isso acontecer, por favor, poupe-os.

Eu sorri, sabendo que poderia levar uma vida pacífica aqui. Essa sensação deixou o meu coração aquecido, então eu senti, uma luz vir da minha alma, eu não sabia o que era aquilo, mas parecia que eu poderia registrar aquele momento na minha alma, então eu Salvei.

Eu explorei um pouco, o caminho principal, encontrei com alguns monstros, como Whimsun, uma criaturinha que parecia ter muito medo de mim, ao me ver somente fugiu. Depois de andar por cerca de meia hora eu achei uma casa, que poderia ser da Toriel, encontrando a mesma saindo apressada pela porta, ela me encontrou, surpresa de eu ter achado o caminho sozinha. Ela me conduziu para o interior da casa, me mostrou onde ficava cada local, ela me levou para uma mesa, onde tinha várias guloseimas e uma torta, ela disse que era para comemorar minha chegada, eu comi, e ela me levou para o meu quarto, ele era um quarto de criança, tinha roupas aproximadamente do meu tamanho, alguns sapatos e alguns brinquedos, decidi tomar um banho e durante o banho, eu fiz crescer aquela luz dentro de mim novamente, então eu salvei.

No dia seguinte, no café da manhã, Toriel estava muito feliz, me fazendo um monte de perguntas:

— Minha Criança, qual o seu nome?

"Frisk" escrevi em um papel.

— Você não fala?

"Eu não consigo falar, desde que caí"

— Quantos anos você tem?

"12"

— Me desculpe essa pergunta, mas você é um menino ou uma menina?

"Menina", não aguentei e ri quando ela leu.

Os olhos dela brilharam de felicidade, ela era tão maternal.

— Por que você caiu aqui?

"Eu prefiro não falar sobre isso, vamos dizer que eu não me encaixava entre os humanos. "

Ela me olhou com um olhar de preocupação.

"Posso te perguntar uma coisa?"

— Claro minha pequena!

"Posso te chamar de mãe?"

Ela corou imediatamente, e pude ver seus olhos brilharem ainda mais, acho que já sabia a resposta.

— Mas é claro! Me chame como se sentir confortável.

Eu sorri e a abracei, acho que foi o dia mais feliz da minha vida. Passamos a manhã conversando de como ela planejava minha educação, e durante as tardes eu poderia sair e explorar as ruínas. Eu adorei a ideia.

Passeando, conheci a confeitaria das aranhas, eu tinha algumas moedas e comprei 2 donuts, elas me agradeceram por ser tão gentil, o donut era muito bom.

Em minha exploração diária pelas ruínas, encontrei um fantasma, isso mesmo, um fantasma, ele de início me ignorou, fingindo que eu não estava ali, mas pude ver que ele estava triste, eu me aproximei, e sorri gentilmente, de início ele pensou que eu fosse ataca-lo, ou algo do tipo, mas depois de ver que eu queria fazê-lo se sentir melhor, ele me mostrou um truque que ele poderia fazer, e passamos a tarde toda conversando, seu nome era Napstablook, ele me contou que ia para as ruínas pois geralmente não tem ninguém para incomodá-lo, mas que ficou feliz de ter me conhecido. Depois de passar a tarde toda conversando com ele, eu voltei pra casa. Toriel me esperava com uma boa refeição, depois ela leu até que eu ficasse com sono e fosse para o meu quarto.

Um dia encontrei uns túneis que me levavam a um conjunto de salas, onde encontrei um laço de fita e conheci mais alguns monstros, como o Vegetoid, que ficou horas me dando conselhos de como me alimentar bem.

Sempre que um monstro se aproximava de forma hostil ou curiosa, eu sempre mostrava que não queria ferir ninguém, me fazendo entender por meio de sinais, acabei ficando amiga de todos os monstros nas ruínas.

Levou quase 2 anos para que eu explorasse cada canto, cada túnel, cada botão, cada quebra-cabeça, como a Toriel me disse uma vez, as ruínas ficam bem pequenas quando se está acostumada com elas, eu sabia todos os atalhos, poderia ir a todos os lugares. Eu mal me lembrava de minha vida antes de ter caído, eu estava feliz, mas me sentia limitada.

Um dia após o dia que decidimos que seria o meuaniversário, o mesmo dia em que minha mãe me encontrou, eu tinha feito 14 anose passeando, achei uma passagem atrás de casa, que me levou para uma escadaria,onde vi uma espécie de varanda, onde vi neve, uma floresta, e mais adiante viuma vila, e muito mais além, o que parecia com uma cidade. Meu corpo e minhaalma estremeceram de felicidade, pois eu teria mais lugares para explorar, maisligarem para conhecer, mais amigos para fazer. Eu salvei naquela vistamaravilhosa.

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⏰ Última atualização: Apr 27, 2016 ⏰

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