Bill
Quando passei pelos portões do colégio, vi que Adam já me esperava ao lado de seu carro. Andei calmamente em sua direção com um sorriso torto.
— Por que demorou? — Perguntou sorrindo de volta.
— Tive que ajudar os garotos na biblioteca — Disse contornando seu pescoço com os braços.
Ele riu se abaixando e depositando um beijo em meu nariz.
— Vamos? — Sussurrou ainda perto do meu rosto.
Dei-lhe um selinho antes de me afastar, ele abriu a porta para que eu entrasse, logo se dirigindo ao banco do motorista.
Depois de contar sobre meu dia, um silêncio irritante tomou conta do lugar, então resolvi começar um assunto.
— Uh... Sabe Adam... — Falei me encostando no banco virando meu rosto para ele.
— Você me chamou pelo meu nome, é algo que eu precise me preocupar? — Questionou rindo desconfortável.
— Acho que sim — Torci os lábios chamando a sua atenção — É que... Vai fazer um ano que estamos juntos e... Você não acha que já está na hora de contar para os meus pais?
Ele deu um suspiro longo apertando o volante de couro nervosamente.
— Meu amor... Já conversamos sobre isso... — Seus olhos se mantinham focados na rua enquanto eu permanecia concentrado em seu rosto.
— Sei, sei... Mas não acha que um ano já foi suficiente para eles se acostumarem com você?
— Eles não me aceitariam nem em um milhão de anos — Soprou uma risada forçada olhando rapidamente para mim — Ah, vamos lá Bill... Não faz essa cara. Sabia que assim você quebra minhas pernas? — Dessa vez fiz um biquinho e ele riu — Você joga sujo! Tudo bem, mas pode amanhã? Tenho que arranjar um colete a prova de balas e um seguro de vida — Forçou uma cara de medo.
Dei risada e ele tirou a mão do volante para coloca-la em minha perna, ainda focado na rua. Segurei sua mão e acariciei antes de levanta-la e beija-la.
— Vai dar tudo certo — Sorri tentando não passar preocupação, mesmo que por dentro eu estava explodindo de ansiedade.
Meus pais sempre foram muito liberais comigo. Me ajudaram a descobrir quem sou e me carregaram para o caminho certo quando eu estava caindo. Até o fato de fumar foi aceito, contanto que eu pagasse o que eu consumo e não fumasse demais. Mas a minha inquietação nesse caso não se dá ao fato de Adam ser um homem, mas sim por ele ter vinte e quatro anos, seis anos mais velho que eu! Felizmente superamos essa fase. Antes Adam fazia de tudo para me afastar, mas eu sabia que ele gostava de mim, ele mesmo havia admitido no começo, ele apenas tinha medo de não ser aceito.
Lembrar dessa época fez meu peito pesar um pouco, pois eu fui responsável por quase acabar com a vida dele, fazendo todos acharem que ele era um pedófilo, claro que não era minha intenção, apenas queria que ele parasse de me negar, eu era muito criança.
Quando me dou conta, o carro para em frente a um restaurante no centro da cidade, eu ia perguntar, mas ele me interrompeu.
— Você está com fome? Eu estou com fome! — Falou encarando o nada, antes de abrir a porta e saltar para fora eletricamente.
— Pensei que ia me levar para casa — Ri de sua animação abrindo a porta e saindo também.
— É, mas... Se eu olhar para seus pais mais uma vez, vai ser para contar sobre a gente. Então vamos aproveitar minhas ultimas horas de vida — Ele disse fazendo bico e fazendo uma careta pelo dia estar um pouco claro.
Revirei os olhos ainda rindo, fechando a porta e andando logo atrás dele.
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Six Lives To Death
Teen FictionO que está prestes a ler não é um conto de fadas o qual você está acostumado, pois no conto de fadas sabemos que o cara forte irá salvar a garota inocente, sempre tentando te levar para longe da realidade que é a vida. Não existe "felizes para sempr...