Capítulo Seis

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No Bosque Velho

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No Bosque Velho





No dia seguinte a chuva deu uma estiada deixando o animo de Edgard melhor. Ele aguardava ansiosamente que pudesse ficar a sóis com Gerard sem Verona por perto para que pudessem conversar, por que para o menino, desde a noite anterior, parecia que ela receava que os dois ficassem sozinho muito tempo.

Porém, Gerard passou boa parte da manhã seguinte ( e dos dias seguintes ) envolvido com outros aldeões que se voluntariaram para a reconstrução da igreja. Ele liderava o grupo de carpinteiros – e junto a Faivre e Florien com suas habilidades com ferramentas -  começaram os planos para reerguer o templo e quando ele voltava para casa no final do dia, Edgard saia para a sua patrulha noturna. O menino só conseguira uma tarde, uma semana dias depois, para  começar a consertar os estragos que a chuva fizera e poder ficar a sois com Gerard.

Os dois foram à um bosque próximo cortaram um pequeno pinheiro e colheram a palha ( o que sobrava da cevada e trigo)  para colocar um novo forro para reforçar as partes que pareciam prestes a cair se mais uma chuva daquelas voltasse nos próximos dias. Gerard cortava o tronco com sua machadinha e media as tiras de madeira que seriam usadas como vigas, usando seus palmos; Edgard cortava-as adequadamente com uma espécie de serrote. O menino não podia deixar de notar a presença involuntária de Verona, que os vigiavam às vezes pela janela dos fundos. Depois os dois homens subiram no telhado e retiraram as madeiras gastas e mofadas  e começaram a colocar as novas vigas. Enquanto martelava  com um pedaço de pedra e um prego, Edgard observava o homem ruivo a sua frente, determinado e sorridente, trabalhando. Ele estava feliz por ter seu pai de volta, era alguém que ele confiava mais que tudo, mais até que Faivre... Mas a conversa que ouvira noites antes o deixou consternado. O que eles estavam o escondendo?

- Está tudo bem? – perguntou Gerard, vendo que o menino o olhava a cada instante, enquanto pregava um pedaço de madeira, distraído, quase martelando o próprio dedo.

- Sim, sim. Só que... Que bom que está aqui – disse o menino, dando um meio sorriso; ele ainda estava aflito.

- É só isso mesmo, Ed? Descculpa, o planejamento da reconstrução da igreja esta me tomando tempo – disse Gerard, arrumava palha aqui e ali nas áreas já consertadas. – Mas estou lhe achando meio preocupado a semana toda. Aconteceu alguma coisa que queira me contar?

O homem o olhava.

O menino levantou os olhos para o pai, e encontrou os dele fixos nos dele; aqueles olhos verdes que, agora com a manhã fria, pareciam cinza; assim como o cabelo notoriamente ruivos vivos, parecia castanho com aquele tempo nublado.

- Senti sua falta – disse o menino. – Mamãe não está nada bem desde que você partiu. Parece que ela tá com medo de alguma coisa.

Gerard o observava, atento.

- Acho que está acontecendo alguma coisa e ela não quer me falar...

- Ela só anda preocupada com todas essas coisas. Você a conhece mais que ninguém. Ainda mais depois do ataque do Cavalheiro...

O Abramelin - A Doutrina da RainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora