Eu estava caminhando, perdida pela Bolívia. Não sabia o que estava fazendo ali, mas também não queria sair. A dois meses me mudei pra cá. Briguei pra vir, encarar o meu sonho, um sonho de encontrá-lo. Eu sei que pode parecer besteira, ele pode estar aqui feliz, com alguém, sei que posso me ferrar, mas mesmo assim não desisto de procurá-lo. Eu perdi o contato com ele duas semanas antes de eu me mudar pra cá. Mas havíamos combinado de nos encontrar, não sabíamos como. Mas ele me prometeu que me esperaria todo dia no Cristo de La concórdia. Mesmo que tivesse que esperar pelo resto da vida, ele estaria lá, sentado, com um livro na mão, com o livro ''Quem é você Alasca'', que ele mesmo me disse que leria e releria porque ele se identificou com o personagem principal, Miles. Eu não sabia se ele cumpriria a promessa, então nunca fui conferir. Mas um dia me senti sozinha, e resolvi visitar o lugar, por curiosidade.
Chegando lá, vi um cara, com feições parecidas com a de Lucas... Ele estava impaciente, olhando para o relógio. Com um livro na mão. Não consegui identificar o livro de primeira, pois como eu disse, o cara estava impaciente. Sei que pode parecer besteira, mas fiquei confortável ao olhar aquele cara nervoso, e imaginar que ele seria o Lucas. Não sabia se eu me aproximava, e confirmava que é ele, o rapaz que eu procurava. O que eu ia dizer se não fosse? "Ah, desculpa. Eu estava vendo se é um amigo virtual que conheci há alguns anos atrás. Ele estaria me esperando aqui, lendo." O máximo que o homem iria me responder é: "Ah...", mas iria pensar: "Que garota ridícula”.
Se eu conseguisse enxergar o nome do livro... Então o homem deixou o livro cair, foi a minha deixa. Ele estava muito desanimado, me aproximei, e apanhei o livro mais rápido que ele. Li o título: "Quem é você Alasca". Meu deus. Seria coincidência? Resolvi olhar para o dono do livro, e... Era ele. Era realmente ele! Acho que ele se lembrou de mim, pois assim que eu olhei pra ele, ele sorriu e abriu os braços, pulei em seus braços, em um abraço apertado. Quase chorando, eu olhei pra ele. Ele estava me abraçando com os olhos fechados. Eu me afastei, ele abriu os olhos.
— Você finalmente está aqui. — Ele me diz, tentando disfarçar a vergonha.
— Eu disse que viria. —Eu respondo sorrindo com os olhos.
— Nossa, eu preciso te abraçar mais. Não acredito que você está realmente aqui.. — Ele me diz, mas não espera uma resposta, apenas me abraça. E eu correspondo. Um abraço confortante, não queria me afastar dele nunca. Não queria sair dos seus braços, era a única coisa real que estava acontecendo na minha vida. A melhor coisa que estava acontecendo na minha vida.
Ele tentou se afastar, talvez para conversar comigo, mas eu não deixei. Apertei-o mais forte, e senti lágrimas descendo pelo meu rosto. Eu tinha medo de me afastar, e tudo voltar a ser o que era. Tinha medo de que tudo poderia não passar de um sonho.
—Ei... — Ele percebeu que eu ainda estava chorando. Senti as mãos deles segurarem meu rosto, me fazendo olhar pra ele. — O que foi?
— Tenho medo... — Eu respondia, ainda chorando. Mas um pouco mais controlada, pois as mãos quentes dele me davam segurança.
— Medo do que? De mim? — Ele me olhava de um jeito assustador, como se estivesse observando cada detalhe do meu rosto.
— Medo de isso tudo acabar. Medo de você me soltar, e eu cair em um abismo escuro e frio... Medo de... — Ele me interrompeu com um beijo. Meu nervoso passou na hora, e eu soube, ele nunca iria me deixar.
— Eu não te esperaria por meses, te encontraria, e simplesmente te deixaria ir. — Ele sorri, e me beija novamente.
— Ainda bem, pois eu não iria. Mesmo que você me mandasse embora, eu não iria. — Reponho meu orgulho, e olho de um jeito malicioso pra ele — Você teria que me matar, e duvido que você fosse capaz de matar um anjo, Patch. — Sorrio, e espero uma reação dele.
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DAECOLLDILI
Teen FictionO amor é algo independente. Por ele fazemos loucuras, mas não nos arrependemos. Amar nunca foi tão difícil ao ponto de fazer alguém enlouquecer, mas oferecer sua vida por alguém que ama seria loucura? Faria tal brutalidade consigo mesmo, sabendo os...