Segunda Chance

Reconciliação

— O que você está fazendo? — Perguntei empurrando seu peito para que se afastasse.

— Tentando te fazer entender que não vou aceitar o nosso fim. Você precisa acreditar em mim Cristal. Não aconteceu nada entre Ágatha e eu.

— Como você pode ter certeza, se nem lembra de como acordou pelado?

— Eu saberia.

— Saberia como Daniel? Não tem explicação.

— Você não confia em mim?

— Você confiaria em mim se fosse o contrário?

Daniel ficou calado.

— Aí está sua resposta. Se você não confia em mim, por que devo confiar? — Falei tentando me afastar.

— Eu vou falar com Ágatha e esclarecer tudo, mas eu preciso de você. Por favor, Cristal... Olha nos meus olhos e diga o que vê.

Daniel se aproximou, me deixando sem saber como agir...

— Daniel... — Eu comecei a falar.

— O que eu sinto por você é bem real. Não deixe isso que aconteceu atrapalhar nosso relacionamento.

— Não é assim tão fácil Daniel. A noite passada ainda está muito presente em minha mente.

— Vamos conversar. Me deixa te fazer esquecer isso.

Ficamos nos encarando por alguns segundos até eu me dar por vencida.

— Ok, vamos conversar, mas não hoje. Tive um dia cansativo, eu só quero ir para casa e dormir.

— Tudo bem. Posso pelo menos te levar em casa?

— Daniel...

— Prometo que não vou falar nada. Apenas quero te deixar em casa.

Pensei nas minhas possibilidades antes de responder. Eu morava perto e não era necessário ir de carro, mas só em saber que Daniel estava aqui disposto a tentar reparar seu erro, meu coração traiçoeiro já estava pensando em perdoá-lo.

— Está bem. Vou aceitar sua carona.

— Ótimo! Venha, vamos sair dessa madrugada fria.

Daniel colocou sua mão nas minhas costas e me guiou para seu carro. Eu pensei em me afastar, porém sentir seu toque mesmo por cima da roupa, me deixou extremamente sensível.

Ajustei o cinto enquanto ele dava a volta para entrar no carro. Por algum motivo, ficou um clima estranho durante nosso percurso. Eu não queria falar, por que acabaria me traindo se olhasse para seus olhos verdes que sempre me deixam desnorteada.

Antes mesmo que eu piscasse, Daniel estacionou em frente à minha casa.

— Pronto, você está entregue.

— Obrigada pela carona. — Falei saindo do carro.

— Cristal, espera...

— O quê? — Indaguei olhando para ele.

Daniel parecia bem abatido. Como se tivesse passado o dia jogado na cama. Seus cabelos estavam bagunçados de um jeito que mesmo estando com uma aparência horrível, continuava sexy.

— Posso aparecer aqui amanhã ou te ligar... Para podermos conversar?

— Eu te ligo.

Comecei a me afastar, esperando ouvir o barulho do seu carro se afastando. Quando cheguei à minha porta, eu estava em um dilema. Meu coração me dizia que eu devia dar meia volta e entrar no carro. Minha razão me dizia para entrar e tentar dormir.