O relógio despertou as 07h15 da manhã me fazendo dar um pulo da cama e correr para o banheiro percebendo que estava completamente atrasada, o ônibus da escola passaria dentro de quinze minutos em dois quarteirões de distância de minha casa. Fiz minha higiene pessoal em exatos três minutos, coloquei minha calça de moletom, uma regata preta, meus óculos, prendi os cabelos em um rabo de cavalo e sai do quarto em mais exatos cinco minutos.
Desci as escadas correndo pois tinha exatamente sete minutos para correr dois quarteirões e pegar o ônibus escolar, faltavam apenas duas semanas para o fim das aulas e assim poderia dar boas-vindas a querida faculdade de Connecticut.
Eu podia dizer que nunca corri tão rápido em minha vida, cheguei ao ponto de ônibus bem no momento em que o motorista já estava saindo, bati na traseira do automóvel desesperada para que ele parasse e assim ele fez, agradeci mentalmente a Deus por não me deixar chegar atrasada na escola em semana de prova. Corri ate a porta do ônibus e entrei, abri um sorriso largo para o velho motorista e o cumprimentei.- Está um lindo dia não acha Carl ...
Disse e passei por ele indo para meu lugar no final do ônibus. Carl era velho, deveria ter por volta de seus sessenta e poucos anos, era magro como uma vara de bambu e tinha um bigode muito sinistro. Ele me saudou graciosamente com sua voz que era meio rouca
- Essa foi por pouco em Amélia.
Dei de ombros e enquanto caminhava pelo corredor do ônibus abaixei a cabeça sentindo os olhares pesarosos em cima de mim. Digamos que não era a garota mais bonita e popular da escola, eu fazia mais o estilo nerd e despojada. Sentei-me no banco do lado direito do ônibus, coloquei meus fones de ouvido, apoiei a cabeça na janela e me permiti fechar os olhos e aproveitar a música que tocava em meu iPod, " Bring me out ".
Meu nome é Amélia Vergas Ducãn , tenho 17 anos, 1,53 metros de altura e 50 kilos. Minha pele é branca, até demais, meus cabelos longos e pretos não ajudam muito no contraste de minha aparência, me fazendo parecer, uma garota frágil e medrosa, e é por isso dentre outros motivos que sou conhecida como "Mascote". Sou filha única de Angelina Vergas de Munhos uma espanhola que veio para Connecticut com cinco anos de idade e nunca mais foi embora e de Erick Jr. Ducãn filho dentre outros quatro. Meus pais são advogados renomados em nossa cidade, passam o dia todo trabalhando, até hoje me pergunto como mamãe teve tempo para engravidar de mim. Ela insiste em me dizer que fui antecipadamente planejada, mas sei que apenas diz isso para eu não me sentir mal.
Despertei de meus desvaneios quando Carl deu uma brusca freada no ônibus escolar👏🏿inclinei para frente levantando a cabeça para que pudesse enxergar o motivo desse ato. Só então me dei conta de que já havíamos chegado a escola. Um por um os alunos foram se levantando e se aglomerando no pequeno corredor daquele automóvel e saindo dele. Como sempre eu esperei que todos saíssem para poder dar um passo a frente, o fato de ser pequena e magra não ajudava muito. Se por alguma loucura eu tentasse passar aquele aglomerado de pessoas, seria facilmente esmagada e sabe se lá o que mais poderia acontecer comigo.
Sempre fui o tipo de garota tímida, na minha, com poucos amigos. Desde minha infância eu me pegava pensando como podia eu ser filha de pais tao descolados. Mamãe e Papai conheciam muitas pessoas, tinham muitos amigos e isso sempre me inspirou, afinal eles eram o máximo, por isso as pessoas queriam sempre estar com eles não é ?. Sempre me peguei imaginando como seria ser a garota descolada, ter todos ao seu redor, te adorando, te exaltando, e cheguei a conclusão de que deveria ser um porre. Imagine todos esperando que seja perfeita, sem erros, sem defeitos, o sinônimo da perfeição. Quando percebi que isso não existia apenas deixei de tentar ser o que não era e passei a ser eu mesma, a garota franzina, nerd e de poucos amigos.
Desci do ônibus e como de costume fiquei alguns segundos olhando o alvoroço a minha frente e dei um pequeno sorriso de canto, mal conseguia acreditar que só faltavam mais duas semanas e depois "Adeus Martírio", afinal só os desprovidos de popularidade como Eu entenderiam o que quero dizer.
Respirei fundo inalando o ar daquela manhã e em pequenos passos comecei a caminhar em direção a entrada da escola. Enquanto caminhava passei por diversos grupos, dentre eles, os Dançarinos, realmente minha escola tinha uma ótima academia de dança, sendo assim não importa qual seu estilo de dança todos se uniam em um único proposito " A Dança". Passei pelos "Nada Descolados", eles eram os alunos que não queriam nada com nada, sentavam no fundo da sala, matavam diversas aulas, usavam drogas ilícitas e ainda assim estavam prestes a se formar, sabe se lá Deus como. Tenho pra mim que os professores estavam simplesmente cansados deles e se reunirão em sua Batcaverna e a votação foi unânime. Passei também pelos descolados a qual eu sempre tinha mania de sorrir mais sempre era hostilizada com um revirar de olhos e risos que não tinham fim ate eu entrar no prédio da escola e por sinal passei pelos nerds, digamos que eu não era a Rainha dos nerds, não era a mais inteligente, era nerd do meu jeito.
Segui em direção ao prédio da escola e entrei no local indo direto para minha sala. Minha primeira aula seria de História Americana. Entrei na sala e abri um largo sorriso ao perceber que meus dois melhores amigos já estavam sentados em suas respectivas cadeiras ao meu lado e meu lugar no meio deles. Caminhei apressada como se estivesse prestes a receber a premiação de melhor aluna do ano.
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Desejada
Romance" Olhar para Brandon era esquecer de todos os meus medos, era entrar em um mundo de conto de fadas e me imaginar como uma princesa ou algo do tipo. Mas imaginar um mundo de utopia nao significa acreditar que ele seja real. E eu sabia que ter Brando...