m4°: Longo dia.

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" Nhaaa,são 6:30 da manhã! Eu quero dormir!!!! ok, eu sei que hoje é segunda...mas será que eu não posso faltar só hoje? Afinal não tem nada de importante hoje e....AH MEU PAI AMADO, O TESTE". Saí da cama com mais de mil e corri pro banheiro. Após fazer a higiene matinal eu corri para tomar apenas um suco e subi as escadas de novo para escovar ok dentes.

Não foi fácil correr 5 quarteirões cariocas com uma mochila pesada e naquele calor escaldante, ao chegar na sala-com cinco minutos de folga, graças a Deus e ao meu desespero- trombei com a Carol.

-Caramba Luana! Cuidado garota!

-Foi mal!

-Aonde é o incêndio?

-Na prova de Matemática!

-Tem prova????!!!!!

-CAROLINNI ALMEIDA CARVALHO VIEIRA, COMO VOCÊ NÃO SABIA????

Carol começou a rir descontroladamente e a apontar pra mim enquanto eu estava paralisada com a reação da minha melhor amiga.

-É MENTIRA SUA BESTA!!! Não acredito que você caiu!

Chris chega por trás de mim e me da um abraço.

-Por que a Carol-os tiques- tá tendo crise de riso?

-Ela...e-ela hahahahahahaha a-achou que eu tava-ela não se aguentava de tanto rir.

-Caraca garota!-falei irritada-tu é chata hein!

-A culpa n-não é minha s-se você hahahahahahahaha.

-Bom dia meninos, vamos entrar?

E lá estava parado o meu "querido" professor de matemática, Osvaldo estava como sempre com aquela camisa social, a calça jeans e os sapatos sociais desgastados pelo tempo. Apesar de apresentar ter 70 anos, Osvaldo  só tinha 30-exatamente 30!!!! Aquele cara pegou dicas de moda com meu avô!

-Vamos, vamos.

Entramos os três na sala já de cabeça baixa e rezando baixinho para que a prova viesse fácil.  Sentei na última cadeira de trás com Chris e Carol na minha frente, e então, a tortura começou, fiquei aliviada quando consegui resolver as três primeiras questões, mas na quarta a coisa começou a piorar, fiz um cálculo qualquer e quando ia mudar de questão ouvi uma voz murmurar no meu ouvido "está errado". Ah, ótimo, era o que me faltava, agora Daniel-que sempre foi um gênio na matemática- vai se meter na minha prova. Apesar de estar irritada com ele por conta da intromissão não tinha como não gostar da presença dele ali, ainda mais depois da noite de ontem.

-Está errada, faça de novo.

Obedeci a voz é refiz a questão com um cálculo diferente.

-Ainda está errado.

Fiz de novo com outro cálculo.

-Ainda está errado, você não estudou? 

-Tá bom caraca!

-Luana, algum problema aí?

Olhei para o professor como se ele tivesse surgido de outro planeta.

-Ah...bem, eu gostaria de pedir pra...me tirar desse lugar, se o senhor não se importar...quero dizer, aqui está muito frio.

-Tudo bem, sente aqui.

Ele apontou uma cadeira logo na frente da mesa dele, isso queria dizer que ele ficaria vendo tudo o que ei estava fazendo, só para que eu ficasse mais insegura e me sentindo mais patética, mas como não podia voltar atrás, peguei as minhas coisas e fui me sentar sem reclamar.

-Não deveria ter falado comigo, Lu.

Cocei o nariz e pensei irritada "você que não deveria se meter no que eu faço ou não na minha prova", o ouvi rir e começar a falar o que eu tinha que fazer: "coloque o X pra lá", "ótimo, agora subtraí", "substituí por três", fui fazendo tudo o que ele estava mandando com os olhos do professor sobre mim, pra não parecer que tinha uma voz do além-e tinha mesmo- me dando as respostas, as vezes eu demorava um pouco mais, ou fingia está fazendo um cálculo mentalmente.

-Aqui professor.

Entreguei a prova a ele e saí da sala respirando fundo, entrei no banheiro feminino e comecei a me olhar no espelho para tentar ajeitar meu cabelo que estava como um esfregão.

-Não penteia, tá bom assim.

-O que você tá fazendo no banheiro feminino?????

-Ninguém me vê a não ser você, então, não estou cometendo nenhum crime.

-Eu te vejo! E exijo que saia daqui!

-Não.

Meu queixo caiu com a resposta torta dele, mas Daniel sempre foi meio rebelde desse jeito.

-Você é um idiota.

-Um idiota que você ama beijar.

-Quem te falou isso?

-Falou o que?

Virei e vi Carol me olhando com uma cara assustada, minhas bochechas pegaram fogo e Daniel riu.

-N-nada...e-eu só tava p-pensando alto.

-Ah ta!

"Senhor, obrigada por fazer da minha melhor amiga uma anta!"

-Mas pensando em que?

"Talvez nem tão anta assim, merda!"

-Não xinga-Daniel sorriu- é feio.

-N-na prova.

-Ah tá, na na prova -ela riu- vamos, vamos lá pra frente pq ficar sozinha não tá te fazendo bem.

Ela sai me arrastando esbarrando com o Jev no corredor e dando um sorrisinho tosco que quase me fez vomitar.

-Oieee Jev,-ela cantarolou que nem uma idiota- faz tempo que não te vejo!

-Dois dias-ele sorriu- os do final de semana!

-É...-ela fez biquinho- mas eu senti a sua falta.

-Também senti a sua! -ele nota minha presença- Como vai Luana?

-Bem, se vocês me derem licença.

  Saí de perto dos dois quase que correndo, nunca gostará muito de Jev, sempre senti uma presença estranha vindo dele, algo quase ruim.

Meu amado anjo.Onde histórias criam vida. Descubra agora