Capítulo 16

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Nathan

Katherine tinha algo nela que me deixava inquieto. Eu sei que foi errado de minha parte chamá-la até aqui, contratando seus serviços. Ela agora estava ali em meus braços como uma criança. Meu coração se contorceu por causar as lágrimas que desciam pelo seu rosto. Ela é uma criança enfrentando a pior fase da adolescência, de forma conturbada. Seu rosto de menina me deixa desconcertado. Tenho 31 anos e nunca havia ficado tão perturbado por uma mulher assim. Quando estou com ela, é como se o resto do mundo não existisse.

— Nathan... – Ela sussurrou.

— Estou aqui com você.

— Estou sonhando, não estou? E sei que a qualquer momento irei acordar e descobrir que tudo o que você disse ainda há pouco foi apenas um sonho. E tenho tanto medo disso. – Acariciei seu rosto.

— Não está sonhando, não. – Sorri. — Eu estou com você, aqui. Sente o meu toque em seu rosto? – Sua mão ficou sobre a minha enquanto eu acariciava seu lindo rosto. Ela puxou minha mão e beijou meus dedos.

— Eu tenho medo do que sinto, Nathan. Medo de me machucar. – Ela falava enquanto beijava cada dedo da minha mão direita.

— Também tenho medo, Katherine, e olhe que eu sou bem mais experiente que você. Mas nunca fiquei assim por nenhuma mulher.

— E eu nunca estive assim por nenhum homem, Nathan. Você foi o primeiro homem da minha vida. – Ela falou, olhando em meus olhos.

— E gostaria de ser o último. – Sussurrei, apossando-me de seus lábios. Levantei-a, a coloquei no centro da cama sobre os travesseiros e sentei-me ao seu lado. – Eu gostaria de algemá-la à cama novamente. Posso?

— Não! – ela respondeu quase que imediatamente, enquanto arregalava os olhos. – Não, por favor! – Seus olhos mostravam medo.

— Katherine, está com medo de mim?

— Não, eu só não quero ser algemada.

— Posso fazer uma pergunta? – Ela assentiu, me olhando. – Com quantos mais dormiu enquanto fazia programas?

— Um. – Ela respondeu desviando o olhar.

— Apenas um? – Ela assentiu. – O que ele te fez, que você não quer que eu a algeme? Lembro que em nossa primeira noite você não se opôs, quando a algemei e possui seu corpo.

— Eu preciso ir embora. – Ela respondeu, indo para o lado contrário da cama onde eu estava sentado. Peguei em seu braço, segurando-a.

— Por que não quer me contar? – Perguntei, e os olhos dela me olharam com horror. – Ele a machucou? O que ele fez? Quem é ele? Sabe seu nome? Eu vou mandar matar esse filho da mãe, se ele causou algum dano em você.

— Nathan... – Ela puxou seu braço e ficou de pé. – Não quero falar sobre isso.

— Por que não?

— Por que não e pronto. – Ela me deu as costas e foi até a janela, cruzando os braços. – Não quero tocar nesse assunto. E eu preciso ir, amanhã tenho aula logo cedo. – Katherine me olhou e andou pelo quarto em direção à porta.

— Fique... – Falei, e ela se virou. – Por favor. Fique comigo, hoje. Vamos jantar mais tarde, e depois a deixo em casa.

— Não é certo, Nathan.

— Não me importo se não é certo. Eu quero que você fique aqui. Por favor. – Falei, levantando e indo de encontro a ela. Abracei-a, e ela encostou sua cabeça em meu peito. Peguei-a no colo e a coloquei em pé sobre a cama, assim ela ficou bem acima de mim. Vi-a sorrir. Acariciei suas pernas e tirei seu vestido. Seu rosto ficou vermelho, ela estava corando. Há muitos anos não vejo uma mulher corar como ela. Nos dias de hoje é algo difícil. As mulheres são tão descaradas que não conseguem se envergonhar diante de nada. Mas Katherine consegue, apenas me olhando.

Acompanhante de luxo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora