Capítulo 7

5.6K 400 12
                                    

Kate

O intervalo terminou, e voltamos para a sala. A aula de Biologia é a melhor. A professora Joana explica maravilhosamente bem, e estou na mesma turma dela há três anos.

— Olá, turma! Joana falou sorrindo. Ela tinha cerca de 40 anos, cabelos escuros e grandes olhos verdes.

— Meninas, apresento-lhes a professora Joana. Ela é maravilhosa na explicação. Vocês irão adorar. – Falei para as gêmeas.

— Espero que sim, pois não sou fã de Biologia.

— Ah! Não se preocupe, eu ajudo você, Alice. – Falei sorrindo.

Elas mudaram de cadeira. Agora sentava uma de cada lado, Alice do meu lado esquerdo, e Amanda do lado direito.

— Senhorita Alice King, poderia prestar a devida atenção aqui, por favor? – A professora falou, apontando para a lousa que estava cheia de coisas para serem copiadas em nosso caderno. Eu arregalei os olhos. King? Seria ela da mesma família de Nathan King? Alice virou e sorriu para a professora. Virei-me para a Amanda.

— Amanda, você e Alice são da família King? Das Indústrias King? — Amanda me olhou sorrindo.

— Sim, somos filhas de Joseph King. — Santo Deus! — O que foi Katherine? Você ficou branca como um papel, está passando mal?

— Não é nada, Amanda, eu só tive uma vertigem passageira. Tenho labirintite desde pequena.

— Entendo, minha mãe também tem. – Amanda comentou. Sorri sem graça. Então voltei toda minha atenção para a aula de Biologia. Ao final da aula, peguei minha mochila e saí apressada. Não dei tchau para nenhuma das duas. Precisava pensar.

Passei em frente ao banco que ficava ao lado do colégio, e resolvi abrir minha conta e depositar cheque do Nathan. Meu celular vibrou e havia uma mensagem.

Bom dia princesa, estou com saudades. Este é meu número, quando desejar me ligar, sinta-se à vontade.

Com amor, N.

Oh merda, sério? Nathan King me enviando SMS a esta hora da manhã? Guardei meu celular no bolso da calça do uniforme e entrei no banco.

— Bom dia, ou seria boa tarde. – Falei sorrindo para um rapaz que se encontrava na entrada na mesa de abertura de contas.

— Bom dia, senhorita.

— Estou querendo abrir uma conta.

— Você só precisa de sua Identidade e seu Social Security. Se acaso estiver com algum comprovante de residência facilitaria também, mas nada que te impeça de abrir se não tiver.

— Sim, estou com tudo isso. – Sorri.

— Então pode sentar-se e vamos abrir sua conta. Que tipo de conta gostaria? Ah! E esqueci de lhe avisar, você necessita depositar o valor mínimo de cem dólares.

— Tudo bem, eu tenho um cheque já para depositar.

— Certo. Por favor, dê-me seus documentos. – Entreguei os documentos para o rapaz, e fiquei aguardando-o fazer o cadastro no sistema do banco. Menos de 10 minutos depois, ele estava sorrindo e recebendo o cheque de vinte mil dólares que eu depositaria em minha conta. – Que quantia maravilhosa, hein?

— Sim, é. Ganhei de aniversário de um amigo do meu pai. – Uma mentirinha básica. Sorri.

— Tudo bem, sua conta já está aberta. Se puder aguardar uns 30 minutos, já trago seu cartão novo, e o mesmo será para débito e crédito. – Assenti. Olhei para o relógio. Eu chegaria mais que atrasada em casa, e dentro de alguns minutos minha mãe me chamaria no celular.

Nathan

Londres estava sendo um tédio. Não consegui trazer Kate para perto de mim, pois ela precisava estudar, e eu jamais atrapalharia seus estudos.

Hoje tenho dois contratos de empresas falidas para revisar e comprar, e uma nova empresa para visitar e conversar com o dono. Sentei no mini escritório do meu quarto de hotel, e comecei a leitura de um dos contratos. Trinta minutos mais tarde terminei o contrato, peguei meu casaco e resolvi passear. O fim de tarde em Londres estava chegando e uma caminhada me faria bem. Estou hospedado na suíte presidencial do Intercontinental London Westminster, que fica situado bem no centro de Londres. É um hotel maravilhoso, com serviços de quarto muito bons.

Saindo do hotel, comecei a caminhar pelas ruas, e enviei uma mensagem para Kate, mas ela não me respondeu. Talvez não tenha lido ainda, ou simplesmente tenha me ignorado. Meu celular apitou, e havia uma mensagem. Ao abrir, fiquei decepcionado que não fosse ela. Era do banco, avisando que um cheque de vinte mil dólares havia sido sacado. Kate sacou o cheque que lhe dei. Finalmente. Pensei que não fosse fazer nada com o dinheiro.

Escrevi-lhe uma mensagem:

Fico muito feliz que resolveu usar o dinheiro que lhe dei de presente em algo.

Com amor, N.

A resposta veio logo em seguida:

Sim, acabei de abrir uma conta no banco e o depositei. Como você sabe que acabei de usá-lo?

Respondi-a:

Acabei de receber uma mensagem do meu banco avisando que foram sacados vinte mil dólares, e a única pessoa para quem repassei essa quantia foi você, então não foi difícil deduzir que você utilizou.

A resposta não veio; Será que ela ficou chateada?

Kate

— Mãe, eu sei que estou atrasada e já estou chegando. Por Deus, pare de ser tão controladora. Odeio isso. Já estou na esquina de casa. – Falei e desliguei o telefone. Nathan havia enviando outra mensagem e não tive tempo de ler, porque minha mãe começou a me ligar. Pronto, agora estava feito, a conta estava aberta, e eu poderia sumir. Sumir com apenas vinte mil é muito pouco, considerando a cidade onde moro, e não tendo 18 anos completos.

Assim que entrei em casa, minha mãe soltou os cachorros em mim:

— Por onde esteve, mocinha? – Ela perguntava batendo o pé e com as mãos na cintura.

— Fiquei até um pouco mais tarde na escola, trabalho de Biologia, mãe.

— Não minta para mim, você é péssima mentindo, Katherine. Por onde esteve?

— Está bem, está bem. Eu fui andar mãe, fui passear, eu precisava. Pronto? Satisfeita? – respondi passando por ela, indo para meu quarto.

— Você tem cliente marcado para as 17h de hoje. – Ela falou da porta do meu quarto. Joguei a mochila sobre a cama.

— Não vou atender ninguém hoje.

— Já está marcado o horário e não posso desmarcar. – Olhei-a como se fosse matá-la, e minha vontade talvez fosse essa.

— Está bem. Vou atender esse tal cliente. – Falei, e ela se retirou – Será o último também. Nunca mais quero que ninguém toque em meu corpo. Já me basta o nojo que senti depois de ser tocada pelo Thomas. Por mais lindo que ele fosse eu não queria aquilo, não queria me sentir como uma vadia qualquer. Eu quero viver e sentir minha fase adolescente. Infelizmente com a mãe que tenho, não vivi minha infância perfeita sem umas boas surras, por estar a espiando com os homens que ela atendia. Sempre fui curiosa.

Agora preciso arrumar um trabalho urgente, de qualquer coisa, menos de acompanhante. Não quero dormir com um e com outro. Não nasci para isso.

Tranquei a porta do quarto, liguei o som do meu quarto e a música da Beyoncé ecoou pelo quarto, Baby Boy. Comecei a dançar.

Nathan me veio à mente, passando sua mão em meu corpo, beijando-me, como se estivesse ali comigo. Meus olhos estavam fechados, e estava dançando comigo mesma. Meu corpo ficou suado, minha garganta ficou seca, e eu podia ouvir os meus gemidos e os dele, como se eu estivesse lá naquela noite, novamente. Nossos corpos se chocando, fazendo-me ver estrelas.


Acompanhante de luxo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora