O Princepe e a Plebeia (Naruhina)

O resto daquele dia

— Você se sente melhor? — perguntou o loiro ao ver a morena se afastar. Involuntariamente, deu uma boa olhada para ela. Seus cabelos negros faziam um completo contraste com a pele pálida e suave. Avaliou cada pedaço dela, parando chocado em seus olhos perolados. Achava curiosa aquela característica única.

Em resposta à sua pergunta, ela apenas assentiu levemente com a cabeça.

— Onde mora? — Sem nem pensar, ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

— Em um vilarejo perto da cidade — respondeu sem graça pelo toque inesperado do loiro em seu rosto.

— Vou levá-la para casa — afirmou, o que parecia tudo menos uma pergunta. Ao ver ela abrir a boca para contestar, ele emendou: — Sem contestar — disse por fim.

— Está sendo muito gentil — admitiu antes de desviar o olhar para algum ponto qualquer. — Eu não sei como poderei agradecer — completou, fechando os olhos.

Naruto a olhou por algumas frações de segundo antes de, em um impulso de coragem, tocar seu rosto delicado.

— Sorria — pediu gentilmente. Ela o encarou surpresa antes de suavizar o rosto com um sorriso tímido.

— Pronto — agora ele mesmo sorria. — Isso já basta para mim.

Percebendo o silêncio, ele se deu conta e soltou seu rosto, levantando-se rapidamente.

— Vamos. — chamou, estendendo a mão e ajudando-a a se levantar.

Já ao lado do animal, a Hyuuga tentou subir de um pulo, mas sua estatura jamais permitiria tal façanha. Depois da quinta tentativa, ela olhou para o loiro que apenas estava esperando o pedido com um sorriso de canto.

— Po-pode me ajudar? — seu tom era baixo e seus olhos desviaram antes mesmo de terminar a frase.

Ele se aproximou e a ergueu facilmente, tentando conter ao máximo seu sorriso.

Com facilidade, ele subiu e se sentou atrás dela, esticando os braços para pegar as rédeas do cavalo, involuntariamente passando os braços pela garota. Com o toque, ambos sentiram arrepios subirem pela espinha. Naquela posição, o cheiro dela o inebriava facilmente.

Desviando pensamentos corrompidos, ele seguiu para a estrada e tomou o caminho para o norte.

Depois de um percurso inteiro tentando se livrar de pensamentos impuros, Naruto finalmente viu as entradas do vilarejo se aproximando.

"Obrigado, Kami-Sama!"

Clamou o loiro.

Logo de frente para uma humilde casa branca, Hinata se endireitou.

— É aqui. — alegou, sentindo o animal parar devagar.

Após ajudá-la a descer, Naruto a encarou cuidadosamente, com a intenção de memorizar cada pequeno detalhe da Hyuuga.

— Ficará bem? — perguntou, avaliando-a por inteiro.

— Sim — seu tom saiu em um fio de voz, quase um sussurro.

— Bem, então acho que é um até breve — deu um passo para trás antes de montar novamente no alazão.

Em um surto de coragem, ela esticou seu braço para segurar delicadamente a manga de Naruto, mas sem saber exatamente o que iria dizer.

— Algo de errado? — perguntou, agora fitando-a.

— Eu posso te ver de novo? — seus olhos grandes estavam tão esperançosos que nem de longe parecia um pedido banal.