O Princepe e a Plebeia (Naruhina)

A Escapadela do baile

Hinata

Escrevo apressadamente do gabinete do exército. Por mais que gostasse de lhe passar a informação pessoalmente, deixo esta carta para Kiba, um amigo de minha confiança.

Amanhã haverá um baile no palácio, e pretendo escapar pouco tempo depois de começar. Por favor, me espere em casa para nos vermos. Irei lhe levar para um lugar tão lindo quanto seus olhos.

Estes dias foram infernais sem você.

De seu pouco encantado, mas bastante charmoso,
Príncipe.

A carta ainda repousava em sua penteadeira branca. Iria guardar com carinho para sempre. Em primeira instância, havia estranhado o guarda real em sua porta, mas ele não poderia trazer notícias melhores!

Encarou seu reflexo no espelho, esperando inspiração para fazer algo com as longas madeixas escuras. Enquanto tentava mil e uma maneiras novas de arrumar o cabelo, tentou não pensar em seu encontro com Naruto na noite seguinte. Estava a experimentar possibilidades para, no dia seguinte, não se sentir perdida.

Enquanto estava em sua não tão árdua tarefa, a porta de seu quarto foi aberta depois de um rápido toque.

— Filha, quer tomar um chá comigo? Preciso te contar uma coisa.

Hinata imediatamente largou sua escova de cabelo e seguiu seu pai para a cozinha.

Ela agradecia imenso ele não ter feito tantas perguntas após o acontecimento no palácio. Após ela dizer que o príncipe foi gentil e a acompanhou em casa depois de se sentir mal disposta, ele pareceu aceitar facilmente.

Não era bem mentira, mas estava longe da verdade, sem dúvidas. Ela sabia que estava a arriscar muito estando com o príncipe.

— Papai, algum problema?

Ele se sentou à beira da pequena janela na parede da cozinha, segurando agora uma caneca fumegante de chá verde.

— Hoje recebemos uma carta em casa.

Ela quase cuspiu seu próprio chá.

— Ah, sim!? — As bochechas vermelhas e os olhos arregalados estavam estampados em sua cara.

— Sim, um amigo meu de Suna me mandou um pedido de ajuda urgente. — O velho Hiashi a encarou cauteloso. — Irei viajar para lá amanhã.

Ela agora estava realmente surpresa, deixando sua caneca sobre a mesa de madeira.

— Já!? É assim tão urgente? — deu passos na direção do pai.

Ele concordou com a cabeça levemente.

— Infelizmente sim, ele não deu muitos detalhes, disse algo sobre um negócio antigo que está lhe dando problemas.

— Poxa... Mas por que? — disse triste, pois não gostava de ficar sozinha em casa.

Hiashi viu o semblante da filha cair.

— Vai demorar?

Ele se aproximou e acariciou seus ombros.

— Não tenho certeza. No mínimo duas semanas pela viagem de ida e volta.

Ela se jogou na cadeira mais próxima, sem opção senão concordar com um sorriso leve.

— Já que não há escolha, tudo bem. Eu cuidarei para que as encomendas da ferraria sejam tratadas por Shino. — Sorriu levemente.

— Eu voltarei assim que puder.

A relação dos dois era o único laço familiar que havia sobrado, depois da mãe de Hinata sumir sem deixar vestígios.

Seu pai era seu grande tesouro.