No que nós nos tornamos?

189 11 4
                                    

Eu alisava a minha cara(ou máscara) animatronica tentando acreditar na minha situação, mas eu não era o único, João Pedro acordou e disse:
-Porque voltamos aqui, achei que tivéssemos morrido, porque eu to na fantasia da Chica?
Ricardo acordou e puxou as orelhas roxas dizendo:
-Onde estamos? O que aconteceu?
Guilherme começou a gritar:
-PORQUE EU TO NO FOXY? PAAAAAAI SEU FILHA DA...
-Cala a boca, orário!
Gabriel respondeu, mas ele era um animatronic que eu não conhecia, ele era igualzinho a mim, mas era dourado e tinha olhos completamente pretos como olhos de boneca, eu chamei de Freddy Dourado, ou Golden Freddy.
Eu afirmei para todos eles:
-Então tá pessoal, pelo visto de algum jeito nossas livres almas foram presas dentro dos nossos animatronics favoritos e possuí-los para sempre, vocês me digam: O QUE FAREMOS?
Guilherme, com seu jeito engraçado diz:
-Primeiro: isso soa bastante demoníaco se você me perguntar. Segundo: nós somos animatronics com força incomparável a qualquer coisa viva da Terra com duas fileiras de dentes afiados o suficiente para esmagar a cabeça de alguém com uma força esplêndida na mandíbula com uma aparência para lá de assustadora, agora com isso, vamos esperar sua cabeça esplêndida pensar em algo.
Eu pensei, pensei e pensei até o momento em que veio uma ideia perfeita na cabeça:
-Gente! E se agente fizesse o seguinte: durante o dia daremos o show para as crianças, mas durante a noite, depois de meia noite, nós iremos ganhar vida, vamos caminhar pelo lugar, assustar quem quiser entrar, e o segurança noturno torturar, o que vocês acham?
Todos libertaram o espírito violento e responderam SIM, mas, de repente, um som alto de uma badalada toca, Guilherme pergunta:
-Que som é esse?
Mas, de repente todos nós fomos desativados ao som da badalada das 6 da manhã. Até que dar o show é divertido, mas eu sinto que isso não é certo, eu queria estar no paraíso do céu, mas eu também queria estar no colo da minha amada mãe, queria não ter escutado aquele desgraçado homem roxo, mas eu me deparei com a minha mãe no canto da pizzaria chorando, não pude resistir, sai do palco no meio do show com todos me olhando, fui na direção da minha mãe e disse:
-MÃE! SOU...
Antes que eu pudesse terminar ela gritou e saiu correndo para fora da pizzaria junto a muitos outros, ela não me reconheceu, eu nunca mais falarei com ela, todos os meus amigos me olharam com cara brava, eu disse:
-Desculpe.
-Mandou bem emocional, qual é o problema? Tá com saudade da mamãezinha?
Ah ótimo, Guilherme arranjou um jeito de me implicar, eu me defendi:
-Cala a boca, ninguém pediu a sua opinião!
-Não ligo!
Ele respondeu de braços cruzados.
-Qual é Guilherme, deixa ele em paz.
João Pedro respondeu.
-Não se mete galinha ambulante comedora de pizza!
Guilherme entra com a alma fervendo.
-Quer saber Guilherme, você é ridículo, feio, estupido, orário...
Ricardo me defende.
-"COELINHO SE EU FOSSE COMO TU, TIRAVA A MÃO DO BOLSO E ENFIAVA NO TEU CU!"
Guilherme se revolta.
-PELO MENOS EU NÃO MATEI O MEU PRÓPRIO IRMÃO"
Ricardo manda um fora e eu, quase arrancando o chapéu gritei:
-CHEGAAAAA!
-Gente, no que nós nos tornamos? Um dia atrás nós éramos amigos, agora nós viramos inimigos? Qual foi a diferença de ontem para hoje? A aparência? Estar aprisionado nesse endoesqueleto? Vamos deixar as diferenças de lado e ir para a realidade:
-Nunca vamos morrer, fomos condenados a ficar aqui para sempre até apodrecer cantando musiquinhas chatas para crianças idiotas, e como sou o mais velho, pelo visto mais racional e sou o Freddy eu serei nosso capitão, agora vamos todos pedir desculpas e botar para fora os sentimentos.
Ricardo disse:
-Sinto saudade de casa, da minha rotina, dos meus gatos de estimação, da minha família.
João Pedro também se expressou:
-Todos esses anos achei que nunca iria dizer isso, mas sinto falta da escola, dos outros amigos, das namoradas.
Guilherme começou a chorar:
-Sinto muita falta da minha casa, da minha irmã e do meu irmãozinho, mas agora que achei que poderia me livrar da época que usava essa máscara aqui estou usando-a de novo.
Gabriel saiu da sala dos fundos, pois não era um animatronic que participava dos shows, com sua voz grossa e travada de robô ele disse:
-Eu sei que todos nós perdemos uma coisa ou alguém ontem, mas precisamos deixar isso de lado e matar aquele que nos matou!
Depois de alguns segundos de silêncio um barulho de música começou e de dentro de uma caixa saiu uma enorme e assustadora marionete com linhas de choro desenharas no rosto.
A marionete falava:
-Eu nunca achei que diria isso, mas também senti falta do momento em que eu e você éramos bons irmãos Guilherme.

Five Nights at Freddy's, a vingança das crianças Onde histórias criam vida. Descubra agora