Capítulo 17 - Isabella

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Acordei de madrugada, eram duas da manhã. Ontem fui à casa da Alexia, mas ela não estava. Cheguei a pensar que estava dormindo, mas eu sentiria sua presença. Ela devia estar com a Sarah, o que me deixou mais estressada. Como ela conseguia ficar com aquela idiota depois de tudo? E pior, me trocar por ela. Voltei pra casa e minha mãe nem tinha percebido que havia saído. A noite foi mais normal dessa vez. Nada de sonhos estranhos. Sombras. Oswaldo. Voltei a dormir e quando acordei percebi que o despertador já havia tocado umas cinco vezes. Eu estava bem atrasada pra aula. Peguei minha mochila, escovei os dentes, coloquei o uniforme e sai disparada pela porta. Eu não tinha esse costume, mas precisaria usar toda velocidade que eu conseguisse na forma humana. Cheguei à escola em poucos minutos, mas mesmo assim só me deixaram entrar no terceiro tempo, já que estava na metade do segundo. Eu não era a única que estava atrasada, a Sarah também estava ali embaixo. Eu não queria criar uma confusão na escola e dar aquele gostinho pra ela, mas ela tinha um sorriso tão insuportável estampado na cara mexendo em seu celular que meus impulsos falaram mais alto. Fui andando em sua direção e parei na frente dela.

-O que você está fazendo com a minha amiga? -ela levantou a cabeça e desviou o olhar do celular bem devagar como se eu não fosse nada, o que estava me dando cada vez mais raiva.
-Quem?
-Jura? Vai se fazer de desentendida?
-Amiga?
-A Alexia poha. -meus olhos se acenderam, mas naquela altura ela já sabia mais do que eu imaginava sobre mim.
-Desde quando ela é sua amiga?
-Não se faça de idiota.
-Pelo o que eu saiba, ou melhor, pelo o que ela me disse, ela não é sua amiga nem muito menos você dela. -ela falava as palavras como se tivesse recitando um poema de Shakespeare.
-Mexer com alguém que está confusa é fácil sua covarde. Quero ver brigar com alguém que pode te ganhar. -segurei ela pela blusa e a tirei do chão. Minhas emoções estavam descontroladas e a força aumentada. Ela fechou a mão e fez minha cabeça queimar.
-Eu não preciso provar nada a ninguém, mas você não conseguiria me ganhar, nem se quisesse.
-Eu te odeio garota.
-Nossa, obrigada. Foi o melhor elogio que recebi nos últimos dias. Ah, não, a Alexia me falando que sou a melhor amiga que ela já teve foi melhor. -Ela novamente deu seu sorriso malicioso o que me fez ter vontade de quebrar sua cara. Antes que eu pudesse fazer o inspetor passou. Me viu caída no chão enquanto a Sarah estava de pé.
-Algum problemas meninas?
-Não. Tem pessoas que não valem a pena. -levantei do chão depois de ajeitar minha mochila nas minhas costas. -Deixa ela em paz. -Falei. Dei meia volta e sai andando sem nem olhar pra trás.


Destinadas (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora