As Oito Chamas

Informações

- Como vocês conseguiram derrubar as defesas de um povo suficientemente avançado para abduzir uma centena de pessoas? - Perguntei, impressionado.

- Eles foram arrogantes demais em sua vinda. - Respondeu Jéssica. - Trouxeram pouquíssimas armas além do gás que usariam nos testes.

- Estudaram muito a nossa raça, mas não contavam com nossos genes que fazem com que sejamos completamente imunes a suas armas químicas. - Explicou Walter. - Eles são parecidos conosco, aprendem rápido e tem uma tecnologia muito avançada.

- Então aquela fumaça... - Falei, quando fui interrompido.

- Sim, era parte do armamento deles que eu encontrei, mas foi um acidente! - Explicou Tom, ao ver o olhar de reprovação do mais velho. - Parecia um ovo de metal com um botão, então fez um som muito forte e soltou uma quantidade incrível de gás. 

- Precisamos ter mais cuidado com eles. - Avisou o mais velho. - Mas agora, o melhor a fazer é organizar tudo, pois temos mais quatro Chamas para encontrar.

   Sem dúvida, antes disso eu nunca havia passado por situações tão perigosas quanto essa, portanto estava muito nervoso. Decidi focar na nossa chance de salvar os outros, e então escapar desse lugar.

- O que eles pretendem fazer com os outros quatro? - Questionei.

- Testar novas substâncias que talvez resolvam o problema da invulnerabilidade. - Respondeu Tom. - Não podemos deixar que encontrem alguma solução, ou que matem mais gente.

- Ben, venha aqui... - Chamou Jéssica, que tinha andado até o outro lado do acampamento improvisado.

   Caminhei até ela, mas acabei tropeçando em um galho que estava no meio do caminho, felizmente sem mais danos ao tornozelo já recuperado. A militar, muito séria, insinuou uma risada, mas conseguiu se controlar.

- Logo vai escurecer, então precisamos de duas pessoas para vigiar a área durante a noite. - Falou ela.

- Eu posso ficar... - Me ofereci prontamente, lembrando que era o recém chegado. - Quem vai ser o outro?

- Os outros dois já ficaram de guarda na última noite, então eu... - Gaguejou a ruiva. - Eu posso ficar hoje.

   Olhei em volta e comecei a prestar mais atenção no acampamento. Duas barracas, dois sacos de dormir, algumas frutas e barras de cereais, lanternas, garrafas de água e uma espingarda, tudo que era necessário estava ali.

   A noite caía lentamente, e as estrelas começavam a aparecer por entre as árvores. Aquela clareira seria um lindo lugar, não fosse o grande risco de morte que corríamos.

- Boa sorte... - Disseram Tom e Walter em uníssono, cada um entrando em uma das barracas, enquanto deixavam Jéssica e eu na vigia.