Psycho Love

Capítulo 1: Sombras

"Spend my days locked in a haze 

Trying to forget you babe

I fall back down

Gotta stay high all my life

To forget I'm missing you" Tove Lo, Habits

Tudo começou quando eu tinha 13 anos, aquele ano eu tinha começado a ter delírios, ouvir vozes e também comecei a ficar agressiva. Meus pais acharam que era coisa da idade, mudar e ter virado uma "mocinha". Mas com o tempo eu comecei a ter depressão e também me auto-mutilar. Minha família achou melhor eu ir para algum psicólogo. Me lembro muito bem da cena.

Estava em uma sala fria, eu ouvia risinhos ecoando dentro de minha mente, eu repetia pra mim mesma "parem...parem...parem..." e todos me olhavam com uma expressão agoniante, como se eu fosse um monstro. Uma mulher alta, vestida á um jaleco branco veio me examinar. 

  - Está se sentindo bem?- perguntou.

  - As vozes...Dizem que...- fiz uma pausa para escutar.- que...que tudo bem você me examinar.

  - Hum OK. - ela anotou em uma caderneta azul que segurava.

 Ela se afastou um pouco e foi conversar com meus pais, de longe eu podia ouvir, ouvir foi algo que sempre fui boa, eu diria, um talento. 

   - Senhores eu queria que vocês me contassem um pouco a jornada de sua filha. - disse a doutora.

  - Bom. - começou minha mãe.- Autumn começou a ser mais agressiva com 12 anos, depois vieram alguns delírios e tonturas. Achei que era coisa da idade, mas as coisas pioraram, ela começou a ouvir vozes e falar sozinha e também sentia medo de certas coisas que ela nunca sentiu. 

Minha mãe ia continuar, mas antes que conseguisse falar ela se debulhou em lágrimas e cobriu o rosto com as mãos fazendo-a com que não conseguisse falar mais nada. Meu pai também estava chorando,um pouco, porém conseguiu manter a compostura.

    -Ela começou a ter depressão recentemente. - ele pausou. - E...mutilações.

-OK. Já entendi claramente. - ela observou.- Oque temos aqui é um caso de esquizofrenia.

  -  Oque iremos fazer?- perguntaram os dois juntos.

  - No estado que ela está, e bem... Na fase também. - pausou. - eu sugiro um...um.. 

   Ela não completou a frase, sim, hospício. Eu havia compreendido com o pouco que ainda conseguia entender. Involuntariamente eu comecei a gritar e me debater na mesa, jogando siringas e vidros no chão;com isso; pude ver o rosto aterrorizado de meus pais. Me joguei no canto da sala quando senti uma pontinha no braço. Eu havia sido sedada.

    Acordei em casa, mas tinha em volta umas dez pessoas me analisando e me olhando como se eu fosse algum tipo de objeto. Vi meus pais conversando na cozinha, eles pareciam estar chorando e se preparando para despedir-se de mim. Eu me lembrava de tudo. Sabia o que estavas preste a acontecer. 

    Os médicos e psicólogos que estavam lá, me seguraram e me levantaram ate uma maca; eu não conseguia me mover pois estava usando aquelas roupas no qual segura teus braços. Eles me levaram na maca para fora de casa e eu vi que tinha uma van, escrito Hospício Hardwell of Chicago city. Era lá onde eu ia passar o resto dos próximos anos.

  Depois de uma hora e por aí de viagem, eu havia chegado. Literalmente no inferno, literalmente. Meus pais me deram um beijo na testa e seguraram as lágrimas que estavam por vir.

   - Te ligaremos todos os dias. E... cartas também. - eles disseram.

    Senti uma mão me cutucando, era uma mulher alta e claramente, muito bonita.