Capítulo Um

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CAPÍTULO  UM

ETHAN

Não existia nada melhor do que a adrenalina. O coração acelerado, os ouvidos pulsando e as mãos firmes. Mãos essas que seguravam com força o volante da potente máquina que estava sobre meu controle. Minha Ferrari branca se destacava ao lado da preta de Abner e da, escandalosa, vermelha de Elliot.

Era mais uma competição entre irmãos pela qual muito provavelmente Abner iria ganhar por poucos segundos. Algo que depois de anos tentando, a gente se acostuma.

Alice estava na frente se equilibrando com elegância sobre seus saltos caros e segurava uma bandeira quadriculada. Sorria travessa sabendo que seria uma boa corrida.

Alivio os dedos sobre o volante quando começam a doer pela força que estava usando. Meu sangue bombeava fortemente em minhas veias e um sorriso se formou em meus lábios quando ouvi o Elliot gritar.

— Prontos para comer fumaça do meu carro?

— Bastardo! ­— Eu e Abner gritamos.

Elliot gargalhou presunçoso.

— Somos irmãos, somos! — gritou.

— Prontos? — Alice gritou. — No três, hein!

Piso no acelerador sem soltar a embreagem, meus irmãos fazem a mesma coisa. Fumaça sobe com os pneus queimando sobre o asfalto.

— Três! — Ela gritou balançando a bandeira.

Praguejo por Alice não saber contar e sei que meus irmãos faziam a mesma coisa. Solto a embreagem e o carro voa pela pista. Aquilo sim agitava meu coração ao máximo! O perigo, a adrenalina, a competitividade.

E o melhor de tudo, o companheirismo.

Estar em família aumentava o prazer de compartilhar algo tão emocionante como aquela corrida. Eu podia sentir a mesma emoção vindo dos meus irmãos quando passamos pela linha de chegada juntos.

Sorri animado por pelo menos não ter perdido, daquele vez, a corrida. Era bom tirar o olhar arrogante de Abner e principalmente quebrar o sorriso presunçoso de Elliot.

Saí do meu carro no mesmo tempo que eles.

— Algo está errado! — Elliot protestou. — Tinha certeza que iria ganhar desta vez.

— Não vai ganhar de mim. — Abner garantiu e caminhou até sua esposa que o aguardava.

— Moranguinho, eu sou o melhor, não é mesmo? — Elliot perguntou a Charlotte.

— Claro, amor. — afirmou.

Ela tinha aprendido que era muito melhor concordar com ele do que discutir com o ego inflado dele.

— Tio, carrega. — Arthur me pediu com os braços erguidos.

— Claro garotão, quem é o melhor? — perguntei sabendo sua resposta.

— O papai. — disse como se fosse obvio.

— Você deveria ficar do meu lado pelo menos uma vez. — protestei rindo.

— Você é um chato Ethan, eu sou o melhor. — Elliot afirmou e beijou Charlotte.

— Não nesta vida. — Abner afirmou. — O papai aqui sempre vai ser o melhor.

— Papai. — Arthur ergueu os braços para meu irmão.

Abner o pegou com carinho e riu levemente. Meu irmão estava mais sorridente do que foi anos atrás e isto trazia a paz que a muitos anos nossa família não tinha.

— Daqui uns anos teremos um novo competidor. — brinco.

— Meu filho vai ganhar de vocês. — Abner afirma com arrogância.

— Eu vou. — Arthur concordou com o mesmo tom de arrogância do pai.

— Dois Abner é mais do que esse mundo poderia suportar. — Elliot o provocou.

— Parem de querer levar meu filho para essas suas competições bobas. — Carol disse alisando a enorme barriga que carregava nossa pequena Amy.

— Não adianta tentar lutar contra a maré cunhada. — digo e ela sorrir aparentemente cansada.

— Isto é o sangue Stabler. — Elliot brincou.

— Vocês são um bando de patifes. — Alice disse rindo. — Venha Carol, vamos nos sentar, eles vão dar mais umas voltas como sabemos.

— Vou com vocês. — Charlotte disse se afastando.

— Me dispensando moranguinho? — Elliot questionou dramático.

— Nunca. — soprou um beijo pra ele e pegou Arthur. — Vamos lá garoto, ver se tem algum sorvete.

— Gosto de sorvete, tia Cha.

— E quem é que não gosta? — Ela questionou.

Os dois saíram conversando nos deixando sozinhos, não perdi a preocupação no olhar de Abner enquanto acompanhava os passos da esposa até o galpão.

— Qual o problema Abner? — pergunto e ele me encara.

— Carol parece nervosa. — observa Elliot.

— Ela está com medo do parto. — suspirou e passou as mãos pelos cabelos. — Tento mantê-la ocupada, mas eu mesmo estou nervoso com isto.

— Vai dar tudo certo. — Elliot garante.

— Tem que dar tudo certo, Elliot. — Abner afirmou. — Não posso perde-las.

— Você não vai. — digo e aperto seu ombro.

— Que tal mais uma volta? — Elliot pergunta. — Estou pronto para ganhar desta vez.

Olhei para Elliot e sabia que a intenção dele era distrair Abner. Nosso irmão estava precisando de um momento, de adrenalina. E com toda certeza, precisava da competição.

E nós estávamos disposto a dar ele bastante trabalho, afinal, éramos muito competitivos.

Volto em breve.

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