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Alguns minutos depois, os policiais de Beacon Hills estavam estacionando ao redor do carro de Sage e do carro do homem.

Ela não havia chamado a polícia. Já estava acostumada aos policiais pensando que ela havia cometido o crime, então resolvera que não ligaria mais, porém, outra pessoa devia tê-lo feito daquela vez.

Um homem veio caminhando em sua direção. No seu peito, havia um distintivo de xerife.

- Senhorita? - Ele disse. - Nós precisamos que responda algumas perguntas.

Sage começou a suar frio. Pelo que ela sabia, Elliot, o seu "novo pai", trabalhava na delegacia de Beacon Hills, mas estava de folga naquela noite. Ela não queria ser fichada, muito menos presa. Era o seu primeiro dia em Beacon Hills, apesar de tudo.

Enquanto o xerife de Beacon Hills a indagava sobre o que havia acontecido, um jipe azul estacionou nos limites da cena do crime. O xerife Stilinski, como dizia o seu distintivo, desviou o olhar e revirou os olhos.

- Espere aqui, por favor. - Ele disse.

Sage secou as mãos suadas na calça jeans e olhou ao redor. O ar de sua respiração criava uma fumaça ao misturar-se com o frio da noite.

De repente, seus olhos captaram algo que ela não havia notado antes. Atrás de uma caçamba de lixo havia um garoto escondido em meio as sombras. Ele respirava pesadamente e seus olhos azuis brilhavam como se ele estivesse assustado. Ele sobressaltou-se ao notar que Sage estava olhando para ele e pôs o dedo indicador sobre a boca, indicando sinal de silêncio. Então, saiu correndo.

Quando Sage voltou o seu olhar confuso para o amontoado de policiais, o garoto do jipe estava parado em frente à ela.

- Você viu alguma coisa estranha aqui quando chegou? - O garoto perguntou.

Sage franziu o cenho. Alguma coisa estranha do tipo ela gritar sempre que alguém morria? Ou alguma coisa estranho do tipo um cara com o corpo rasgado de cima a baixo por alguma coisa que não parecia uma faca normal?

- Eu já fui interrogada. - Ela respondeu.

- Isso não é um interrogatório. - O garoto riu. - Meu nome é Stiles Stilinski. Eu sou o filho do xerife.

- Ah... - Sage murmurou, arqueando as sobrancelhas. - Bem, então você poderia dizer para o seu pai que eu não estou envolvida nisso? Eu não faço ideia de como eu vim parar aqui e, e...

Ela parou por alguns segundos, respirando fundo. Valia a pena contar algo tão íntimo para um garoto que ela acabou de conhecer?

Bem, desde quando Sage pensava duas vezes antes de tomar uma decisão?

- Eu acabei de ser adotada. O cara que me adotou trabalha na delegacia e eu vou ter que voltar para o orfanato se ele suspeitar que eu tenho alguma coisa a ver com isso. - Ela continuou, sussurrando.

- Tudo bem, eu vou ver o que posso fazer. - Ele disse, afastando-se.

Sage ficou surpresa. Ela estava acostumada a pessoas fazendo pouco caso do que ela dizia.

Ela observou de longe enquanto o garoto argumentava com o pai. Ele voltou e o coração da garota se apertou.

- Boas notícias... - Ele começou. - Ele não vai te fichar nem nada, mas quer que você dê um depoimento amanhã.

Bem, era melhor dar um depoimento como testemunha do que como suspeita. Ela suspirou aliviada.

- Muito obrigada, Stiles. - Ela sorriu, pegando as chaves do carro. - Acho que eu vou indo agora.

Stiles sorriu de volta para ela e fez um movimento com a mão como se estivesse sem jeito.

- Ah, que isso... Não foi nada. - O garoto disse, enquanto ela se afastava. - Ei, - ele chamou-a e ela virou-se para encará-lo. - você vai estudar na Beacon Hills High, certo?

- Vou sim.

- Então nos vemos amanhã. - Ele piscou.

. . .

No dia seguinte, Sage acordou com a luz do sol penetrando as cortinas brancas semitransparentes. Por alguns instantes, ela não lembrou onde estava, até que Lucy bateu na porta do quarto e a chamou.

- O café da manhã está pronto, Sage. - A mais velha avisou.

- Certo, já estou indo. - A garota respondeu, levantando-se da cama e indo em direção ao seu banheiro para fazer as higienes matinais logo após separar a roupa que vestiria.

Em questão de minutos, ela estava pronta e já tomava café junto com a família.

- Então... - Lucy dizia. - Antes de ir para o trabalho, Elliot vai te deixar na escola e vai te buscar quando acabar, certo?

Sage assentiu, terminando o cereal que comia. Elliot levantou-se, deu um beijo na testa da mulher do filho e saiu, com Sage seguindo-o.

- Está preparada para a escola, Sage? - Elliot perguntou, enquanto ligava o carro e eles partiam.

Ela riu, mas suspirou de nervosismo ao mesmo tempo.

- Seria mentira se eu dissesse sim.

Elliot sorriu levemente.

- Vai ficar tudo bem. - Ele disse, confortando-a. - Eu sei que nós mal nos conhecemos e que vai parecer estranho eu falar isso, mas é meu dever como pai. Pelo que vi até agora, você é uma ótima garota. Todos vão te adorar, tenho certeza.

Sage se encolheu no banco. Ela não tinha tanta certeza assim.

O homem parou o carro e destravou as portas.

- Chegamos.

- Obrigada. - Ela agradeceu, descendo do carro e pegando sua bolsa.

- Até depois, querida.

- Até.

Enquanto o carro sumia de vista, Sage encarava o prédio da escola com um misto de animação e nervosismo.

De repente, um homem alto e de pele escura veio caminhando em sua direção.

- Olá, você é a Sage Gray Dearing, certo?

- Sim.

- Aqui estão os seus horários das aulas e a combinação do seu armário. - Ele disse, entregando-a um envelope de papel pardo. - Hoje você tem o primeiro período livre. Se estiver com alguma dúvida, vá até a recepção ou à sala da coordenadora estudantil.

Sage assentiu.

- Bem, agora você pode fazer o que quiser, mas eu aconselharia você dar uma volta pela escola para tentar se localizar.

- Certo, vou fazer isso.

Os dois começaram a caminhar em direção à entrada da escola.

- Bem-vinda à Beacon Hills, Sage. - O homem disse, pouco antes de virar ao corredor. - Espero que você goste daqui.

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⏰ Última atualização: May 12, 2016 ⏰

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