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Somos dois corpos envoltos pela saudade e pela decadência de uma droga inexistente. Costumávamos ser adolescentes com vivências e sorrisos que apenas queriam um pouco de rebeldia nas suas vidas. Fui ingénua ao achar que eramos entregues um ao outro. Numa verdade subjetiva diria que eu fui apenas uma diversão do momento até que tu te cansas-te e deixaste-me partir.

Eramos diferentes na verdade mas ao mesmo tempo tão iguais, não sei bem descrever como eramos mas existia uma química muito forte entre nós que não conseguíamos fazer com que as pessoas não reparecem. E agora? Agora estamos mais distantes do que nunca, sinto que a saudade apodera-se do meu frágil corpo. Eramos lendas destinadas a serem quebradas. Ficamos num passado ainda presente em mim, vives dentro do meu corpo como se dele nunca tivesses partido. As memórias que nos unem nunca poderão ser apagadas da mesma forma como foste embora. Toda esta revolta e angústia entregue a ti como uma oferta ao meu desespero.

Sinto-me que me trais-te e eramos apenas amigos, fomos sempre mais além do que deveríamos. Fui egoísta ao pensar que alguma vez tu irias olhar para mim e ficar comigo e deixar esse teu namoro obsessivo que haverias ter tido com ela, como pode pensar que alguma vez irias olhar para uma simples rapariga como eu, tímida e com medo do mundo.

Perdida no mundo, no teu mundo. Fui tão entregue e devota a ti de todas as maneiras que me esqueci que eu também precisava de carinho. Que eu também precisava de alguém.

Saudades tuasOnde histórias criam vida. Descubra agora