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Talvez continuava a culpar-me por não termos dado certo mas estava tão entregue a ti.. e até então apenas havia vivido refugiada no meu medo como uma forma de compensar a tua falta.

Tenho medo.. medo de nunca servir para ti, pois fizes-te-me sentir mal comigo mesma quando entendi que não eras apenas um amigo, simplesmente não eras-me indiferente. Sinto falta de carinho, o carinho que tu sabias dar, sinto a tua falta e de me perder no teu olhar, queria que tu sentisses saudades minhas e do meu carinho, o facto de não te ser indiferente.

 Gostava de fazer diferença na tua confusa vida, na verdade até tu és confuso, não me deixas entrar na tua mente e decifra-la, não me deixas entrar no teu coração mesmo sabendo que sentes saudades e que sofres por mim, tens medo que te magoe, tens medo que me apodere de ti e do teu coração. Somos tão frágeis, somos um pedaço de papel no meio deste mundo rochoso e duro. Confunde-me não saber se realmente me queres por perto ou não. Deixas-me à toa o facto de não me deixares pertencer a ti tanto quanto me pertences. A verdade é que seria incapaz de dizer isto cara a cara mas as palavras começam a consumir-me a alma. Sinto que te perdi, sinto-me derrotada, se eu fosse forte o suficiente para te confrontar com todas as minhas questões intrusivas.. 

  Mas não sou capaz, apenas limito-me a apreciar as tuas bonitas feições  de longe, mantenho-me apagada e afogada no teu olhar. Como se isso fosse compensar o ar que me falta quando me permito abraçar-te e sentir o cheiro do teu perfume. Talvez eu me tenha apaixonado por esse teu brilho que irradias mesmo sem intenção.

Saudades tuasOnde histórias criam vida. Descubra agora