OITO

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12 de abril de 2014.

-Samanta?_mamãe pergunta quando ouve a porta. Eu quero chorar desde que sai do clube e só consigo pensar em de onde tá vindo todo esse sentimentalismo. Mas eu decido manter a raiva ao invés das lágrimas. Benjamin não é o primeiro cara a falar coisas idiotas e nem vai ser o último, infelizmente._Você já voltou?_a testa dela está franzida quando ela me pergunta.

-É que ficou... Chata. Eu vou lá pra cima fazer umas lições._mentira, eu estava em dia com a escola, não tinha lição.

-Está bem_a expressão dela diz o oposto do que ela acabou de falar, por isso sei que ela não acreditou. Não sou a melhor em esconder sentimentos.

Eu tomo um banho, porque tenho a sensação que o cheiro do álcool se impregnou em mim. Agora, eu sei porque nunca bebi, o gosto é horrível e a sensação pior ainda. Com certeza posso viver sem isso.
Então, ao invés das lições, eu procuro um filme na internet e passo o resto da tarde assistindo.

Meu celular vibra com uma mensagem. Bia.

Tá em casa? Eu tô a caminho.

Prepare-se para maratonar.

Sem essa, nós vamos conversar pq eu sei que vc n está bem.

Por isso maratonar, não conversar.

Vc está sendo durona e me afastando. Tudo bem, eu já sabia que seria assim.

"É a sua atuação de selvagem e durona que afasta as pessoas"

Eu reviro os olhos ao me lembrar.

Só..vem logo

**

-Tudo bem, o que vai ser?

-Na verdade eu não sei.

-Tá, eu escolho então._ela pega o controle da minha mão e se acomoda do meu lado.

-Como estava a festa? E o encontro?_eu pergunto casualmente.

-Foi uma boa festa._discordo totalmente_na verdade, as coisas ficaram mais animadas logo depois que você saiu.

-É sério?! Droga, eu sou tão ruim assim?_ela sorri e coloca a almofada no colo.

-Não! É que o Ben decidiu beber pra caramba e ficar doido durante o resto da festa, o que meio que animou.

-Idiotas fazendo o que sabem de melhor_eu respondo de forma mal humorada, ele nem se sentiu culpado ou me mandou uma mensagem. Ele não estava mesmo arrependido. Acabou mesmo por aqui.

-VIU! Você está brava por alguma coisa, eu sabia._ela aponta_você tem certeza que não quer me contar? 

-Fale sobre seu encontro_eu apenas respondo, balançando a cabeça.

-Foi um encontro normal. Ele é gentil e sensível, eu gostei. Mas, não é tudo sobre mim_ela volta ao assunto_o que ele fez?

-Como sabe que foi ele?_eu pergunto 

-Porque ninguém mais te atinge desse jeito._ela conclui rapidamente, como se fosse óbvio. Não era.

-Ele não me atingiu, não tem nenhum efeito sobre mim._eu me justifico, claramente não é sobre ele.

Ela muda a expressão para ironia. Então eu sou obrigada a contar sobre Gabriel e sobre o que Ben disse, e todo o resto. Quando termino, eu estou deitada no colo dela.


-...E aí eu joguei refrigerante nele e fui atrás de você...

-Você fez isso mesmo?_ela pergunta com a voz elevada, parecendo muito impressionada.

-Eu estava com raiva e agi por impulso._defendo-me

-Caramba, ele deve estar muito bravo._agora eu me levanto e a encaro irritada.

Sam days (NOVA VERSÃO DE O Primeiro Amor)Onde histórias criam vida. Descubra agora