fifthteen

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"Está nervoso?" Louis perguntou para Harry enquanto esperavam na recepção da clínica. Era o dia da primeira consulta de Harry no psicológo e ambos estavam ansiosos. Tomlinson já tinha ido trabalhar e com muito esforço chegou a tempo para ajudar Harry a se trocar e irem para o local.

"Talvez um pouco. Não sei se estou pronto para ter conversas com um desconhecido."

"Essa é a parte realmente boa. Ele é um desconhecido então você pode contar o que quiser a ele que, que vai permanecer entre vocês dois."

"Você tem razão, mas é estranho mesmo assim." Harry sorriu e forçou um pouco sua cadeira de rodas para ficar mais perto de Louis.

"Ora, ora, ora parece que temos alguém aprendendo a empurrar a cadeira sozinho. Acho que não vou mais precisar te ajudar nisso." O mais velho brincou.

"É, você disse que eu teria que aprender a me virar sozinho para me deixar ir, e é isso que estou tentando fazer."

Louis fitou o chão e ficou sério. Durante todo esse tempo, ele finalmente achava que estava ganhando a confiança do menino e que o mesmo estava gostando de ficar com ele. Mas, naquele momento, Louis percebeu que Harry não via a hora de seguir sua vida sozinho.

Tomlinson abriu a boca para falar algo, mas antes que pudesse, o psicólogo chamou alto o nome do cacheado e ambos foram juntos para a sala.

"Então você é Harry Styles, certo? O doutor Joel me falou sobre você e toda sua situação atual. Como está se sentindo, rapaz?" O homem loiro falou sem parar de sorrir um minuto.

"Estou bem, obrigado!"

"E você deve ser Louis Tomlinson, sim?" Disse apertando a mão do moreno. "Muito prazer, meu nome é Niall Horan e a partir de hoje vou ficar muito tempo no pé de vocês dois!"

"O prazer é nosso." Harry respondeu por Louis também.

"Bom, quando Joel me ligou, nós conversamos um pouco e ele me contou tudo o que aconteceu e confesso que nunca tive outros casos como esse. Claro que já ajudei muitas pessoas com depressão, bipolaridade, distúrbios alimentares entre vários outros, mas parece que a situação é diferente com você. Precisaremos conversar bastante para ter certeza do seu verdadeiro problema, sr Styles." Horan sentou em sua poltrona e cruzou as pernas olhando atentamente a ficha de Harry. "Mas, hoje iremos apenas bater um papo como amigos. E eu, como um bom amigo, vou deixar você decidir se o Louis fica na sala com você ou se ele te espera lá fora. O que me diz, uh? Se sente mais confortável com ele aqui ou não?" Louis olhou para Harry esperando uma resposta.

"E-eu prefiro que ele espere lá fora. Eu n-não sei bem sobre o que vamos conversar agora, então não sei se vou me sentir à vontade com a presença dele."

"Tudo bem. Pode nos dar licença, sr Tomlinson?" Niall perguntou e sem falar mais nada, Louis saiu da sala e foi dar uma volta pelo quarteirão e talvez, pensar um pouco sobre tudo.

"Estamos só nós dois agora, então quero que me responda tudo com sinceridade, okay? E fique tranquilo, hoje vamos apenas nos conhecer." O loiro de olhos azuis pegou uma caneta, se preparando para fazer anotações. "Você quer que eu te ajude a deitar no divã ou prefere ficar em sua cadeira mesmo?"

"Posso ficar aqui, não tem problema." Harry sorriu tímido.

"Tudo bem. Para começar, quero que me conte um pouco sobre sua vida. Você pode dar detalhes ou fazer apenas um resumão daqueles de dez linhas que você normalmente fazia na escola. Eu não me importo, na realidade. Pode fazer isso pra mim?" Niall piscou, tentando deixar o menino mais relaxado.

"Posso." Suspirou. "Eu nasci em uma cidade pequena, no interior da Inglaterra. Nunca tive muito luxo e até para estudar eu tive bastante dificuldade pois minha família não tinha dinheiro. Minha mãe era dona de casa e a pessoa que eu mais amei no mundo. Mas, ela morreu e daquele dia em diante eu vivi um inferno pessoal com o meu pai, que era e provavelmente ainda é um bebado inútil." Deu um pausa, se controlando para não chorar. Ele odiava falar sobre tudo isso. "Meu pai me deixava em casa sozinho o dia inteiro, sem comida ou bebida e quando ele chegava, tudo o que ele tinha em mãos era uma garrafa de alguma coisa com álcool. Eu aguentei tudo por um tempo, mas cheguei ao meu limite com 16 anos. Então eu peguei uma mochila com algumas roupas e sai de casa com uns trocados que eu havia pegado da carteira do meu pai, porque ele nunca mais iria me ver afinal, não iria apanhar por aquilo. E, eu dei meu jeito por um tempo. Arrumei emprego em uma padaria e consegui dinheiro para alugar um quarto para morar. E eu achei, por um breve momento da minha vida, que eu finalmente estava dando a volta por cima. Que tudo iria melhorar. Até que Louis me fez perder o movimento das pernas e me deixar sem chão novamente. Eu fiquei com ódio dele, eu queria matá-lo quando o vi e ouvi sua voz me pedindo perdão pelo que havia feito. Mas, isso não iria adiantar em nada. Então, eu queria apenas me ver livre dele e internamente aceitei seu perdão. Porém, não foi bem o que aconteceu, ele insistiu e me fez ir morar com ele para cuidar de mim até que eu fosse independente o suficiente para sair de lá. E, ele está sendo uma ótima pessoa comigo faz pouco mais de 1 mês, eu acho. Mas, eu tenho medo do que vai acontecer depois."

and that's why i fell in love (au l.s) HIATUSWhere stories live. Discover now