Alguns dias se passaram desde que Harry saiu do Hospital e a cada dia Louis ficava mais preocupado. Na manhã seguinte ele teria que trabalhar e deixar o mais novo sozinho durante meio período. Tomlinson sabia que Harry era inteligente e bom o suficiente para se virar no tempo em que estaria trabalhando, mas uma pontinha de medo ainda era predominantemente em sua cabeça.
E, além de tudo isso, Harry estava cada dia mais fechado, sempre triste e Louis quase não ouvia sua voz. Tudo o que o menino falava era um "por favor" e "obrigado" quando tinha que tomar seus remédios ou tomar banho.
"Meu filho, você sabia desde o início que seria assim. Amor, você atropelou o garoto e o deixou sem o movimento das pernas. Ele está depressivo e provavelmente acha que nada mais vai funcionar pra ele. É algo normal para alguém que sofre um trauma tão grande. Mas, você tem que marcar consultas com o médico e psicológo para ele, pois quanto mais rápido ele começar a terapia e fazer amizades, mais rápido ele vai superar tudo isso e aprender a se virar sozinho. E, o mais importante: ele vai ter certeza de que nem tudo está perdido. Nem a morte é o fim de tudo." Jay tagarelava para o filho pelo telefone. Louis estava desesperado e a única pessoa que podia lhe dar conselhos produtivos naquele momento, era sua mãe.
"Eu sei disso. Vou ligar para médico amanhã cedo antes de ir trabalhar. O doutor Joel, médico que cuidou dele, disse que iria me recomendar uma clínica para marcar o psicólogo, e também tem as seções de fisioterapia e tudo mais. Eu estou tão preocupado, mamãe. Temos tanto para descobrir sobre o outro mas ele não fala. Ele não se abre comigo, não mais do que o necessário."
"Leve em consideração que ele é um menino, jovem, que já passou por muita coisa na vida. Muito mais do que você ou até mesmo eu. Não o pressione sobre isso. Ajude-o. Tente puxar um assunto e espere que ele fale por livre e espontânea vontade." Jay falou e logo em seguida, Louis ouviu-a reclamar com uma das gêmeas sobre não irritar Ernest.
"Eu estou com tanta saudades. Eu prometo que quando tudo isso passar, vou visitar vocês e dar um beijo nas minhas baixinhas, e é claro que no meu homenzinho Ernie também."
"A casa é sua amor, sabe que não precisa nem avisar, é só aparecer. E, se quiser trazer Harry, fique a vontade. Eu adoraria conhecê-lo."
"Quem sabe, sim? Irei pensar nessa hipótese e talvez eu apareça ai de repente." Louis respirou fundo, tentando segurar as lágrimas que queria descer pelo seu rosto. "Eu te amo mãe. Agora eu vou ver se Harry já acordou e depois dar um banho nele. Tchau."
"Tchau meu amor, eu também te amo e cuide-se."
Louis murmurou um "okay" e desligou o celular.
Naquele momento, parecia que seu coração iria explodir de saudade e vontade de abraçar e receber um carinho de sua mãe. Mas ele não iria, e teria que se conformar com esse fato.
Quando levantou-se, Louis andou até o quarto de hóspedes em que ele havia deixado Harry dormindo pela tarde.
"Harry, posso entrar?" Disse, empurrando a porta que estava somente encostada, colocando a cabeça para dentro do quarto.
"Você já entrou, de qualquer maneira." Harry murmurou e franziu a testa sentindo um pouco de dor no local dos pontos.
"Eu vim para fazer as coisas que você mais adora no dia." Tomlinson sorriu ironicamente pois ambos sabiam que Harry odiava aquele mimento do dia. Tomar seus remédios e banho.
Mesmo depois de quase uma semana, Styles ainda não havia se acostumado com outra pessoa lhe dando banho. Era tão trabalhoso e cansativo tanto para Louis quanto para Harry.
Para o banho, em especial, tudo tinha um preparo mais chatinho e complicado. Exigia muito esforço de Louis para segurar o mais novo e o colocar na posição certa e que facilitasse tudo.
Tomar um coquetel de remédios era mais fácil, tirando a parte em que Harry nunca conseguia engolir tudo de uma vez e sempre achava que ia vomitar.
"Remédios e banho. Tudo bem, é chato mas não vai demorar muito para acostumar." Harry falou e em seguida resmungou de dor.
"Seus pontos estão doendo, não é? Eu preciso marcar uma consulta com o dr Joel o quanto antes pra você. Já passou da hora de conversarmos com ele sobre essas coisas que te deixam com dor." Louis falou, enquanto pegava Harry no colo com certa dificuldade, e o colocava na cadeira de rodas. O mais novo apenas assentiu e levantou os braços para Louis tirar sua camiseta, como de costume. "Eu não quero te deixar pior do que já está, mas eu preciso ser sincero com você. As coisas não são fáceis e nem vão ficar de uma hora para outra. Eu gosto de pensar que estamos em um jogo, o jogo da vida, e existem várias fazes pelas quais temos que passar para chegar no final feliz. E, essa é apenas a primeira delas. A primeira fase é a mais complicada. É a fase em que estamos nos adaptando, tentando achar nosso devido lugar nesse jogo todo. Juntos nós vamos passar por várias coisas até chegar a hora do adeus, a hora que você segue sua vida sem mim pois já não vai mais precisar do meu apoio. Mas, até lá, até sua liberdade vir à tona, você precisa confiar em mim, contar comigo e desabafar. Eu quero muito te ajudar, Harry, mais do que qualquer outra coisa, e para ser ajudado, você precisa me ajudar primeiro. Então me ajude a te conhecer, a gostar de você. Por favor. Se a nossa convivência for legal, tudo fica mais fácil."
"Eu estou sendo um pé no saco, não estou? Olha Louis, me desculpe, sim? Cada dia que passa fica tudo mais difícil pra mim. Não é tão simples assim se acostumar com o fato de precisar de alguém 24 horas por dia até pra ir ao banheiro tomar banho. Eu sinto dores nesses pontos o tempo todo, mas é uma dor interna sabe? Como se tudo estivesse se desmanchando por dentro. Eu não tenho ninguém além de você, um cara que eu conheço apenas a uma semana. Tudo na minha vida está uma merda e eu não consigo simplesmente sorrir pra você como se estivesse tudo super bem e eu estivesse feliz por te ter cuidando de mim. Não estou sendo um mal agradecido ou algo do tipo, apenas não quero fingir algo, entende?"
"Eu sei que não está feliz porque eu também não estou. Não quero que fique rindo o tempo todo pra mim porque sei que isso é impossível no momento. Eu quero apenas que converse mais comigo. Me conte da sua vida, do que você gosta e não gosta. Do que sente, do que espera pro futuro. Escola, faculdade... Da sua vida."
"Você tem razão, nós mal conversamos sobre qualquer coisa e eu falo que não te conheço direito, mas nunca irei se não houver um diálogo."
"Sim, e eu espero que isso mude a partir de agora." Louis falou baixo, agora tirando a calça de moletom do mais novo.
"Eu vou tentar me abrir mais, eu prometo, Louis."
***
bom gente, eu queria dar um pequeno aviso: geralmente eu posto os capítulos nos finais de semana, mas eu já tinha esse capítulo pronto então resolvi soltar a bomba logo, até porque, eu estou passando por um momento meio complicado (problemas familiares?) e não sei quando vou ter tempo pra postar de novo. eu espero que entendam e me desculpem por esse capítulo chatinho, mas eles são sempre necessários. eu amo vocês e até mais xx Nath.
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and that's why i fell in love (au l.s) HIATUS
FanfictionLouis Tomlinson é um jovem que como qualquer outro, tem muitos sonhos e objetivos para serem alcançados. Entre o trabalho na loja de cd's e as aulas na faculdade de sociologia, Louis pensa no seu futuro perfeito e uma carreira bem sucedida. Porém...