Capítulo 21 - Apagão II

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Benjamin

Pensei que, talvez, fosse aquela hora. A hora de me declarar, de dizer o quanto a amava e o quanto a queria. Mas não consegui.

Nós descemos do palco e sentamos na mesa novamente, como antes.

- Oque foi aquilo, Ben!? - pergunta Taylor e vejo Mel corar.

- Ah... Só fiquei com vontade de cantar pra Mel... Só isso. - digo, meio envergonhado.

 Olho para ela e a vejo sorrir. Seu sorriso era o mais bonito que já vi em toda a minha vida. Enquanto ela sorria, uma mecha de seu cabelo ruivo caia em frente aos seus olhos castanhos. De repente, me pego sorrindo ao observá-la. Vejo que todos na mesa riam da gente, acho que já perceberam que há alguma coisa além de amizade na gente... Ou pelo menos, em mim.

- Acho que vou cantar também. - diz Kevin. - Cantar para a minha princesa, logo, minha rainha. - ele diz e Taylor sorri.

Ele vai até o palco e começa a cantar uma música lenta, na qual eu não sei o nome, nem a letra. Ele começa a cantar e os casais que estavam presentes, inclusive Bia e Tony, começam a dançar ao som da melodia que Kevin cantava. Preciso admitir, ele cantava bem. Eu olho em volta e vejo que todos estão de pé, dançando. Taylor sobe ao palco, pega um microfone e canta ao seu lado. Eu olho para trás, onde estava Mel e percebo que estava a me olhar, ela desvia o olhar rapidamente.

- Quer dançar? - pergunto a ela, me levantando e estendendo a mão, meio desajeitado.

- Claro. - diz ela, pegando a minha mão e nós dançamos até a música acabar. Ela com os braços ao redor do meu pescoço e eu com os braços em sua cintura. Estávamos nos fitando fixamente, como nunca antes. Eu podia ver os seus olhos brilhando, até que acaba a música e ela se solta.

 Logo, acaba o luau e nós vamos embora. Bia sai com Tony, para a praça, talvez. Taylor vai pra barraca com o Kevin, Anne e Gus se despedem e vão embora. Como sempre, sobram eu e Mel. 

Então nós caminhamos até o prédio. Entramos no elevador e subimos até o nosso andar. Acaba a luz novamente. Mel dá um pulo, assustada, e corre em minha direção, me abraçando. Eu fico surpreso e percebo que ela fica sem graça ao perceber o que fez. Ela ameaça se afastar mas eu a abraço.

- De novo, isso! - ela resmunga.

- Pois é. - digo, ainda abraçando ela.

- Não vou conseguir ficar sozinha hoje, pelo menos, não até a luz voltar. - diz.

- Pode ficar no meu apartamento por enquanto. - digo e ela sorri.

- Então nós entramos no apartamento e nos sentamos no sofá. Eram 00h13. Depois de alguns minutos de silêncio um pouco constrangedor, escuto Mel sussurrar alguma melodia. Eu rio baixo e ela para.

- Por que parou? - pergunto.

- Ahm... Parei? Mas eu não estava fazendo nada.. - ela diz e eu estalo a língua.

- Pode continuar. - digo e ela ri, baixo. Depois de alguns minutos escuto novamente a melodia. Então, fico em silêncio desta vez, para ouvir melhor.

Ela canta por alguns minutos e depois de mergulhar em meus pensamentos, trazidos por sua melodia, percebo que parara de cantar. Eu começo a escutar sua respiração, como quem estivesse dormindo. Eu aproximo meu rosto do dela e vejo, com dificuldade, que ela estava com os olhos fechados. Então eu encosto sua cabeça em meu peito e ela me abraça, involuntariamente. Ou não.

Depois de ficar ali abraçando-a, sentindo seu calor, me dou conta de que ela precisa ir embora. Olho para meu celular: 02:34hrs da madrugada, a luz ainda não voltara e Bia, também não, provavelmente. Então eu guardo o celular e caio no sono.

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