cap III: Vizinhas

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Linda foi a ultima a sair do restaurante, assim que terminou de verificar se estava tudo trancado, saiu pela porta dos fundos, a trancando logo de seguida, quando estava indo na direcção da estação de Metro ouviu a voz de André a chamando, ele estava junto da namorada no carro, acabou por oferecer uma carona para a amiga que, de tão cansada, sequer pensou duas vezes para aceitar.

Assim que entrou no veiculo foi informada pelo amigo de que ele a levaria primeiro em casa, depois levaria a namorada, Linda conseguiria até palpar, se quisesse, o clima de malícia que se instaurou dentro do veiculo, não tendo outra alternativa, uma vez mais serviria de vela para o casal.

Ter de ouvir a conversa melosa entre André e sua namorada não era uma opção, já tinha sido suficiente para Linda segurar vela durante o jantar, com isso em mente pegou da bolsa seus fones os conectando ao celular, depois de o desbloquear começou a procurar na lista de música uma para colocar tocando, escolhendo uma das suas favoritas para tocar. De olhos fechados, com o som no máximo ouvia What Make You Beautifull da One Direction, ela ama essa música.

Depois que começou a escutar a música a viagem de carro melhorou consideravelmente para Linda, que não teve que ouvir a conversa alheia, com os olhos fechado acabou se deixando levar pelo cansaço e acabou por cair no sono, o dia havia sido longo e cansativo e cheio de acontecimentos.

Assim que chegaram, ao seu primeiro destino, André parou o carro a entrada da casa de Linda, se voltando para trás observou a amiga que dormia tranquilamente, se pudesse não a acordaria, mas sabia que ela merecia ir descansar em sua cama, de certeza devia ser bem mais confortável do que dormir no banco de trás de um carro.

Ainda sonolenta Linda sente a mão de André sobre seus braços, em um leve carinho, acabando por a despertar de vez, abrindo os olhos viu que já haviam chegado, ainda sem descer do carro ela vê a luz acesa no quarto da sua avó, o que a faz sorrir, sua avó não mudava, sempre preocupada consigo.

-Pensei que ia levar ela em casa e depois íamos para minha? – Disse Juh abraçada ao namorado, despertando Linda de seus devaneios.

-Eu moro nessa casa Juh. – Responde Linda, antes que André tivesse a oportunidade de dizer qualquer coisa, apontando para casa a sua frente.

Pela primeira vez, desde que conheceu Juh, Linda teve a oportunidade de ver uma expressão de espanto no rosto dela, o que era estranhamente satisfatório para Linda, uma vez que, pela primeira vez, conseguiu arrancar de Juh alguma reacção.

- Você mora nessa casa?! – Perguntou, apontando para a casa atrás de Linda, ainda sustentando, no rosto uma expressão de surpresa.

-Sim, moro eu e minha avó, mas porque o espanto? – Pergunta Linda não entendendo o motivo de tanto espanto.

Se apercebendo de seu estado Juh limpar a garganta e de seguida aponta para a casa ao fim da rua, os olhos de Linda e André seguem a direcção em que ela apontava, vendo uma casa ao fim da rua, Linda conhecia bem aquela casa, fazia tempo que estava sem ter um morador.

-Estou morando naquela casa ali. – Ao ouvir aquelas palavras o queixo de Linda quase que caiu, tamanha era seu espanto.

-Isso quer dizer que somos vizinhas?! – Questionou Linda ainda sobre os efeitos da nova descoberta.

André que apenas observava a conversa das duas, sem dizer nada, não entendia o porque de tanto espanto da parte dela, embora concordasse que era uma surpresa sua melhor amiga e sua namorada serem vizinha, porém não achava que era para tanto. Depois que os efeito da nova descoberta passou, os três ainda ficaram de conversa a porta de Linda, mas não se demoraram.

Assim que André se despede da amiga, dirigindo em direcção a casa da namorada, Linda entra em casa, trancado a porta da frente, verificando todas as janelas e a porta da cozinha só por precaução, ela sobe para o andar superior da casa, antes de ir para seu quarto da uma passada no quarto da avó que acabou por adormecer enquanto a esperava a neta.

Linda entra no quarto na ponta dos pés, não queria fazer barulho e acabar por acordar a avó, lhe deu um beijo de boa noite na testa e apagou a luz do candeeiro no criado mudo, ao lado da cama, e voltando a sair do quarto da mesma forma que entro, sem fazer barulho, fechando a porta atrás de si.

Estava muito cansada, mesmo assim se esforçou e tomou um banho antes de cair na cama e adormecer, sequer teve tempo para refletir sobre o dia e as suas muitas revelações e surpresas.

Nas Teias Da Inocência (Romance Lésbico) [CONCLUÍDO] [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora