Alojamento

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Mas uma vez tendo esses pesadelos, deve ser porque hoje e meu ultimo dia aqui no orfanato Mercy First', não vou dizer que o tempo passou rápido , mas também parece que foi ontem que eu cheguei aqui, fiquei tão assustada quando vi o casarão de tijolos vermelho com seu grande portão verde, sabia que minha vida nunca mais seria a mesma.

Agora com 18 anos tenho que ser transferida pra o alojamento de jovens, o bom e que vou junto com as minhas melhores amigas-irmãs, Maga e Glenda, não sei se teria suportado a perda dos meus pais sem elas.

Ouço batidas nas porta - ''quem é ?''

''somos nos Ana abre''- gritão em um uníssono minhas amigas

''já estou indo''- pra sair da cama quase caio com o lenço enrolado nas minhas pernas

Elas continuam batendo cada vez mas auto...-'' já vou suas chatas''

Abro a porta do meu dormitório mal tenho tempo de falar ''oi'' elas já estão entrando e sempre assim intimidade e uma merda kk

''vamos você já arrumou suas coisas o ônibus vai sair em trinta minutos'' -fala maga com o seu jeito mandona de ser, ela e a mas durona de nos três ,mas e de se entender ver a mãe morre aos doze anos tentado salva la marca qualquer pessoa,mas eu sei que debaixo dessa armadura de ferro tem um grande pote de nutella.

''já esta tudo arrumado'', - aponto pra minha única mala de roupa.

''você acordo agora'' - indaga Glenda com aquelas voz doce que só ela tem, me vendo ainda de pijama. Glenda a romântica incurável, nossa mascote de tão pequena demos um apelido pra ela 13 pra 14.. ninguém diz que ela já tem 18 anos.

''sim, eu não dormi muito bem acho que estava ansiosa''- não conto do pesadelo pra elas, já tinha um tempo que não sonhava com aquela noite em que perdi meus pais, não estava afim de fala desse assunto pelo menos não hoje, dia em que nos ganharíamos um pouco mas de liberdade.

''Então corre vai tomar banho Ana''- manda maga fazendo cara feia pra mim

Saio correndo pego minha toalha e escova e dentes e saio pro banheiro coletivo pra tomar um banho rápido já estou atrasada.

Quando volto elas estão sentadas na minha cama fazendo cara de tédio e fazendo gesto para mim correr, me arrumo rapidamente coloco meu jeans favorito que comprei no brechó na igreja ......... e minha fiel camiseta branca, "estou pronta vamos ''.

Quando estávamos saindo parei na porta olhando pra dentro do quarto que foi meu por seis anos, não tinha, mas ninguém lá todas as outras já tenham descido senti um aperto no peito sabia que era o momento de mudar e enfrenta meus medos e conhecer o mundo e quem sabe amar.

Quando cheguei às escadas do primeiro andar vi a ala do berçário onde eu trabalhei como voluntaria por dois anos, adoro cuidar dos pequenos. Olhei pela porta fui ate o balcão principal me despedir da Sra. Rose, uma mulher negra de cabelos brancos dona do sorriso, mas cheio de amor e alegria que eu conhecia ela se torno pra mim uma grande conselheira.

''oi Sra. Rose eu já estou indo ''

'' minha filha '' - ela me abraço tão apertado, me senti protegida eu iria sentir muita falta dela.

''você se lembra de tudo o que lhe falei ''- me pergunta com aqueles olhos serenos -''o mundo La fora e cheio de oportunidades e armadilhas, seja sempre honesta e se permita viver e ser feliz e quando o amor bater em sua porta deixe ele entrar você merece '' - meus olhos ficarão cheios d 'água nos abraçamos novamente e sai.

Quando cheguei ao andar de baixo todas as meninas que vão ser transferidas hoje estão em fila esperando o Sr Pedro chamar seus nomes pra poder entra no ônibus, fico procurando minhas amigas as encontrei e fui ate elas.

Bem a tempo de ouvir meu nome ser chamado ''Ana Stella "- ''estou aqui Sr Pedro, e continuou quando chamou o nome da minha amiga "Margarete Olsen"- ela resmungou "não e Margaret e Maga'' tentei não ri mas foi quase impossível, ao final da lista todas entramos no ônibus.

Olhando pela janela, vejo como as coisas estão agitadas nas ruas, carros, bicicletas, crianças brincando com o hidrante de água, ao longe já vejo a grande ponte de ferro sobre o East River Park, a chamada ponte do Brooklyn que nos liga Manhattan e é um dos cartões postais da cidade.

O caminho ate o ''Group Home",que e um abrigo para jovens. CPS (Child Protective Services), é um dos projetos do Governo lá nos somos encaminhadas pra empregos durante seis meses se nesse tempo de adaptação se não ficar no emprego somos retiradas do programa - e o meu maior medo ir para na rua.

''vamos meninas todas pra fora''- Sr Pedro falou auto me tirando dos meus pensamentos, nem notei que já tínhamos chegado, quando desci do ônibus pude olhar o grande prédio cinza que a partir de agora era minha nova casa.

Assim que entramos na casa ouvimos ''Todas para o auditório assistir palestra'' - falou uma senhora de meia idade que nos esperava no auto da escada principal olhei pras minhas amigas elas estavam assim como eu caladas e observando tudo.

No auditório descobri no nome da Sra. da entrada era Graça ela tinha uns olhos grandes que ficavam maiores por causa dos óculos, tinha uma voz grave, ela seria nossa supervisora, nos passamos quase uma hora ouvindo ela fala as regra do lugar, toque de recolher às onze da noite, sem meninos nos quartos, horários de visitas e falou das fichas de emprego, eu queria muito arranjar um bom trabalho não só por causa do salário, mas por medo de ter que sair do programa.

'' durante a semana todas vão fazer entrevista de emprego''-falou Sra. Graça - '' por hoje e só meninas todas pros seus dormitórios arrumar suas coisas sejam bem vindas ''-concluiu.

Fiquei no mesmo quarto que minhas amigas, era um quarto com dois beliches duas cômodas todo pintado de verde tinha um cheiro de detergente estava tudo muito limpo, em cima de uma das camas já tinha as coisas de alguém- ''a cama de cima e minha'' gritou maga já jogando sua mochila.

'' e ai meninas o que vocês estão achando''- pergunto Glenda - ''pra mim ate agora ta tudo bem''- de repente a porta abril uma menina cheia de tatuagem entrou pela porta rindo falando no celular, '' ta bom ! Beleza eu já to saindo daqui'' - quando ela desligou o telefone virou pra gente e se apresento '' e ai meninas meu nome e Crisla, mas vocês podem me chamar de Cris, parece que agente vai dividir o quarto'' ela pareceu ser bem legal - '' ola meu nome e Glenda essa aqui e a Maga e aquela ali e a Ana'' Glenda nos apresentou fomos nos cumprimentando ela nos convidou pra ir com ela a uma lanchonete ali perto onde seus amigos estavam esperando por ela, eu fui a única a recusar estava com muito sono por causa dos pesadelos da noite anterior queria tentar dormi um pouco antes da hora do almoço.

Acordei com um barulho na porta quando abri, era a Sra. Graça '' você e a Ana Stella certo'' -'' sim senhora sou eu '' Ana se prepare você tem uma entrevista de emprego ainda essa tarde''- meu coração quase parou, fiquei tão nervosa não consegui fala mas nada só assenti e ela foi embora '' ai meu Deus ''.

Fui ate minha mala separei minha melhor roupa uma saia ate o joelhos preta e uma blusa de mangas curta branca '' isso vai ter que servi '', sai do quarto procurando pelo corredor o banheiro, tomei um banho bem caprichado, voltei pro quarto sequei meu cabelo e fiz um rabo de cavalo passei um pouco de maquiagem, terminei de me arrumei de desci para o almoço, procurei minhas amigas no refeitório sem sucesso.

Acabei comendo sozinha, assim que terminei fui ate a coordenação fala com a Sra Graça, a sala ficava próxima a escada principal batina porta ela se abril, lá já tinha umas moças esperando, '' meninas hoje vocês vão pra uma entrevista de emprego em Manhattan a vaga e pra ser baba de um menino de cinco anos" falou ela, eu estava super animada trabalhar com crianças era minha paixão e ainda ficava depois da ponte ,eu nunca fui alem, nunca sai do Brooklyn.



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