♠orfanato

102 7 1
                                    

III

Hoje é sábado. Para muita gente é dia de se divertir, para mim, é de gratidão

- BELLA, VOCÊ JÁ ESTÁ PRONTA? - Henrique grita lá do andar de baixo

- TÔ QUASE - grito de volta. Coloco meu colar, pego minha bolsa na mesa e desço

- vamos rápido se não eu me atraso - fala apressado já abrindo a porta para mim. Entramos no carro e depois de uns 20 minutos ele decidi fala - o tal do Dylan se mudou

oi? Como assim?

- por que?

- é que o efeito do remédio funcionou tão bem que a casa do vizinho está impregnada de vômito, com isso ele teve que se mudar para os empregados desinfetarem a casa - o encaro e balanço a cabeça

- seu fofoqueiro

- não é ser fofoqueiro e sim bem informado - para o carro - chegamos, ah e antes que eu me esqueça, uma amiga minha vai lá em casa - saio do carro

- amiga, sei - dá um sorriso malicioso e arranca com o carro. Entro no orfanato e vejo a freira Olivia, vou até ela - bom dia Olivia

O orfanato era um lugar muito acolhedor, pelo menos para mim era, eu via ele como um castelo pelo estilo dele e pelo que ele representou para várias pessoas  que passaram por ele

- bom dia minha flor - ela me olha de cima a baixo - como cresceu a minha princesa 

- graças a senhora, que cuidou de mim - aperta minhas bochechas

- veio ver o Bernard?

- sim, hoje é sábado, dia de visitar o meu afilhado

- ah é mesmo, tinha me esquecido. Ele está lá no jardim - dou um abraço na Olivia e vou para o jardim

Chegando lá, vejo o meu Bernard sentado em um banco sozinho. Me sento junto a ele

- por que está aqui, sozinho? - falo e o vejo se assusta

- madrinha - me abraça forte - é que eu estava pensando do que vai ser de mim quando sair daqui, eu já tenho 14 anos, então não falta muito - fala tristonho

- hum, se preocupa com isso não, até lá a madrinha aqui já vai ter conseguido um emprego fixo e... - sorrir sem ânimo - o que foi?

- a senhora ainda acha que vai conseguir me adotar? - olho para ele

- claro Bernard, até lá eu vou ser apita a te adotar - dou um abraço nele bem forte

- e desencalhar também - o olho indignada e o mesmo cai na gargalhada - desculpa madrinha, mas eu nunca te vi com ninguém

- é porque eu não preciso de  homem pegando no meu pé

- uhum, sei - fala fingindo acreditar e cai na gargalhada de novo

- perdeu a noção do perigo garoto? - ele me olha debochado de cima a baixo - corre que eu vou te matar de Abraços!! - começo a correr atrás dele e o pestinha corre rindo e debochando de mim

[...]

Depois de uma longa tarde com Bernard,conversando e se divertindo, eu tenho que ir para casa. Henrique me ligou avisando que saiu e não podia me buscar, então eu vou pegar um táxi. O problema é que eu não sei onde pega táxi aqui, pois o lugar é meio longe da avenida principal ou de alguma civilização

Pego meu celular, entro no aplicativo do maps e vejo que a um ponto onde o táxi passa. Vou andando até lá no escuro da noite

porcaria, devia ter ido pra casa mais cedo

Encrenca em alta velocidade Onde histórias criam vida. Descubra agora