Acordei com o meu despertador, eram 7h da manhã, tinha precisamente 1h para me preparar para a escola. De manhã demorava sempre mais porque gostava de ter o meu banho matinal demorado. Olhei para o meu lado e vi que o Louis ainda dormir, parecia um bébé. Levantei-me devagar para não o acordar, ainda era cedo para ele. Dirigi-me até à casa de banho e liguei a água quente, esperei que ficasse quente o suficiente e entrei.
Durante o banho, relembrei a noite de ontem. O Louis tinha dito que me amava e eu ainda nem acreditava. Não tinha ideia de como é que ele me iria tratar hoje, de como é que ele ia reagir, ou pior ainda, se ele se lembrava de alguma coisa ou se foi tudo por água a baixo. O meu maior medo era que tudo tivesse sido culpa da droga, que agora que ele estava sóbrio não se lembrasse de nada e que voltásse tudo ao mesmo. Saí do banho e enrolei uma toalha ao meu corpo, e outra à minha cabeça.
"Porque não me acordaste Summer?" Eu estava a contar que ele ainda estivesse a dormir, se eu soubesse que ele ia acordar tão cedo, tinha levado a roupa comigo.
"Porque ainda é cedo." Falei e baixei a cabeça, estava envergonhada.
"Se eu tiver que acordar cedo todos os dias para te ver apenas de toalha, não tenho problemas em acordar." Olhou-me de alto a baixo, senti os seus olhos a percorrerem todo o meu corpo e as minhas bochechas queimavam. Não gostava nada de estar naquela situação.
"Vou-me vestir." Finalmente o meu corpo decidiu fazer um movimento e fui até ao meu armário, buscar a roupa para o dia de hoje. Umas calças e uma camisola, algo mais confortável que isto?
"Podes-te vestir aqui, não é a primeira vez que vejo uma rapariga nua." Ele tem de estragar sempre tudo, tem que falar sempre do que não deve.
"É, se quiseres ver raparigas nuas podes sair desta casa, porque não vais ver nenhuma aqui." Falei rude, ele tinha de perceber que não pode dizer o que quer e pensar que fica tudo bem, porque não funciona assim, não comigo.
"Eu não queria -"
"Nunca queres, mas o que é certo é que fazes sempre merda e estragas sempre tudo." Interrompi-o e disse o que ia na minha cabeça. Era tudo verdade e ele sabia.
Ele baixou a cabeça, creio que estava arrependido mas não ia mudar o que tinha dito. Fiz o meu caminho para a casa de banho e vesti-me lá. Certifiquei-me que tinha trancado a porta, não queria que ele simplesmente entrasse ali dentro. Sequei o meu cabelo e fiz uma trança lateral desarrumada, em espinha. Coloquei um pouco de rímel e lápis de olhos e saí. Estava pronta para as aulas, não estava pronta para aturar o Louis. Eu sabia que na escola tudo ia mudar, ele ia ignorar-me e se possível ia ter com a Sara ou outra rapariga qualquer. Já podia contar com isso.
"Vais a pé para a escola?"
"Não, alugei um jacto só para mim." Ironizei, óbvio que ia a pé.
"Não é preciso seres tão irónica, bastava dizeres sim ou não. Eu levo-te." Será que ele não reparou que eu não tinha carro ou mota? Não tinha o dinheiro que ele tinha.
"Prefiro ir a pé, tenho de apanhar ar." Falei, deixando o quarto.
"Então vamos na mota, apanhas ar suficiente." Agora é que eu não ia mesmo com ele. Não ia naquele monstro, nem morta.
"Esquece, vou mesmo a pé Louis."
"Porra Summer, porque é que não queres ir comigo? Se preferires eu levo o carro, só não quero que vás sozinha." Não era preciso ele gritar comigo, eu apenas não sabia que ele queria mesmo que eu fosse com ele.
"Tudo bem, mas vamos de 4 rodas no chão." Ele riu com a minha resposta, eu tinha realmente muito medo da mota, especialmente porque ele nunca usava capacete e nunca respeitava a velocidade normal.
"Vamos."
* * * *
A música era a única coisa que se ouvia no carro, nenhum de nós falava. Já tínhamos chegado à escola, no entanto ainda nenhum tinha dito nada, ainda permanecíamos os dois dentro do carro.
"Sum." Ouvi-lo a chamar-me Sum fazia com que o meu corpo sorrisse interiormente.
"Hum." Respondi tentando parecer indiferente, mas por dentro estava radiante.
"Aquilo que eu disse ontem." Eu tinha de sair dali rapidamente, ele ia negar tudo o que tinha dito na noite anterior e eu não ia aguentar ouvir as suas palavras.
"Oh deixa. Vou para a aula." Saí do carro e fui directa ao meu cacifo buscar os livros que iria precisar para a parte da manhã.
"Não percebo porque é que o Louis não voltou para minha casa ontem à noite." A voz da Sara irritava-me e o pior era, quando ela pronunciava o nome do Louis.
"Estávamos prestes a fazer sexo quando ele disse que tinha de ir embora porque a mãe lhe tinha ligado, mas eu não ouvi o telemóvel dele." Ela era assim tão burra ou simplesmente não entendia que ele lhe tinha dado com os pés? Ela não sabia que ele estava cá sozinho, nem sabia que ele era irmão do Alexandre.
"Tu por acaso não tens nada haver com o facto de ele me ter deixado sozinha, pois não?" A minha vontade era dizer que sim, e que tinha dormido com ele, mas que não tínhamos feito nada porque eu não era como ela. Mas mantive-me calada e apenas lhe disse o que tinha de dizer.
"Talvez sim, talvez não."
"É bom que não, senão estás feita comigo miúda. Pensando bem, ele nunca me ia trocar por uma coisa como tu." Como é que ela conseguia ser tão irritante? Revirei os olhos e deixei-a a falar sozinha, não conseguia ouvir mais a voz dela.
"Hey! Summer, espera!" Porque é que o Louis estava a gritar pelo meu nome em plena escola? Eu pensava que ele não queria saber mais de mim. Não parei, embora a minha cabeça me pedisse para parar e ouvir o que ele tinha a dizer, não consegui. O medo era mais forte que eu.
"Porque é que nunca fazes o que te peço?" Senti a sua mão à volta do meu pulso, o que me fez parar no meio do caminho.
"Secalhar porque tu não mandas?" Saiu como uma pergunta, mas eu queria uma afirmação.
"Eu pedi, não mandei que esperasses. De qualquer das maneiras, porque é que não me deixaste acabar de falar no carro?" Ignorei a sua pergunta e decidi fazer o que a minha cabeça pedia.
"A tua amiga Sara está meia chateada contigo, acho melhor não ires ter com ela agora."
"Estás a falar do quê? Summer, por amor de deus, eu estou a tentar falar contigo e tu vens com a conversa da Sara?" Sim, talvez porque ela me ameaçou. Não que eu tenha medo dela, apenas estou a testar a sua reacção.
"Sim, ela pensa que a deixaste pendurada ontem porque a tua mãe ligou. Quando ela souber que foste ter comigo, mata-me. Achei que devias saber." Falei e tentei ir embora, mas a sua mão ainda me prendia.
"Louis-"
"Louis nada. Vais-me ouvir, quer queiras quer não." Puxou-me para uma sala vazia, acho que não iam ter aulas ali, pelo menos agora de manhã.
"Porque é que-"
"Cala-te. Deixa-me falar." Interrompeu-me mais uma vez e eu fiz o que ele pediu.
"O que eu te disse ontem, é tudo verdade. Não penses que foi por eu estar fora de mim, eu lembro-me de tudo e por mais estúpido e egoísta que eu seja, eu amo-te. Não me importo de o estar sempre a repetir, é a verdade e eu quero que a saibas. Eu sei que não me viste no meu melhor dia, mas só assim eu tinha coragem de te dizer o que sentia. Desculpa por te ter feito passar por um mau bocado, não era minha intenção." As palavras dele pareciam sinceras, e o seu olhar também, porém o medo dentro de mim falava mais alto e eu não sabia o que dizer.
Ele apanhou-me de surpresa.
"Eu amo-te Summer, com todas as letras. Acredita em mim, por favor." Os meus olhos foram de encontro aos dele, novamente senti arrepios no meu corpo. Os seus olhos estavam brilhantes e azuis, não me importo de repetir o quanto ele é perfeito.
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O que acham? Este está mais pequeno, mas durante a semana publicarei um maior. Espero que esteja ao vosso gosto e se puderem dêem-me a vossa opinião. Vão ao concerto dos meninos? Falem comigo - http://ask.fm/catuxa_ - falem comigo sobre o concerto. Obrigada por lerem e desculpem os erros ortográficos!
