d o i s

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So I'm gonna love you, like I'm gonna lose you. I'm gonna hold you, like I'm saying goodbye. Wherever we're standing, I won't take you for granted 'cause we'll never know when we'll run out of time so I'm gonna love you.



A estrada estava silenciosa ao amanhecer e o rádio estava ligado em volume tão baixo que não perturbava em nada o sono de Ben, que estava aconchegado ao lado da janela, dormindo um sono merecido enquanto a sua namorada mantinha os olhos divididos entre a estrada vazia e ele.

Um sorriso marcava o rosto dela, ainda que lágrimas estivessem escorrendo de seu olhar. Ela queria demonstrar as suas fraquezas enquanto Ben estava dormindo. Seu namorado tinha tantas preocupações que não queria jogar mais aquilo em seu colo, por isso vinha se posicionando como forte e imprudente, quando tudo o que queria era sentar-se ao lado dele e chorar.

Mas como diria para alguém tão realista quanto Benjamin que estava com medo do futuro? Quando na verdade nem ao menos sabia se deveria estar sentindo todo aquele medo mesmo?

Como lhe explicaria que desde aquela tarde quando o vira pela primeira vez, na sala de espera daquele orfanato, ela sabia que era ele o seu príncipe encantado? A Jane daquela época assistia filmes de princesas da Disney com frequencia enquanto observava seus pais tão devotados um ao outro, apaixonados mesmo depois de tantos anos juntos. O seu aniversário havia sido alguns dias antes daquela tarde e quando vira aquele menino de olhos verdes e cabelos despenteados, ela simplesmente soube. Ele era seu desejo.

Quando soprara aquelas velhinhas, ela desejara com todo o seu coração que encontrasse o seu príncipe encantado como sua mãe achara o seu, como Cinderela, Ariel, Rapunzel e Tiana haviam encontrado.

E naquela tarde, Jane soube que certos desejos se tornavam realidade.

Agora, olhando para Ben dormindo tão placidamente do seu lado, todo o seu medo parecia tão infundado, mas ele não deixava seu coração. Havia algo dentro dela, o tempo todo, lhe dizendo que ele a deixaria, que a distancia entre as duas faculdades era grande demais, que o tempo deles se tornaria cada vez mais apertado e as suas mentes estariam voltadas para as aulas, deixando pouco para manter um relacionamento à distancia.

Suspirando, Jane limpou outra lágrima, tentando se acalmar.

Havia mentido para Ben, sim, mas sabia que não conseguiria tirá-lo de casa se lhe confessasse que não tinha a menor ideia de para onde estavam indo, se lhe revelasse que era egoísta demais. Achar os pais dele era uma grande desculpa, mas o que levava Jane a dirigir por aquela estrada deserta ao amanhecer era maior do que isso.

Não queria saber sobre os pais de Ben. Se ela fosse sincera, Jane teria de confessar que odiava aquelas pessoas que tiveram coragem de deixar uma criança tão doce quanto Benjamin era. Mas, ao mesmo tempo, Jane lhes era muito agradecida. Se não fosse por a inaptidão deles para cuidar de uma criança, tio Nate e tio Pete jamais teriam escolhido aquela criança adorável de olhos verdes como sua, e terem se deixado escolher. Jane e Ben jamais teriam se conhecido.

E Jane Charlotte não conseguia imaginar a sua vida sem Benjamin Samuel.

Ele era parte de sua vida há tanto tempo que em certos momentos, ela brincava que não tinha nenhuma memória de infância que não tivesse Benjamin nela. E era verdade. Mas haviam certas memórias que lhe tinham maior peso. Como o primeiro beijo.

O seu sorriso cresceu enquanto mais lágrimas desceram pelo seu rosto. A lembrança era tão bonita. Se Jane fechasse os olhos, ela conseguiria lembrar daquele dia com exatidão. Seus pais estavam no jardim de inverno e as crianças decidiram criar um forte com várias cadeiras, lençóis e uma manta confortável. Para dentro do forte, eles levaram uma lanterna, biscoitos e uma garrafinha com chá que Jessica havia preparado apenas para o forte de suas amadas crianças.

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⏰ Última atualização: May 21, 2016 ⏰

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