Battle Cry |L.T|

10 - Too Much Blood

Amaya olhou para o celular e suspirou entristecida.

- A bateria acabou.- disse.- Lá se vai nossa tecnologia.

- Pleno século XXI e a gente não pode jogar Candy Crush enquanto mata uns zumbis.- brincou Chris, fazendo os amigos rirem.- É um absurdo, não?

- Foi bom enquanto durou.- Marcy tirou seu celular do bolso, igualmente descarregado, e o colocou sobre a mesa.

Eles olharam para Gavin, que se mantinha em silêncio do outro lado da sala. O loiro estava deitado numa das pequenas poltronas de cor bege com os olhos fechados, mas não estava dormindo. Seu celular, diferente dos demais, ainda tinha 48% de bateria restante, então ele aproveitou para ouvir suas bandas favoritas no volume máximo. Mesmo usando fones de ouvido, o grupo podia escutar a música de longe.

Resolveram não incomodá-lo.

- Eu me preocupo tanto com ele.- Marcy comentou, aproveitando a distração de seu irmão.- Eu sei que o Gavin odeia ser tratado como criança, mas é isso que ele é, e não posso fazer nada a não ser bancar a adulta chata.

- Vocês deviam deixá-lo fazer mais coisas, ele só quer ajudar.- Amaya sugeriu.- Quer dizer, não precisamos colocá-lo em perigo o tempo todo, mas o Gavin se sente pequeno comparado a nós.

Louis pensou no que a morena disse e concordou.

- Você tem razão, mas não podemos esquecer que o garoto só tem 13 anos. Nosso objetivo maior aqui é proteger uns aos outros, principalmente ele.- Louis olhou para os amigos e depois para Gavin, que continuava preso em seu mundo.

Seu maior desejo era estar vivo para ver Gavin crescer e realizar seus sonhos. Desde que se conheceram, há 5 anos atrás, Louis tem um carinho imenso por esse garoto, e o trata como se fosse seu próprio irmão. Ele não consegue imaginar a dor que seria perdê-lo.

~*~

Às cinco da tarde, quase toda a comida já havia acabado. Louis não queria, mas não havia outra opção a não ser sair e procurar por mais. Enquanto colocava as armas no carro, Amaya se aproximou.

- Quer ajuda?- ofereceu.

Louis olhou para ela e logo voltou sua atenção as armas.

- Não, obrigado.

- Tá bem.- rapidamente desviou o olhar para o lado de fora e respirou fundo. Às vezes, ela tinha que tomar coragem pra falar com Louis, pois se sentia estranha perto dele. Nas 41 horas que passaram juntos, o mesmo estava quase sempre tão sério, focado na sua sobrevivência e a na de seu grupo, preocupado como um verdadeiro líder. Falar com ele era o mesmo que atrapalhá-lo.- Você... vai fazer o que com o Gavin?

- Vou deixá-lo nos ajudar hoje, não quero que ele se sinta menosprezado.- o moreno bateu a porta do carro e virou-se para ela.- Eu percebi que é inevitável escondê-lo desse mundo.

- Um dia ele vai crescer, Louis, e isso também é inevitável. Fico feliz que esteja deixando ele tentar.- ela sorriu gentilmente.

Alguma coisa naquele sorriso iluminou Louis, e ele acabou sorrindo de volta. Sentiu que estava fazendo a coisa certa, mesmo que parecesse errada.

Se aproximou e deu um beijo na testa da morena.

- Obrigado.- foi embora e chamou os amigos.

~*~

- Caralho, olha isso!- Christopher exclamou ao ver a quantidade de zumbis ao redor do mercado.

Aquele costumava ser um bairro muito popular de Hoper, não poderiam esperar menos. Eram quase 30 zumbis no total, espalhados por todos os cantos.