IV - Maçã-do-amor

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IV - Maçã-do-amor



— O quanto você disse que ela bebeu? — eu perguntei a Matheus, mesmo sabendo que ele não teria a conta correta, afinal a Bruna sempre seria a Bruna e o seu nível alcóolico só a ela pertencia.

— Muito — ele respondeu, já sabendo que eu o corrigiria com margens de erro se ele me desse algum número, coisas de engenheira.

— Pode ir para sala, eu cuido dela — eu disse a ele, percebendo o quanto ele estava abatido ao ver Bruna naquela situação desacordada.

— Não, não — ele negou, veementemente, com a cabeça — eu não vou te deixar sozinha com ela, não hoje — e ele sentou-se na cama ao meu lado.

— Tudo bem, então pegue um balde para mim? — eu pedi, passando a mão na testa de Bruna, já conhecendo os sinais de que ela ficaria mal por algum/muito tempo.

— Você também está passando mal? — ele perguntou, me olhando quase em desespero.

— Não é para mim — eu murmurei, apontando para Bruna.

— Eu pego — Thiago comentou da porta, piscando para mim e saindo do quarto, sendo assediado por três amigas de Matheus.

Revirei meus olhos pensando que a festa estava apenas no começo e que ninguém estava mais sóbrio, apenas eu e Gustavo.

— Você acha que ela vai conseguir voltar para casa sem que os pais dela descubram? — Matheus me perguntou aflito, talvez culpado por ela ter ficado naquele estado bem debaixo do seu nariz.

— Nem pensar, e em na minha casa ela não pode ficar. Vou ter que ligar para a Giovanna e...

— Vocês poderiam dormir aqui — ele ofereceu e eu dei um tapa em sua cabeça — estou falando sério! Sem malícia! Ela pode dormir na minha cama e eu durmo no sofá da sala, pode até conferir se quiser.

— Eu confio em você, só tinha que ter certeza que você estava convidando sem maldade — sorri inocentemente e ele bagunçou meus cabelos — bem maduro da sua parte!

Comecei a fazer cafuné na cabeça de Bruna quando ela se aconchegou na cama, e murmurei algumas melodias de cantigas de Festas de São João que eu mal me recordava, apenas para tentar fazer com que ela dormisse, antes que seu estômago voltasse a ficar revolto.

Thiago abriu a porta do quarto naquele momento e colocou o balde ao lado dos meus pés.

— Ela está melhor? — ele indagou, olhando para ela.

— Esta melhorando — eu sorri para ele — obrigada pelo balde.

— De nada — ele afastou-se um pouco e colocou a mão nas costas, indeciso — queres assistir um filme no meu quarto?

Eu olhei de Bruna para Matheus e ele piscou para mim, concedendo-me a permissão de deixar meu posto.

— Claro — eu me levantei e fui até a porta com ele.

— Madá! — ouvi Matheus me chamando e já me preparei — os filhos serão lindos!

— Com a minha genética, não tem erro! — eu retruquei, fechando a porta do quarto atrás de mim, deixando os dois sozinhos, esperando que ele fosse mesmo o cara de confiança que eu acreditava que ele era.

Senti a mão de Thiago sobre a minha e entrelacei nossos dedos, pois se Victor me ensinou algo decente sobre relacionamentos é que andar de mãos dadas era um paraíso de carinho.

Nós entramos em seu quarto e ele se jogou no colchão que havia nos pés de sua cama e me chamou para sentar-me ao seu lado. E eu sentei.

Nós conversamos a noite toda antes de nos beijarmos, quando seus dedos se perderam nos meus cabelos e eu prendi a respiração com sua aproximação.

Mal sabia eu que Thiago era irmão de Lucas e que aquela não era a última vez que eu encontraria com os dois.

No entanto, como bem dizem, o resto é história.



A/N:

Oláa! Aqui é um pequeno conto sobre Festa Junina especialmente para o Desafio dos EscritoresBR !!!

Espero que tenham gostado (sabendo que é apenas um conto, então ele é curto e me matou muito não poder escrever mais!!!!!!!!)

Comentários, votos e compartilhamentos são sempre bem-vindos aqui! (sério! Me contem o que acharam, o que gostaram e o que definitivamente nãaao gostaram! Críticas são sempre muito bem vindas!)

Um beijo!


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